We Are Smarter Than Me é o primeiro “livro wiki” de que se tem notícia. Publicado no final do ano passado, nos Estados Unidos, envolveu mais de 4 mil profissionais de vários países, que trabalharam de forma colaborativa na internet. Inspirada na Wikipedia, a idéia surgiu em função do tema: como tirar partido das redes sociais para desenvolver produtos e expandir negócios. Se o desafio era entender as comunidades online, nada mais apropriado, afinal, do que criar uma. Também se partiu da premissa de que, diante de algo tão radicalmente novo, ninguém teria condições de dar conta sozinho do recado — nem mesmo especialistas como os principais autores, Barry Libert e John Spector, que atraíram o apoio de duas das mais prestigiadas escolas de negócios do mundo, a Wharton, da Universidade da Pensilvânia, e a Sloan, do MIT (para saber mais, ou participar do segundo volume, o endereço é www.wearesmarter.org).
Mas We Are Smarter Than Me é também uma boa metáfora do novo paradigma da colaboração, que está se impondo na nova economia. Se os anos 90 ficaram marcados como a “década do eu”, pelo individualismo exacerbado, a era digital enfatiza conceitos como “sabedoria das multidões” e “inteligência coletiva”. Como se a realidade estivesse ficando complexa e dinâmica demais para que se deixem explicações, ou decisões, nas mãos de poucos. Sabe o ditado de que duas cabeças pensam melhor do que uma? Agora, acredita-se que as redes possam ser mais inteligentes do que cérebros isolados. Isso graças às plataformas interativas, que colocam o trabalho de equipe num novo patamar, ao possibilitar a integração de idéias e competências sem que as pessoas precisem estar juntas. E justamente no momento em que se reconhece o capital intelectual como o ativo mais importante na produção de valor.
Por isso, a ordem nas empresas é reduzir hierarquias, promover a gestão participativa e a colaboração. E já existem até arquitetos especializados em desenhar espaços que favoreçam a interação. Afinal, quando tudo vira commodity, inclusive a tecnologia, só equipes qualificadas, alinhadas e comprometidas conseguem se antecipar a mudanças e inovar. Em conseqüência, a comunicação interna deveria ser valorizada como função estratégica, capaz de manter o diálogo fluindo, num clima de transparência e confiança, para que cada um possa dar o seu melhor.
O Google, ícone da empresa do século 21, sabe disso. Seus fundadores sempre atribuíram parte do sucesso ao modelo inovador de gestão de pessoas e compartilhamento de informações, mais parecido com o de uma universidade do que com o das empresas tradicionais. No Brasil, as melhores companhias também começam a colocar as pessoas no centro de suas estratégias. Paradoxalmente, porém, a comunicação interna continua a ser tratada como a “prima pobre” do composto da comunicação. Tanto por receber atenção e investimentos sempre aquém das necessidades — e incomparavelmente desproporcionais em relação à comunicação institucional e mercadológica —, como por operar com conceitos e abordagens ultrapassadas. Em geral, ainda se trabalha nessa área como se comunicar fosse transmitir as informações da cúpula para a base. E raramente se incorporam, ao marketing interno, a criatividade e as melhores práticas aplicadas ao externo. Há empresas premiadas pela sua propaganda de produto que não dispõem, sequer, de uma intranet funcional. Em outras, os colaboradores ficam sabendo de lançamentos ou iniciativas pela televisão.
Mas o maior desafio está mesmo no desalinhamento entre o discurso para dentro e para fora. Desde que se começou a falar em integração, no começo dos anos 90, o foco sempre foi a comunicação de marketing: orquestrar os vários canais e disciplinas para uniformizar as mensagens para o consumidor. Mas vai ficando cada vez mais claro que a integração terá de permear, necessariamente, também a dimensão interna. Afinal, não são os colaboradores os principais embaixadores da empresa na sociedade? Não é a eles que cabe implementar as estratégias, realizar as metas e entregar a promessa da marca?
Fonte: Por Selma Santa Cruz - sócia-diretora de planejamento do Grupo TV1 Comunicação e Marketing, in www.meioemensagem.com.br
Mas We Are Smarter Than Me é também uma boa metáfora do novo paradigma da colaboração, que está se impondo na nova economia. Se os anos 90 ficaram marcados como a “década do eu”, pelo individualismo exacerbado, a era digital enfatiza conceitos como “sabedoria das multidões” e “inteligência coletiva”. Como se a realidade estivesse ficando complexa e dinâmica demais para que se deixem explicações, ou decisões, nas mãos de poucos. Sabe o ditado de que duas cabeças pensam melhor do que uma? Agora, acredita-se que as redes possam ser mais inteligentes do que cérebros isolados. Isso graças às plataformas interativas, que colocam o trabalho de equipe num novo patamar, ao possibilitar a integração de idéias e competências sem que as pessoas precisem estar juntas. E justamente no momento em que se reconhece o capital intelectual como o ativo mais importante na produção de valor.
Por isso, a ordem nas empresas é reduzir hierarquias, promover a gestão participativa e a colaboração. E já existem até arquitetos especializados em desenhar espaços que favoreçam a interação. Afinal, quando tudo vira commodity, inclusive a tecnologia, só equipes qualificadas, alinhadas e comprometidas conseguem se antecipar a mudanças e inovar. Em conseqüência, a comunicação interna deveria ser valorizada como função estratégica, capaz de manter o diálogo fluindo, num clima de transparência e confiança, para que cada um possa dar o seu melhor.
O Google, ícone da empresa do século 21, sabe disso. Seus fundadores sempre atribuíram parte do sucesso ao modelo inovador de gestão de pessoas e compartilhamento de informações, mais parecido com o de uma universidade do que com o das empresas tradicionais. No Brasil, as melhores companhias também começam a colocar as pessoas no centro de suas estratégias. Paradoxalmente, porém, a comunicação interna continua a ser tratada como a “prima pobre” do composto da comunicação. Tanto por receber atenção e investimentos sempre aquém das necessidades — e incomparavelmente desproporcionais em relação à comunicação institucional e mercadológica —, como por operar com conceitos e abordagens ultrapassadas. Em geral, ainda se trabalha nessa área como se comunicar fosse transmitir as informações da cúpula para a base. E raramente se incorporam, ao marketing interno, a criatividade e as melhores práticas aplicadas ao externo. Há empresas premiadas pela sua propaganda de produto que não dispõem, sequer, de uma intranet funcional. Em outras, os colaboradores ficam sabendo de lançamentos ou iniciativas pela televisão.
Mas o maior desafio está mesmo no desalinhamento entre o discurso para dentro e para fora. Desde que se começou a falar em integração, no começo dos anos 90, o foco sempre foi a comunicação de marketing: orquestrar os vários canais e disciplinas para uniformizar as mensagens para o consumidor. Mas vai ficando cada vez mais claro que a integração terá de permear, necessariamente, também a dimensão interna. Afinal, não são os colaboradores os principais embaixadores da empresa na sociedade? Não é a eles que cabe implementar as estratégias, realizar as metas e entregar a promessa da marca?
Fonte: Por Selma Santa Cruz - sócia-diretora de planejamento do Grupo TV1 Comunicação e Marketing, in www.meioemensagem.com.br
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