Pular para o conteúdo principal

A convergência das telas

Do cinema ao iPod, passando por celulares, computadores, videogames e caixas eletrônicos, nenhum de nós, em qualquer momento que seja, fica a pouco mais de alguns centímetros de uma tela. Para Kevin Roberts, CEO mundial do grupo de agências de publicidade Saatchi & Saatchi, elas, as telas, não operam isoladamente como antes. Interagem umas com as outras para proporcionar aos consumidores a experiência emocional que buscam em um filme, videoclipe ou anúncio. "Até pouco tempo atrás elas eram membros de uma mesma família que quase não se falavam. Mas a proximidade cresceu tanto que às vezes é difícil distingui-las", afirma Roberts. É possível assistir a um programa, originalmente desenvolvido para o cinema, na televisão, no computador, em tocadores de música (como o iPod) e até mesmo no celular. Por outro lado, um mesmo veículo pode proporcionar experiências totalmente distintas: o uso que se faz do computador no trabalho é bem diferente do que se faz em casa ou num quarto de hotel.

Explorar o potencial de cada uma dessas telas e seus diferentes usos para criar conexões emocionais com os consumidores é tarefa que todo publicitário e profissional de marketing terá de dominar. "Ou uma marca aprende a explorar cada um desses diferentes canais de comunicação ou está fadada ao desaparecimento", disse Roberts a Época NEGÓCIOS. Ele gosta de usar um neologismo para falar da criação de conexões entre marcas e consumidores por meio de som, imagem e movimento: sisomo - uma contração das primeiras sílabas dos termos em inglês sight, sound and motion. Criado durante um seminário desenvolvido para um cliente, a Procter & Gamble, o termo batiza o livro que Roberts escreveu sobre o futuro da propaganda no tempo das telas múltiplas: Sisomo - The Future on Screen ("Sisomo - o futuro na tela"), editado pela Powerhouse Books nos Estados Unidos e ainda não publicado no Brasil.

"Num tempo em que cresce cada vez mais a exigência por mobilidade e interatividade, a propaganda precisa se reinventar", afirma Roberts. Isso vale para a televisão ou para qualquer outra "telinha" que faça parte do dia-a-dia do consumidor. Roberts vê sentido em radicalizar o conceito de convergência entre as mídias e usa dados de diferentes pesquisas para justificar sua visão. Um dos números mais persuasivos enuncia que 64% dos usuários de internet banda larga nos Estados Unidos assistem televisão ou lêem jornais pela internet. Essa proporção sobe para 71%, quando analisados somente os usuários com conexão sem fio.

Roberts gosta de ressaltar que, embora demandem conteúdos e formatos distintos, as telas não competem diretamente entre si. "Na verdade, elas servem de inspiração umas para as outras". Veja, no quadro abaixo, quais são, como interagem, se complementam e que ameaças sofrem alguns dos membros mais importantes dessa "família".


Fonte: Por Camila Hessel, in epocanegocios.globo.com

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

H2OH! - um produto desacreditado que virou sucesso

O executivo carioca Carlos Ricardo, diretor de marketing da divisão Elma Chips da Pepsico, a gigante americana do setor de alimentos e bebidas, é hoje visto como uma estrela em ascensão no mundo do marketing. Ele é o principal responsável pela criação e pelo lançamento de um produto que movimentou, de forma surpreendente, o mercado de bebidas em 11 países. A princípio, pouca gente fora da Pepsi e da Ambev, empresas responsáveis por sua produção, colocava fé na H2OH!, bebida que fica a meio caminho entre a água com sabor e o refrigerante diet. Mas em apenas um ano a H2OH! conquistou 25% do mercado brasileiro de bebidas sem açúcar, deixando para trás marcas tradicionais, como Coca-Cola Light e Guaraná Antarctica Diet. Além dos números de vendas, a H2OH! praticamente deu origem a uma nova categoria de produto, na qual tem concorrentes como a Aquarius Fresh, da Coca-Cola, e que já é maior do que segmentos consagrados, como os de leites com sabores, bebidas à base de soja, chás gelados e su

Doze passos para deixar de ser o “bode expiatório” na sua empresa

Você já viu alguma vez um colega de trabalho ser culpado, exposto ou demitido por erros que não foi ele que cometeu, e sim seu chefe ou outro colega? Quais foram os efeitos neste indivíduo e nos seus colegas? Como isso foi absorvido por eles? No meu trabalho como coach, tenho encontrado mais e mais casos de “bodes expiatórios corporativos”, que a Scapegoat Society, uma ONG britânica cujo objetivo é aumentar a consciência sobre esta questão no ambiente de trabalho, define como uma rotina social hostil ou calúnia psicológica, através da qual as pessoas passam a culpa ou responsabilidade adiante, para um alvo ou grupo. Os efeitos são extremamente danosos, com conseqüências de longo-prazo para a vítima. Recentemente, dei orientação executiva a um gerente sênior que nunca mais se recuperou por ter sido um dia bode expiatório. John, 39 anos, trabalhou para uma empresa quando tinha algo em torno de 20 anos de idade e tudo ia bem até que ele foi usado como bode expiatório por um novo chefe. De

Conselho Federal de Marketing?

A falta de regulamentação da profissão de marketing está gerando um verdadeiro furdunço na Bahia. O consultor de marketing André Saback diz estar sendo perseguido por membros do Conselho Regional de Administração da Bahia (CRA/BA) por liderar uma associação – com nome de Conselho Federal de Marketing e que ainda não está registrada – cujo objetivo, segundo ele, é regulamentar a profissão. O CRA responde dizendo que Saback está praticando estelionato e que as medidas tomadas visam a defender os profissionais de administração. Enquanto André Saback, formado em marketing pela FIB - Centro Universitário da Bahia -, diz militar pela regulamentação da profissão, o Presidente do CRA/BA, Roberto Ibrahim Uehbe, afirma que o profissional criou uma associação clandestina, está emitindo carteirinhas, cobrando taxas e que foi cobrado pelo Conselho Federal de Administração por medidas que passam até por processar Saback, que diz ter recebido dois telefonemas anônimos na última semana em tom de ameaç