Encerrando a série de artigos sobre feedback, é importante ressaltar o valor do instrumento gerencial na satisfação da necessidade afetiva, a mais importante das emoções para o ser humano: falamos do reconhecimento.
Nós todos sabemos que o reconhecimento corresponde à satisfação da necessidade mais básica do ser humano: a afetiva, que se expressa no desejo que temos de sermos compreendidos, aceitos, amados. Acho até que satisfazer a necessidade afetiva é o motor da atividade humana. Temos sempre duas "recompensas": a econômica e a afetiva.
Já sentimos, a importância do reconhecimento na nossa própria vida. É complicado, por isso, entender a dificuldade de reconhecer a atuação do outro. Minha experiência revela que esse feedback é usado de forma mais comedida, menos intensa; então, o desperdício é maior. Aqui também há um leque para as possíveis causas dessa inadequação de comportamento. Uma delas é a visão de que só a punição educa e de que o reconhecimento "amolece". Tal interpretação pode ser facilmente detectada em vários professores que nunca dão nota dez a seus alunos por melhores que sejam, em pais e chefes que acreditam que nada é melhor para a formação de uma pessoa do que manter uma "espada" sobre a cabeça dela.
Uma de minhas filhas é filósofa. Uma noite, a vi lendo "Carta a Meu Pai’’, de Franz Kafka, um livro em que o autor manifesta todo o ressentimento e revolta contra a figura paterna, que o oprimira a vida toda. Perguntei o que ela achava do livro, e ela me deu uma resposta espantosa: "Como esse cara era burro! O pai o adorava e ele não percebeu!". Na hora, senti-me tão tolo quanto Kafka. Nunca tinha visto por esse prisma: toda aquela rudeza do pai, que parecia desamor e até maldade, poderia ser, ao contrário, uma manifestação de afeto – na minha opinião, equivocada, o que pode ser comprovado pelos resultados: todo o ressentimento que o autor carregou a vida toda. Daí a importância do reconhecimento.
Tenho até uma receita simples que o líder deve seguir para conseguir o comprometimento: delegue um desafio, acompanhe sendo coach e reconheça quando o indivíduo tiver sucesso.
Fonte: Por Paulo Gaudêncio - Psiquiatra e consultor de empresas, in Gazeta Mercantil/Caderno D - Pág. 5
Nós todos sabemos que o reconhecimento corresponde à satisfação da necessidade mais básica do ser humano: a afetiva, que se expressa no desejo que temos de sermos compreendidos, aceitos, amados. Acho até que satisfazer a necessidade afetiva é o motor da atividade humana. Temos sempre duas "recompensas": a econômica e a afetiva.
Já sentimos, a importância do reconhecimento na nossa própria vida. É complicado, por isso, entender a dificuldade de reconhecer a atuação do outro. Minha experiência revela que esse feedback é usado de forma mais comedida, menos intensa; então, o desperdício é maior. Aqui também há um leque para as possíveis causas dessa inadequação de comportamento. Uma delas é a visão de que só a punição educa e de que o reconhecimento "amolece". Tal interpretação pode ser facilmente detectada em vários professores que nunca dão nota dez a seus alunos por melhores que sejam, em pais e chefes que acreditam que nada é melhor para a formação de uma pessoa do que manter uma "espada" sobre a cabeça dela.
Uma de minhas filhas é filósofa. Uma noite, a vi lendo "Carta a Meu Pai’’, de Franz Kafka, um livro em que o autor manifesta todo o ressentimento e revolta contra a figura paterna, que o oprimira a vida toda. Perguntei o que ela achava do livro, e ela me deu uma resposta espantosa: "Como esse cara era burro! O pai o adorava e ele não percebeu!". Na hora, senti-me tão tolo quanto Kafka. Nunca tinha visto por esse prisma: toda aquela rudeza do pai, que parecia desamor e até maldade, poderia ser, ao contrário, uma manifestação de afeto – na minha opinião, equivocada, o que pode ser comprovado pelos resultados: todo o ressentimento que o autor carregou a vida toda. Daí a importância do reconhecimento.
Tenho até uma receita simples que o líder deve seguir para conseguir o comprometimento: delegue um desafio, acompanhe sendo coach e reconheça quando o indivíduo tiver sucesso.
Fonte: Por Paulo Gaudêncio - Psiquiatra e consultor de empresas, in Gazeta Mercantil/Caderno D - Pág. 5
Comentários