Imagine que sua empresa recomende que você use a roupa que fabrica, utilize o carro que vende ou compre os alimentos que distribui. Muitas fazem isto, embora sejam sutis ao incentivar seu uso mediante promoções e descontos para funcionários, pois, do contrário, seria difícil alcançar este grau de compromisso.
Mas até que ponto os funcionários são obrigados a assumir esta responsabilidade? Há poucas semanas, os trabalhadores da Fiat, na Espanha, tornaram-se os autênticos protagonistas da campanha de lançamento do último utilitário da companhia. No final de novembro, milhares de trabalhadores da Baileys em todo o mundo saíram às ruas com a finalidade de se tornarem também os porta-estandartes do creme irlandês, aproximando-se de modo mais direto dos consumidores do produto para o qual trabalham.
Trata-se de iniciativas que, utilizando recursos de marketing, pretendem incrementar o grau de compromisso dos empregados e ver até que ponto estes são capazes de identificar-se com os produtos e serviços vendidos pela empresa, projetando ao mesmo tempo uma melhor imagem corporativa para o exterior. São ações específicas que assinalam uma mudança de tendência na relação entre a empresa e os empregados, e que vão muito além de incentivar o compromisso mediante políticas salariais ou medidas de conciliação.
Vontade
"No caso da Baileys, tratava-se de uma atividade voluntária da qual participaram 79% dos funcionários, inclusive a direção", diz Clarissa Nunes, diretora de recursos humanos da companhia. Os profissionais saíram às ruas com o objetivo de vender o produto, conhecer de perto seus consumidores finais e reunir informações sobre as peculiaridades da venda. O que, sem dúvida, é lucrativo para a empresa, mas também ajuda o empregado a compreender o ambiente em que desempenha sua atividade.
Para terminar, a empresa sorteou dias de férias entre os participantes. Segundo Nunes, os empregados devem ser os primeiros a conhecer todos os produtos e devem tornar-se os embaixadores do consumo responsável frente aos clientes, a consumidores e conhecidos, e a empresa precisa facilitar-lhes os meios. "Por isto, ao longo do próximo ano, a companhia realizará outra série de ações que visam alimentar a paixão pelas marcas, que é um dos nossos valores", explica Nunes.
Agustín Vivancos e José María Prieto, respectivamente presidente e vice-presidente da agência Dommo Creative Center, são os autores da campanha de apresentação do Fiat 500 aos empregados da companhia na Espanha. "A idéia, que culminou com a realização de uma foto corporativa de todos os funcionários com o novo carro, baseia-se na importância de viver uma marca desde dentro. Muitas vezes, as campanhas publicitárias saem à rua sem se conhecerem internamente", explicam.
Implicação
Para Vivancos, com estas idéias os trabalhadores ganham em motivação e implicação, porque se você sabe o que sua empresa faz e por quê o faz, adquire mais consciência de que faz parte dela. Deixa de ser um mero espectador para tornar-se um participante, o que provoca inevitavelmente uma mudança no modo de trabalhar. De fato, Fernando Destefanis, diretor de recursos humanos da Fiat, afirma que, "com esta iniciativa, aumentou o orgulho de pertencer à empresa, e esta conseguiu uma maior coesão da equipe". Destefanis reconhece que faz parte da cultura empresarial e que em cada lançamento se procura a colaboração dos trabalhadores para que sejam embaixadores da marca.
No caso da Coca-Cola, seus responsáveis sabem que a maioria de suas ações de comunicação destina-se a aumentar o conhecimento dos produtos e despertar o orgulho de pertencer a ela. Assim, a filial espanhola da companhia desenvolveu o programa Fit for the Future Academy, que pretende tornar os trabalhadores verdadeiros especialistas em nutrição e hábitos de vida saudável.
Por meio de um jogo on-line, a Coca-Cola procura que os funcionários realizem melhor suas funções, promovam uma imagem determinada da companhia e se tornem porta-vozes das práticas da empresa e de sua estratégia. Segundo Silvia Prado, responsável pela iniciativa, são programas que devem ser incentivados com algum prêmio. "É uma forma de garantir uma participação ativa", afirma.
Descobrir os aspectos que conseguem persuadir os funcionários a ter um compromisso com a organização é um desafio permanente para as empresas porque, além disso, são fatores que evoluem em função da etapa profissional na qual se encontram.
Fonte: Por Marián Lezaun/Expansión, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 9
Mas até que ponto os funcionários são obrigados a assumir esta responsabilidade? Há poucas semanas, os trabalhadores da Fiat, na Espanha, tornaram-se os autênticos protagonistas da campanha de lançamento do último utilitário da companhia. No final de novembro, milhares de trabalhadores da Baileys em todo o mundo saíram às ruas com a finalidade de se tornarem também os porta-estandartes do creme irlandês, aproximando-se de modo mais direto dos consumidores do produto para o qual trabalham.
Trata-se de iniciativas que, utilizando recursos de marketing, pretendem incrementar o grau de compromisso dos empregados e ver até que ponto estes são capazes de identificar-se com os produtos e serviços vendidos pela empresa, projetando ao mesmo tempo uma melhor imagem corporativa para o exterior. São ações específicas que assinalam uma mudança de tendência na relação entre a empresa e os empregados, e que vão muito além de incentivar o compromisso mediante políticas salariais ou medidas de conciliação.
Vontade
"No caso da Baileys, tratava-se de uma atividade voluntária da qual participaram 79% dos funcionários, inclusive a direção", diz Clarissa Nunes, diretora de recursos humanos da companhia. Os profissionais saíram às ruas com o objetivo de vender o produto, conhecer de perto seus consumidores finais e reunir informações sobre as peculiaridades da venda. O que, sem dúvida, é lucrativo para a empresa, mas também ajuda o empregado a compreender o ambiente em que desempenha sua atividade.
Para terminar, a empresa sorteou dias de férias entre os participantes. Segundo Nunes, os empregados devem ser os primeiros a conhecer todos os produtos e devem tornar-se os embaixadores do consumo responsável frente aos clientes, a consumidores e conhecidos, e a empresa precisa facilitar-lhes os meios. "Por isto, ao longo do próximo ano, a companhia realizará outra série de ações que visam alimentar a paixão pelas marcas, que é um dos nossos valores", explica Nunes.
Agustín Vivancos e José María Prieto, respectivamente presidente e vice-presidente da agência Dommo Creative Center, são os autores da campanha de apresentação do Fiat 500 aos empregados da companhia na Espanha. "A idéia, que culminou com a realização de uma foto corporativa de todos os funcionários com o novo carro, baseia-se na importância de viver uma marca desde dentro. Muitas vezes, as campanhas publicitárias saem à rua sem se conhecerem internamente", explicam.
Implicação
Para Vivancos, com estas idéias os trabalhadores ganham em motivação e implicação, porque se você sabe o que sua empresa faz e por quê o faz, adquire mais consciência de que faz parte dela. Deixa de ser um mero espectador para tornar-se um participante, o que provoca inevitavelmente uma mudança no modo de trabalhar. De fato, Fernando Destefanis, diretor de recursos humanos da Fiat, afirma que, "com esta iniciativa, aumentou o orgulho de pertencer à empresa, e esta conseguiu uma maior coesão da equipe". Destefanis reconhece que faz parte da cultura empresarial e que em cada lançamento se procura a colaboração dos trabalhadores para que sejam embaixadores da marca.
No caso da Coca-Cola, seus responsáveis sabem que a maioria de suas ações de comunicação destina-se a aumentar o conhecimento dos produtos e despertar o orgulho de pertencer a ela. Assim, a filial espanhola da companhia desenvolveu o programa Fit for the Future Academy, que pretende tornar os trabalhadores verdadeiros especialistas em nutrição e hábitos de vida saudável.
Por meio de um jogo on-line, a Coca-Cola procura que os funcionários realizem melhor suas funções, promovam uma imagem determinada da companhia e se tornem porta-vozes das práticas da empresa e de sua estratégia. Segundo Silvia Prado, responsável pela iniciativa, são programas que devem ser incentivados com algum prêmio. "É uma forma de garantir uma participação ativa", afirma.
Descobrir os aspectos que conseguem persuadir os funcionários a ter um compromisso com a organização é um desafio permanente para as empresas porque, além disso, são fatores que evoluem em função da etapa profissional na qual se encontram.
Fonte: Por Marián Lezaun/Expansión, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 9
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