As pessoas estão em constante transformação e em permanente interação com a realidade ampla e complexa. Vivemos em um mundo com muito mais pontos de contato do que se conhecia anteriormente e que precisa ser abordado de maneira eficaz e responsável.
Mas como interagir conosco, com os outros e com o mundo simultaneamente? Essa dificuldade se suaviza quando ampliamos os mecanismos internos que se relacionam com a realidade.
Conhecemos parte do funcionamento do nosso cérebro e de suas redes neurais. Conseguimos captar o campo eletromagnético produzido pelos nossos pensamentos e suas interações com os campos produzidos pelos outros. Mapeamos múltiplas inteligências. Mergulhamos na forma e nos significados da nossa mente. Identificamos os mistérios e os avanços evolutivos da nossa consciência. Ainda há muito para ser desvendado, mas nossa visão sobre a forma como nos relacionamos com o mundo tem se ampliado bastante.
Entram em cena as múltiplas dimensões humanas, do orgânico ao espiritual, com suas diferentes formas de inteligência, todas aptas a intermediar as relações das pessoas com a realidade.
Essas múltiplas dimensões incluem não só uma perspectiva lógica/racional da realidade, mas também as dimensões éticas, vinculadas à expressão prática de valores, à noção de bem comum. As pesquisas a respeito da mente vêm demonstrando que não existe a possibilidade da produção de um pensamento exclusivamente racional, lógico e objetivo, sem nenhuma interação emocional. Pensar, sentir, imaginar, fazer, todas essas potencialidades interagem em um todo indivisível que é a ação humana.
A interação da pessoa com ela mesma, com os outros e com o mundo produzem impactos em todas essas dimensões. Além de toda a significação que as relações humanas adquiriram ao longo da nossa história, surgem novas e importantes responsabilidades há bem pouco tempo desconhecidas.
As relações humanas sedimentam redes neurais nos cérebros das pessoas. Nossas interações provocam alterações anatômicas em nós mesmos e nos outros, formatando verdadeiras avenidas entre os neurônios por onde transitam as informações. Isso amplia profundamente nossa responsabilidade nos processos de relacionamento humano. Qual é a qualidade das redes neurais que estamos imprimindo em nossos cérebros e nos cérebros alheios? Que tipo de processamento mental as pessoas estão produzindo em função da nossa influência? O quanto esse processamento é formatado de forma violenta, consumista ou indiferente ao sofrimento alheio? Sabemos, hoje, o quanto os processos de comunicação são responsáveis pela formatação dessas redes neurais.
Evoluímos a ponto de saber como despertar interesse, formar caráter, estabelecer relações e formatar cérebros. Esse é o tamanho da nossa responsabilidade.
Se pretendemos tratar das transformações que vêm ocorrendo sob a forte influência desses novos paradigmas, não podemos perder de vista o grande agente desse processo transformador. Não estamos nos referindo somente a novas técnicas. Estamos falando de um novo ser humano, do exercício de novas habilidades e competências visando à manutenção da vida na diversidade das suas manifestações. Um ser sustentável.
Fonte: Por Regina Migliori - Diretora do Instituto Migliori; consultora em Cultura de Paz da Unesco e membro-fundador do Instituto de Estudos do Futuro; in www.nosdacomunicacao.com
Mas como interagir conosco, com os outros e com o mundo simultaneamente? Essa dificuldade se suaviza quando ampliamos os mecanismos internos que se relacionam com a realidade.
Conhecemos parte do funcionamento do nosso cérebro e de suas redes neurais. Conseguimos captar o campo eletromagnético produzido pelos nossos pensamentos e suas interações com os campos produzidos pelos outros. Mapeamos múltiplas inteligências. Mergulhamos na forma e nos significados da nossa mente. Identificamos os mistérios e os avanços evolutivos da nossa consciência. Ainda há muito para ser desvendado, mas nossa visão sobre a forma como nos relacionamos com o mundo tem se ampliado bastante.
Entram em cena as múltiplas dimensões humanas, do orgânico ao espiritual, com suas diferentes formas de inteligência, todas aptas a intermediar as relações das pessoas com a realidade.
Essas múltiplas dimensões incluem não só uma perspectiva lógica/racional da realidade, mas também as dimensões éticas, vinculadas à expressão prática de valores, à noção de bem comum. As pesquisas a respeito da mente vêm demonstrando que não existe a possibilidade da produção de um pensamento exclusivamente racional, lógico e objetivo, sem nenhuma interação emocional. Pensar, sentir, imaginar, fazer, todas essas potencialidades interagem em um todo indivisível que é a ação humana.
A interação da pessoa com ela mesma, com os outros e com o mundo produzem impactos em todas essas dimensões. Além de toda a significação que as relações humanas adquiriram ao longo da nossa história, surgem novas e importantes responsabilidades há bem pouco tempo desconhecidas.
As relações humanas sedimentam redes neurais nos cérebros das pessoas. Nossas interações provocam alterações anatômicas em nós mesmos e nos outros, formatando verdadeiras avenidas entre os neurônios por onde transitam as informações. Isso amplia profundamente nossa responsabilidade nos processos de relacionamento humano. Qual é a qualidade das redes neurais que estamos imprimindo em nossos cérebros e nos cérebros alheios? Que tipo de processamento mental as pessoas estão produzindo em função da nossa influência? O quanto esse processamento é formatado de forma violenta, consumista ou indiferente ao sofrimento alheio? Sabemos, hoje, o quanto os processos de comunicação são responsáveis pela formatação dessas redes neurais.
Evoluímos a ponto de saber como despertar interesse, formar caráter, estabelecer relações e formatar cérebros. Esse é o tamanho da nossa responsabilidade.
Se pretendemos tratar das transformações que vêm ocorrendo sob a forte influência desses novos paradigmas, não podemos perder de vista o grande agente desse processo transformador. Não estamos nos referindo somente a novas técnicas. Estamos falando de um novo ser humano, do exercício de novas habilidades e competências visando à manutenção da vida na diversidade das suas manifestações. Um ser sustentável.
Fonte: Por Regina Migliori - Diretora do Instituto Migliori; consultora em Cultura de Paz da Unesco e membro-fundador do Instituto de Estudos do Futuro; in www.nosdacomunicacao.com
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