Paredes feitas de pixels e logotipo da fachada da empresa moldado com ferramentas como o mouse. O Second Life - universo on-line tridimensional - permite às firmas ter duas sedes: uma no "mundo real" e outra no virtual.
As grandes empresas já estão marcando presença nesse ambiente. Erguem empreendimentos, organizam festas e eventos para apresentar lançamentos e anunciam em outdoors para evidenciar a marca.
A reboque, pequenos e médios empresários também já estão de olho na tela. O tema, porém, gera debates acalorados -consultores questionam as vantagens de abrir uma empresa virtual nessa plataforma.
Uma das principais dúvidas sobre a eficácia desse universo para fortalecer a marca é o tamanho da população virtual. Dados do Second Life Brasil indicam 400 mil cadastros brasileiros - nem todos são usuários -, dos quais 200 mil feitos nos últimos dois meses. A meta é chegar a abril de 2008 com 2 milhões de participantes.
Jovens de classe alta
Mas ainda tem mais gente espiando esse universo do que participando dele. Uma pesquisa realizada pelo Ibope//NetRatings em maio mostra que, dos 17,9 milhões de pessoas que usaram a internet em casa, 167 mil participaram do Second Life. Os que acessaram os sites do Second Life -internacional e brasileiro- mas não usaram o programa somam 423 mil.
"Não é uma mídia digital de massa", opina Claudio Palmieri, gerente de planejamento e inovação da Mídia Digital.
Para ele, a experiência corporativa no universo virtual só se justifica em casos específicos, como lançamentos para as classes A e B e para o público jovem.
As estratégias para se estabelecer no universo virtual também têm sido questionadas. "Tem que abrir mão da fachada da empresa", diz Conrado Adolpho, diretor da Publiweb, firma de marketing digital, referindo-se à iniciativa de companhias de construir uma cópia do empreendimento real sem investir em interatividade.
Para ele, o Second Life deve ser visto como ferramenta para o marketing de relacionamento. É preciso, diz, elaborar atividades criativas, como jogos.
Na espera
Manter apenas o esqueleto do prédio sem oferecer interatividade pode, segundo Adolpho, ter o efeito contrário e gerar experiências negativas.
A busca por novas formas de divulgação da marca tem feito com que as empresas adiem seus planos de ingresso. Foi isso o que fez com que a proposta de criar um café virtual e reunir empresários da firma de mídia digital Adrenax voltasse à fase de planejamento. "Simples exposição [da marca] ou oferta de brinde comum pode ser frustrante para o usuário", diz o vice-presidente da empresa, Gil Giardelli, 33.
"Para as microempresas, há muitas ações mais interessantes [do que ingressar no Second Life]", sentencia o diretor da Publiweb, Conrado Adolpho.
Para ele, antes de planejar ação no universo virtual, as pequenas devem apostar em outras ferramentas da internet. "Fazer com que o endereço da empresa apareça nas primeiras posições em sites de busca gera mais resultados", afirma.
Cristiano Miano, da DigiPronto, concorda. Para ele, aplicar recursos na página da firma na web, construindo canais de relacionamento com o cliente e de serviços, oferece retorno maior para o empresário.
É investindo em outras ferramentas que a empresa Skyzone, de jogos para celular, busca captar clientes. Além do site, a firma adquiriu uma banca, semelhante às de jornal, na ilha de Copacabana, no Second Life, e tem recorrido ao Orkut e a publicações especializadas.
A menina-dos-olhos é o site de relacionamentos. O analista de marketing da empresa Marcos Montagna, 32, explica que, desde janeiro, a estratégia é apresentar os produtos em comunidades relacionadas aos temas dos jogos. "Assim, conseguimos aumentar em dez vezes a visitação de nosso site", conta.
A empresa planeja apresentar o conteúdo dos games no Second Life. Mas Montagna diz não acreditar que o universo virtual possa ter o mesmo impacto que a ação no Orkut. "Em um mês, [o estande do metaverso] deve estar montado, mas não é prioridade."
Fonte: Por Raquel Bocato, in jornal Folha de São Paulo
As grandes empresas já estão marcando presença nesse ambiente. Erguem empreendimentos, organizam festas e eventos para apresentar lançamentos e anunciam em outdoors para evidenciar a marca.
A reboque, pequenos e médios empresários também já estão de olho na tela. O tema, porém, gera debates acalorados -consultores questionam as vantagens de abrir uma empresa virtual nessa plataforma.
Uma das principais dúvidas sobre a eficácia desse universo para fortalecer a marca é o tamanho da população virtual. Dados do Second Life Brasil indicam 400 mil cadastros brasileiros - nem todos são usuários -, dos quais 200 mil feitos nos últimos dois meses. A meta é chegar a abril de 2008 com 2 milhões de participantes.
Jovens de classe alta
Mas ainda tem mais gente espiando esse universo do que participando dele. Uma pesquisa realizada pelo Ibope//NetRatings em maio mostra que, dos 17,9 milhões de pessoas que usaram a internet em casa, 167 mil participaram do Second Life. Os que acessaram os sites do Second Life -internacional e brasileiro- mas não usaram o programa somam 423 mil.
"Não é uma mídia digital de massa", opina Claudio Palmieri, gerente de planejamento e inovação da Mídia Digital.
Para ele, a experiência corporativa no universo virtual só se justifica em casos específicos, como lançamentos para as classes A e B e para o público jovem.
As estratégias para se estabelecer no universo virtual também têm sido questionadas. "Tem que abrir mão da fachada da empresa", diz Conrado Adolpho, diretor da Publiweb, firma de marketing digital, referindo-se à iniciativa de companhias de construir uma cópia do empreendimento real sem investir em interatividade.
Para ele, o Second Life deve ser visto como ferramenta para o marketing de relacionamento. É preciso, diz, elaborar atividades criativas, como jogos.
Na espera
Manter apenas o esqueleto do prédio sem oferecer interatividade pode, segundo Adolpho, ter o efeito contrário e gerar experiências negativas.
A busca por novas formas de divulgação da marca tem feito com que as empresas adiem seus planos de ingresso. Foi isso o que fez com que a proposta de criar um café virtual e reunir empresários da firma de mídia digital Adrenax voltasse à fase de planejamento. "Simples exposição [da marca] ou oferta de brinde comum pode ser frustrante para o usuário", diz o vice-presidente da empresa, Gil Giardelli, 33.
"Para as microempresas, há muitas ações mais interessantes [do que ingressar no Second Life]", sentencia o diretor da Publiweb, Conrado Adolpho.
Para ele, antes de planejar ação no universo virtual, as pequenas devem apostar em outras ferramentas da internet. "Fazer com que o endereço da empresa apareça nas primeiras posições em sites de busca gera mais resultados", afirma.
Cristiano Miano, da DigiPronto, concorda. Para ele, aplicar recursos na página da firma na web, construindo canais de relacionamento com o cliente e de serviços, oferece retorno maior para o empresário.
É investindo em outras ferramentas que a empresa Skyzone, de jogos para celular, busca captar clientes. Além do site, a firma adquiriu uma banca, semelhante às de jornal, na ilha de Copacabana, no Second Life, e tem recorrido ao Orkut e a publicações especializadas.
A menina-dos-olhos é o site de relacionamentos. O analista de marketing da empresa Marcos Montagna, 32, explica que, desde janeiro, a estratégia é apresentar os produtos em comunidades relacionadas aos temas dos jogos. "Assim, conseguimos aumentar em dez vezes a visitação de nosso site", conta.
A empresa planeja apresentar o conteúdo dos games no Second Life. Mas Montagna diz não acreditar que o universo virtual possa ter o mesmo impacto que a ação no Orkut. "Em um mês, [o estande do metaverso] deve estar montado, mas não é prioridade."
Fonte: Por Raquel Bocato, in jornal Folha de São Paulo
Comentários