Você tem dificuldade de organizar suas tarefas ou de seguir o que foi planejado? Esquece facilmente de tarefas simples, como um pedido do chefe para ligar para determinado cliente? Cuidado. Apesar de sinais como estes serem facilmente confundíveis com traços de personalidade, você pode sofrer de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
Com origem genética e neurobiológica, o mal pode ser detectado já na primeira infância. Caracteriza-se por dificuldade de atenção, hiperatividade, impulsividade, inquietação, perda rápida de motivação, dificuldade de planejar e baixa tolerância a frustrações. No País, estima-se que o TDAH atinja 8% das crianças e 5% dos adultos.
Por incluir particularidades que podem ser atribuídas a qualquer pessoa, o mal pode facilmente passar desapercebido. "Temos cada vez mais que ter cuidado ao separar isso. Características de personalidade não provocam danos à vida da pessoa, a ponto de perder um emprego, por exemplo", diz o neurologista Marco Arruda. "Quando esses sinais trazem danos à pessoa, deve-se suspeitar de TDAH."
Segundo o especialista, seis em cada dez crianças que não têm o transtorno tratado ainda na infância permanecem com o mal na idade adulta. "Essa alteração genética provoca alterações em áreas cerebrais que são muito importantes para o nosso comportamento", explica o médico. "Nosso cérebro tem acelerador, breque e embreagem. No TDAH, o breque não funciona bem e, assim, há o déficit de atenção, a hiperatividade e a impulsividade. A pessoa age muito por impulso e só depois é que pensa."
Conforme um estudo realizado pelo professor Joseph Biederman e seus colaboradores da Harvard University, o TDAH resulta em perdas da ordem de US$ 77 bilhões anuais somente nos Estados Unidos. Por ser a causa de alterações importantes no comportamento, o mal também tem reflexos negativos na carreira. Segundo a pesquisa, os adultos que sofrem de TDAH e que têm curso superior recebem em média US$ 10 mil por ano a menos que os indíviduos sem o transtorno.
Segundo o médico, em seus processos seletivos, algumas empresas americanas já realizam avaliações preliminares para verificar se o candidato é portador ou não do transtorno. "Estudos mostram que os adultos com TDAH sofrem mais com depressão, têm menor produtividade, maior freqüência de divórcio e insatisfação profissional, migram mais de emprego e também registram maior absenteísmo que os demais", justifica Arruda.
De acordo com Arruda, embora alguns testes possam alertar para a presença do TDAH, o diagnóstico é clínico, feito por um especialista. E a cura só é possível quando o mal é tratado na infância. Entre os adultos, em 80% dos casos é possível controlar o mal com medicamentos e tratamento psicoterápico. "Na criança, observa-se cura porque o cérebro está em desenvolvimento. No adulto, o cérebro já está formado e, com a medicação, melhora."
Por fim, uma curiosidade: o contingente de superdotados é maior em indivíduos com TDAH do que na população geral - suspeita-se que o físico alemão Albert Einstein tivesse o transtorno. "Muitas vezes são indivíduos muito capacitados, mas que não conseguem organizar a vida", conclui Arruda.
Fonte: Por Marcelo Monteiro, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 11
Com origem genética e neurobiológica, o mal pode ser detectado já na primeira infância. Caracteriza-se por dificuldade de atenção, hiperatividade, impulsividade, inquietação, perda rápida de motivação, dificuldade de planejar e baixa tolerância a frustrações. No País, estima-se que o TDAH atinja 8% das crianças e 5% dos adultos.
Por incluir particularidades que podem ser atribuídas a qualquer pessoa, o mal pode facilmente passar desapercebido. "Temos cada vez mais que ter cuidado ao separar isso. Características de personalidade não provocam danos à vida da pessoa, a ponto de perder um emprego, por exemplo", diz o neurologista Marco Arruda. "Quando esses sinais trazem danos à pessoa, deve-se suspeitar de TDAH."
Segundo o especialista, seis em cada dez crianças que não têm o transtorno tratado ainda na infância permanecem com o mal na idade adulta. "Essa alteração genética provoca alterações em áreas cerebrais que são muito importantes para o nosso comportamento", explica o médico. "Nosso cérebro tem acelerador, breque e embreagem. No TDAH, o breque não funciona bem e, assim, há o déficit de atenção, a hiperatividade e a impulsividade. A pessoa age muito por impulso e só depois é que pensa."
Conforme um estudo realizado pelo professor Joseph Biederman e seus colaboradores da Harvard University, o TDAH resulta em perdas da ordem de US$ 77 bilhões anuais somente nos Estados Unidos. Por ser a causa de alterações importantes no comportamento, o mal também tem reflexos negativos na carreira. Segundo a pesquisa, os adultos que sofrem de TDAH e que têm curso superior recebem em média US$ 10 mil por ano a menos que os indíviduos sem o transtorno.
Segundo o médico, em seus processos seletivos, algumas empresas americanas já realizam avaliações preliminares para verificar se o candidato é portador ou não do transtorno. "Estudos mostram que os adultos com TDAH sofrem mais com depressão, têm menor produtividade, maior freqüência de divórcio e insatisfação profissional, migram mais de emprego e também registram maior absenteísmo que os demais", justifica Arruda.
De acordo com Arruda, embora alguns testes possam alertar para a presença do TDAH, o diagnóstico é clínico, feito por um especialista. E a cura só é possível quando o mal é tratado na infância. Entre os adultos, em 80% dos casos é possível controlar o mal com medicamentos e tratamento psicoterápico. "Na criança, observa-se cura porque o cérebro está em desenvolvimento. No adulto, o cérebro já está formado e, com a medicação, melhora."
Por fim, uma curiosidade: o contingente de superdotados é maior em indivíduos com TDAH do que na população geral - suspeita-se que o físico alemão Albert Einstein tivesse o transtorno. "Muitas vezes são indivíduos muito capacitados, mas que não conseguem organizar a vida", conclui Arruda.
Fonte: Por Marcelo Monteiro, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 11
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