Transcrevo aqui a íntegra do texto escrito por Cristiane Correa, editora executiva de EXAME, e publicado no seu Blog "Por dentro das empresas". Fico a me perguntar para onde caminham as empresas que desconhecem os seus consumidores, empresas que acreditam que todo cliente é igual e que quer a mesma coisa que o outro que acabou de atender. É quando a meta do funcionário passa por cima do seu senso crítico e o faz agir mecanicamente e demonstrar sua total falta de conhecimento e respeito pelo consumidor. Que marketing de relacionamento é esse que só procura os clientes quando pensa em bater suas metas de vendas?
"Ontem recebi uma ligação da gerente da minha conta bancária. Levei um susto porque isso quase nunca acontece. Tenho conta nessa agência há oito anos e até hoje só me ligaram para confirmar se alguns cheques de valores mais altos que estavam para ser compensados eram meus mesmo. Como eu não tinha passado nenhum cheque nos últimos dias, pensei rapidamente: "o que será que ela quer comigo?"
A gerente começou dizendo que queria confirmar alguns dados cadastrais. Depois de duas ou três perguntas sobre meu endereço e telefone, ela finalmente revelou por que estava ligando. Queria saber se eu não precisava de um empréstimo. "Se precisar, posso conseguir taxas muito boas pra você", disse ela.
Em quase uma década de conta nessa agência eu jamais pedi um empréstimo. Sou conservadora com as finanças e nunca gasto mais que posso (provavelmente um comportamento que aprendi com meu pai). Eu faço aplicações, compro seguros, mas nunca faço empréstimos. Expliquei a ela que não precisava daquilo, mas que gostaria de fazer uma plano de previdência privada para meu afilhado, Felipe, que acaba de nascer. Ela ficou de me enviar a proposta, mas passadas quase 24 horas não recebi nada.
Por que estou contado tudo isso? Porque esse é um erro clássico de empresas de diversos setores. Elas investem em tecnologia e marketing para "entender" melhor o cliente e ter um banco de dados que fale tudo sobre seus consumidores, mas frequentemente não sabem o que fazer com isso. Por que minha gerente não me oferece algo que eu realmente precise, como orientação para meus investimentos ou o plano de previdência que pedi? Porque provavelmente ela tem uma meta de financiamentos para bater (plano de previdência, como vim a saber depois, era responsabilidade de outra pessoa do banco)
Uma pena que as metas dos funcionários e as necessidades dos clientes muitas vezes estejam tão distantes..."
Fonte: Por Cristiane Correa - Blog Por dentro das empresas, in portalexame.abril.com.br
"Ontem recebi uma ligação da gerente da minha conta bancária. Levei um susto porque isso quase nunca acontece. Tenho conta nessa agência há oito anos e até hoje só me ligaram para confirmar se alguns cheques de valores mais altos que estavam para ser compensados eram meus mesmo. Como eu não tinha passado nenhum cheque nos últimos dias, pensei rapidamente: "o que será que ela quer comigo?"
A gerente começou dizendo que queria confirmar alguns dados cadastrais. Depois de duas ou três perguntas sobre meu endereço e telefone, ela finalmente revelou por que estava ligando. Queria saber se eu não precisava de um empréstimo. "Se precisar, posso conseguir taxas muito boas pra você", disse ela.
Em quase uma década de conta nessa agência eu jamais pedi um empréstimo. Sou conservadora com as finanças e nunca gasto mais que posso (provavelmente um comportamento que aprendi com meu pai). Eu faço aplicações, compro seguros, mas nunca faço empréstimos. Expliquei a ela que não precisava daquilo, mas que gostaria de fazer uma plano de previdência privada para meu afilhado, Felipe, que acaba de nascer. Ela ficou de me enviar a proposta, mas passadas quase 24 horas não recebi nada.
Por que estou contado tudo isso? Porque esse é um erro clássico de empresas de diversos setores. Elas investem em tecnologia e marketing para "entender" melhor o cliente e ter um banco de dados que fale tudo sobre seus consumidores, mas frequentemente não sabem o que fazer com isso. Por que minha gerente não me oferece algo que eu realmente precise, como orientação para meus investimentos ou o plano de previdência que pedi? Porque provavelmente ela tem uma meta de financiamentos para bater (plano de previdência, como vim a saber depois, era responsabilidade de outra pessoa do banco)
Uma pena que as metas dos funcionários e as necessidades dos clientes muitas vezes estejam tão distantes..."
Fonte: Por Cristiane Correa - Blog Por dentro das empresas, in portalexame.abril.com.br
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