Pular para o conteúdo principal

A palavra de ordem é participação

No segundo dia do Account Planning 2008, evento da American Association of Advertising Agencies, organizado este ano em Miami, uma das palavras que chamou atenção dos profissionais inscritos na conferência é participação. George Scribner e Elmar Weber, ambos da Digitas, apresentaram a palestra "Planning possibilities: Craf and Content in the Digital Age". Eles defenderam que hoje é o termo mais importante para os planejadores. Isso porque é preciso pensar o público como "participante" e não meramente como target.

"Quando fazemos um brief, nós pensamos nos participantes. Temos de pensar em como nós faremos para que as pessoas participem mais", disse Weber, vice-presidente e diretor de planejamento da agência. O ponto inical, de acordo com os executivos da Digitas, é desenvolver uma experiência com a qual as pessoas possam contribuir e se engajar. E para isso é preciso focar a estratégia em algo que elas queiram fazer - e não em algo que os planejadores queiram que façam. A questão passa também por inspirar os indivíduos a criar coisas que reflita quem eles são.

Scribner, vice-presidente sênior de planejamento, salientou que outra palavra importante é plataforma. "Mais do que pensar em canais, é preciso pensar nas plataformas que serão usadas", declarou.

A apresentação de David Thorpe, diretor global de inovação da Ogilvy, também passou pela participação, mas sob outro ângulo. Na palestra "The craft of brand journalism", ele pontuou que um dos desafios de hoje é sair de um cenário em que a mídia era fixa - no qual portanto, a participação do consumidor era mínima - para outro em que a mídia é participativa. Nesse quadro, é importante fazer um mapeamento do público que será impactado pela estratégia para definir contextos mais apropriados ao grupo. A questão é saber como a marca pode se comportar, inclusive do ponto de vista ético. "Precisamos de instrumentos práticos", afirmou.

Nas sessões gerais, o público que acompanha o Account Planner assistiu ao painel de David Hackworthy, sócio-fundador da The Red Brick Road; Rob Norman, CEO global do GroupM Interaction; Karim Raschid, designer premiado mundo afora; e Geof Rochester, vice-presidente executivo de marketing global da World Wrestling Entertainment, além de uma entrevista feita por Ed Cotton, diretor de estratégia da Butler, Shine, Stern & Partners, com a co-fundadora da organização Kiva Microfunds (que ajuda mulheres de países em desenvolvimento), Jessica Flannery, e a gerente de comunicação da Witness (entidade co-fundada pelo cantor Peter Gabriel), Su Patel.

Para o terceiro dia, além das sessões finais, o evento anunciará o vencedor do Grand Prix do Jay Chiat Planning Awards. Concorrem um trabalho criado pela Euro para o e-bay da França, outro feito pela JWT de Mumbai (uma campanha para aumentar a venda de jóias com diamante) e um da Goodby, Silverstein & Partners, para a cerveja Rolling Rock.


Fonte: Por Lena Castellón, in www.meioemensagem.com.br

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

H2OH! - um produto desacreditado que virou sucesso

O executivo carioca Carlos Ricardo, diretor de marketing da divisão Elma Chips da Pepsico, a gigante americana do setor de alimentos e bebidas, é hoje visto como uma estrela em ascensão no mundo do marketing. Ele é o principal responsável pela criação e pelo lançamento de um produto que movimentou, de forma surpreendente, o mercado de bebidas em 11 países. A princípio, pouca gente fora da Pepsi e da Ambev, empresas responsáveis por sua produção, colocava fé na H2OH!, bebida que fica a meio caminho entre a água com sabor e o refrigerante diet. Mas em apenas um ano a H2OH! conquistou 25% do mercado brasileiro de bebidas sem açúcar, deixando para trás marcas tradicionais, como Coca-Cola Light e Guaraná Antarctica Diet. Além dos números de vendas, a H2OH! praticamente deu origem a uma nova categoria de produto, na qual tem concorrentes como a Aquarius Fresh, da Coca-Cola, e que já é maior do que segmentos consagrados, como os de leites com sabores, bebidas à base de soja, chás gelados e su...

Funcionários da Domino´s Pizza postam vídeo no You Tube e são processados

Dois funcionários irresponsáveis imaginam um vídeo “muito engraçado” usando alimentos e toda sorte de escatologia. O cenário é uma cozinha da pizzaria Domino´s. Pronto, está feito o vídeo que mais chamou a atenção da mídia americana na semana passada. Nele, os dois funcionários se divertem enquanto um espirra na comida, entre outras amostras de higiene pessoal. Tudo isso foi postado no you tube no que eles consideraram “uma grande brincadeira”. O vídeo em questão, agora removido do site, foi visto por mais de 930 mil pessoas em apenas dois dias. (o vídeo já foi removido, mas pode ser conferido em trechos nesta reportagem: http://www.youtube.com/watch?v=eYmFQjszaec ) Mas para os consumidores da rede, é uma grande(síssima) falta de respeito. Restou ao presidente a tarefa de “limpar” a bagunça (e a barra da empresa). Há poucos dias, Patrick Doyle, CEO nos EUA, veio a público e respondeu na mesma moeda. No vídeo de dois minutos no You Tube, Doyle ( http://www.youtube.com/watch?v=7l6AJ49xNS...

Doze passos para deixar de ser o “bode expiatório” na sua empresa

Você já viu alguma vez um colega de trabalho ser culpado, exposto ou demitido por erros que não foi ele que cometeu, e sim seu chefe ou outro colega? Quais foram os efeitos neste indivíduo e nos seus colegas? Como isso foi absorvido por eles? No meu trabalho como coach, tenho encontrado mais e mais casos de “bodes expiatórios corporativos”, que a Scapegoat Society, uma ONG britânica cujo objetivo é aumentar a consciência sobre esta questão no ambiente de trabalho, define como uma rotina social hostil ou calúnia psicológica, através da qual as pessoas passam a culpa ou responsabilidade adiante, para um alvo ou grupo. Os efeitos são extremamente danosos, com conseqüências de longo-prazo para a vítima. Recentemente, dei orientação executiva a um gerente sênior que nunca mais se recuperou por ter sido um dia bode expiatório. John, 39 anos, trabalhou para uma empresa quando tinha algo em torno de 20 anos de idade e tudo ia bem até que ele foi usado como bode expiatório por um novo chefe. De...