Uma das maiores cadeias de supermercados do país, recentemente, colocou à disposição dos consumidores um serviço inovador: o recolhimento de embalagens, na saída do caixa. De agora em diante, quem quiser leva para casa somente o produto, já despido.
Na Europa, a prática existe faz algum tempo e evita acumular, transportar e a perda de toneladas de lixo "bom", que pode e deve ser reciclado. A embalagem, além de suas funções operacionais, dentre elas a de segurança de produto no seu manuseio, expressa também atributos e promessas de marca. Na missão de encantar o consumidor no ponto de venda, algumas embalagens se transformaram em ícones do que carregam. A lembrança das embalagens de perfumes mostra que muitas delas são verdadeiras jóias. Em uma sociedade que valoriza, cada vez mais, o abstrato, as pessoas compram também os invólucros.
Não é um devaneio perguntar se a Coca-Cola clássica tem o mesmo sabor fora de sua tradicional embalagem; se a água Perrier perde alguma propriedade fora da clássica garrafinha verde, ou se a Maizena fica menos confiável fora da conhecida caixa amarela. As embalagens estabelecem uma simbiose profunda com os produtos que acondicionam e também com as marcas que as assinam.
A embalagem é um patrimônio conquistado pelo marketing. O consumidor tem na embalagem um sinalizador da confiança, um artigo muito raro hoje em dia. Sem embalagem, o mundo tende a ficar mais aborrecido, homogêneo, descolorido. A idéia do supermercado responde, em parte, à grande pressão da sociedade, autoridades e organizações do terceiro setor preocupadas em preservar e minimizar danos ao meio ambiente, por meio de ações que possam dar destino correto ou reaproveitamento de resíduos, com geração do menor impacto possível e desperdício energético.
O pensamento por traz do recolhimento prévio de embalagens carrega um posicionamento bastante atual: "quem fabrica e coloca um produto no mercado também é responsável pelo seu recolhimento". Um bom exemplo são as baterias velhas de telefones celulares e de pilhas usadas acolhidas nos pontos de venda. O outro exemplo pioneiro vem da Natura, que criou um sistema de refis, para consumidores preocupados com a preservação do meio ambiente, destinados a reabastecer as embalagens originais, mais sofisticadas de seus produtos.
A reciclagem do alumínio de milhões de latas de bebidas é outro de sucesso, que utiliza o valor econômico do bem retornado. As garrafas usadas de plástico também ganharão o mesmo apelo econômico, com a transformação em matéria-prima para a fabricação de inúmeros outros produtos.
É inaceitável pensar o mundo como um lixão. Medidas preventivas adotadas pela indústria e pelo comércio são sempre bem-vindas e urgentes. O recolhimento de embalagem nos pontos de venda não significa a morte ou a desnecessidade dos envoltórios, mas um desafio à criatividade de seus designers.
Está muito próximo o dia em que, ao comprar uma mercadoria, entregaremos a usada. Vivemos diante de sérios dilemas diretamente ligados à nossa existência, como espécie, sobre a Terra. Só precisamos ter cautela para não cair no extremo oposto: as idéias higiênicas e disciplinadoras, as cidades como grandes salas de aulas de educação moral e cívica, onde se entoam hinos de louvação à morte das bactérias, vírus e fungos.
Fonte: Por Paulo Nassar, in www.aberje.com.br
Na Europa, a prática existe faz algum tempo e evita acumular, transportar e a perda de toneladas de lixo "bom", que pode e deve ser reciclado. A embalagem, além de suas funções operacionais, dentre elas a de segurança de produto no seu manuseio, expressa também atributos e promessas de marca. Na missão de encantar o consumidor no ponto de venda, algumas embalagens se transformaram em ícones do que carregam. A lembrança das embalagens de perfumes mostra que muitas delas são verdadeiras jóias. Em uma sociedade que valoriza, cada vez mais, o abstrato, as pessoas compram também os invólucros.
Não é um devaneio perguntar se a Coca-Cola clássica tem o mesmo sabor fora de sua tradicional embalagem; se a água Perrier perde alguma propriedade fora da clássica garrafinha verde, ou se a Maizena fica menos confiável fora da conhecida caixa amarela. As embalagens estabelecem uma simbiose profunda com os produtos que acondicionam e também com as marcas que as assinam.
A embalagem é um patrimônio conquistado pelo marketing. O consumidor tem na embalagem um sinalizador da confiança, um artigo muito raro hoje em dia. Sem embalagem, o mundo tende a ficar mais aborrecido, homogêneo, descolorido. A idéia do supermercado responde, em parte, à grande pressão da sociedade, autoridades e organizações do terceiro setor preocupadas em preservar e minimizar danos ao meio ambiente, por meio de ações que possam dar destino correto ou reaproveitamento de resíduos, com geração do menor impacto possível e desperdício energético.
O pensamento por traz do recolhimento prévio de embalagens carrega um posicionamento bastante atual: "quem fabrica e coloca um produto no mercado também é responsável pelo seu recolhimento". Um bom exemplo são as baterias velhas de telefones celulares e de pilhas usadas acolhidas nos pontos de venda. O outro exemplo pioneiro vem da Natura, que criou um sistema de refis, para consumidores preocupados com a preservação do meio ambiente, destinados a reabastecer as embalagens originais, mais sofisticadas de seus produtos.
A reciclagem do alumínio de milhões de latas de bebidas é outro de sucesso, que utiliza o valor econômico do bem retornado. As garrafas usadas de plástico também ganharão o mesmo apelo econômico, com a transformação em matéria-prima para a fabricação de inúmeros outros produtos.
É inaceitável pensar o mundo como um lixão. Medidas preventivas adotadas pela indústria e pelo comércio são sempre bem-vindas e urgentes. O recolhimento de embalagem nos pontos de venda não significa a morte ou a desnecessidade dos envoltórios, mas um desafio à criatividade de seus designers.
Está muito próximo o dia em que, ao comprar uma mercadoria, entregaremos a usada. Vivemos diante de sérios dilemas diretamente ligados à nossa existência, como espécie, sobre a Terra. Só precisamos ter cautela para não cair no extremo oposto: as idéias higiênicas e disciplinadoras, as cidades como grandes salas de aulas de educação moral e cívica, onde se entoam hinos de louvação à morte das bactérias, vírus e fungos.
Fonte: Por Paulo Nassar, in www.aberje.com.br
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em especial na venda de produto por impulso.