Diga-me como é teu escritório e te direi como é a tua empresa. A paráfrase do dito popular já dá uma idéia da importância do espaço físico do local de trabalho. "O ambiente foi, é, e sempre será reflexo da organização estratégica da empresa", diz a arquiteta e doutora pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, Cláudia Andrade.
A autora de A história do ambiente de trabalho em edifícios de escritórios acrescenta que pela disposição das pessoas e dos móveis, a empresa indica como quer atuar no mercado, que mensagens pretende transmitir tanto para o público interno quanto para o externo. As pessoas percebem claramente, já na recepção, alguns sinais de como a empresa organiza sua cultura, seus valores, qual o perfil de seus funcionários e o seu próprio - mais dinâmico ou tradicional.
"O ambiente físico, muitas vezes, é um recurso importante na mudança de estratégia. Por exemplo: quando uma mudança de layout tira os diretores de suas salas fechadas e os leva para mais perto dos demais funcionários. Neste caso, o objetivo não é tirar a possível mordomia dos executivos, mas sim proporcionar mais sinergia e agilidade na tomada de decisões", diz Cláudia. Segundo ela, é comum a mudança de estratégia começar pela mudança no espaço físico. Há ainda empresas que não percebem que a mudança pode ser facilitada pela organização física. "A mudança de gestão pode ser dificultada se não for acompanhada também pela mudança no espaço."
A arquiteta lembra que no exterior a indústria moveleira pesquisa muito sobre o assunto, identificando as necessidades de empresas e pessoas. A partir dessa identificação ela vai promovendo a demanda de novas soluções e mobiliário. "Na metade dos anos 1980, com o avanço da tecnologia, as empresas estimularam o trabalho em casa, mas esta medida acabou acarretando problemas. Muitas pessoas mudaram sua jornada de trabalho, mas não mudaram a rotina da casa. Outras passaram a se isolar. Houve ainda o aumento do número de divórcios e das chamadas doenças funcionais. Houve até quem passasse a trabalhar para os concorrentes", conta Cláudia Andrade.
De início, o trabalho em casa causou ainda problemas como perda de informação, de know-how, e de produtividade. "O que parecia ser uma solução tornou-se um problema. Tudo por que não se pensou no ambiente de trabalho. Viu-se assim a necessidade dos vínculos sociais." Toda mudança, em princípio, é traumática, mas hoje, trabalhar em casa é uma prática corrente.
Pensando nisso, a indústria moveleira estudou alternativas para a viabilizar a organização do trabalho nessas empresas, incluindo estações de trabalho, sem lugar definido, onde o funcionário que trabalha em casa - onde tem seu home office -, comparece, em média, uma vez por semana. Esse tipo de atividade mudou a atuação do gerenciador de espaço dentro das empresas, que passa a se preocupar com o espaço nas casas. Ele precisa ter habilidade para tratar com as pessoas, ter uma formação humanística.
Fonte: Por Lourdes Rodrigues, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 9
A autora de A história do ambiente de trabalho em edifícios de escritórios acrescenta que pela disposição das pessoas e dos móveis, a empresa indica como quer atuar no mercado, que mensagens pretende transmitir tanto para o público interno quanto para o externo. As pessoas percebem claramente, já na recepção, alguns sinais de como a empresa organiza sua cultura, seus valores, qual o perfil de seus funcionários e o seu próprio - mais dinâmico ou tradicional.
"O ambiente físico, muitas vezes, é um recurso importante na mudança de estratégia. Por exemplo: quando uma mudança de layout tira os diretores de suas salas fechadas e os leva para mais perto dos demais funcionários. Neste caso, o objetivo não é tirar a possível mordomia dos executivos, mas sim proporcionar mais sinergia e agilidade na tomada de decisões", diz Cláudia. Segundo ela, é comum a mudança de estratégia começar pela mudança no espaço físico. Há ainda empresas que não percebem que a mudança pode ser facilitada pela organização física. "A mudança de gestão pode ser dificultada se não for acompanhada também pela mudança no espaço."
A arquiteta lembra que no exterior a indústria moveleira pesquisa muito sobre o assunto, identificando as necessidades de empresas e pessoas. A partir dessa identificação ela vai promovendo a demanda de novas soluções e mobiliário. "Na metade dos anos 1980, com o avanço da tecnologia, as empresas estimularam o trabalho em casa, mas esta medida acabou acarretando problemas. Muitas pessoas mudaram sua jornada de trabalho, mas não mudaram a rotina da casa. Outras passaram a se isolar. Houve ainda o aumento do número de divórcios e das chamadas doenças funcionais. Houve até quem passasse a trabalhar para os concorrentes", conta Cláudia Andrade.
De início, o trabalho em casa causou ainda problemas como perda de informação, de know-how, e de produtividade. "O que parecia ser uma solução tornou-se um problema. Tudo por que não se pensou no ambiente de trabalho. Viu-se assim a necessidade dos vínculos sociais." Toda mudança, em princípio, é traumática, mas hoje, trabalhar em casa é uma prática corrente.
Pensando nisso, a indústria moveleira estudou alternativas para a viabilizar a organização do trabalho nessas empresas, incluindo estações de trabalho, sem lugar definido, onde o funcionário que trabalha em casa - onde tem seu home office -, comparece, em média, uma vez por semana. Esse tipo de atividade mudou a atuação do gerenciador de espaço dentro das empresas, que passa a se preocupar com o espaço nas casas. Ele precisa ter habilidade para tratar com as pessoas, ter uma formação humanística.
Fonte: Por Lourdes Rodrigues, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 9
Comentários