Um profissional de marketing é qualquer pessoa, independentemente de cargo, profissão ou função, cuja atividade compreenda a participação permanente e/ou o poder de decisão em áreas estratégicas de marketing e a criação e o desenvolvimento de estratégias de preço, distribuição, comunicação e promoção de produtos ou serviços. Esta é a definição que consta no artigo primeiro do Código de Ética dos profissionais de marketing, criado de forma conjunta pela Associação Brasileira de Marketing e Negócios (ABMN) e a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).
Entretanto, caso seja aprovado, um polêmico projeto de lei para a regulamentação da profissão, que tramita atualmente em Brasília, fará com que muita coisa mude na profissão. A começar pelo código de ética, pois a proposição considera profissional de marketing apenas aqueles que possuem diploma de graduação ou de bacharel em marketing - reconhecido e aprovado pelo Ministério da Educação -, diploma de pós-graduação lato sensu ou ainda os que puderem comprovar experiência de sete anos na profissão.
Prestes a ganhar um novo texto, elaborado pelo deputado Felipe Bornier (PHS/RJ), que aguarda aprovação na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público, um projeto que visa à regulamentação da profissão está provocando polêmica entre os profissionais da área.
O presidente da Academia Brasileira de Marketing e autor do best seller Os 50 mandamentos do marketing, Francisco Alberto Madia de Souza, acredita que a regulamentação pode trazer pontos positivos e negativos aos profissionais da área. "Do ponto de vista humanista, abomino este tipo de medida", afirma.
Madia de Souza diz perceber, no entanto, que regulamentações profissionais fazem parte de um movimento importante pelo qual passa a sociedade de serviços, que está substituindo a sociedade industrial. "Isso pode fazer com que profissionais do meio se unam, como fazem médicos e arquitetos, entre outros", completa o especialista.
Ele observa que a tendência de organização por profissões deve passar por um "boom" entre os anos de 2030 e 2040, quando, na sua opinião, a sociedade industrial dará, de fato, lugar a uma sociedade de serviços. Afirma, porém, que esta tendência mundial poderá se agravar no Brasil, já que a legislação trabalhista do País é falha. "Hoje, em vez de empregados, empresas estão procurando parceiros. Assim, organizações trabalhistas terão que ser consistentes", adverte Madia de Souza.
Como ponto negativo da regulamentação, ele observa que o texto do projeto de lei não contempla pesquisas de mercado, distribuição, vendas, entrega, desenvolvimento de relacionamento dentro e fora da empresa e fidelização. "Assim, acabam tratando o marketing como se fosse publicidade", completa.
O diretor de assuntos corporativos e culturais da ESPM e coordenador da equipe que redigiu o código de ética da profissão, José Roberto Whitaker, acredita que a tentativa de regulamentação de uma profissão de perfil tão diverso e complexo como o marketing tende a cair sempre em um erro de conceituação.
"Se aprovado, o projeto de lei pode criar reservas de mercado. Não podemos tratar esta profissão como se faz com a medicina e a advocacia", comenta Whitaker. Segundo ele, como é multidisciplinar, a área de marketing hoje reúne profissionais de bom nível com formação em psicologia, jornalismo e engenharia, entre outras áreas de atuação.
Formado em Administração de Empresas e Marketing, Edson Bucci tem 20 anos de experiência em tecnologia da informação. Recém-contratado para a gerência de marketing da Uniserv, empresa da área de business inteligence e outsourcing, Bucci acredita que, como profissão muito baseada na intuição, o marketing exige muito mais do que profissionais formados na área. "De nada adianta fazer uma faculdade de marketing, se o profissional não buscar conhecimentos na psicologia, comunicação e até na geografia".
Fonte: Por Alexandre Staut, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 9
Entretanto, caso seja aprovado, um polêmico projeto de lei para a regulamentação da profissão, que tramita atualmente em Brasília, fará com que muita coisa mude na profissão. A começar pelo código de ética, pois a proposição considera profissional de marketing apenas aqueles que possuem diploma de graduação ou de bacharel em marketing - reconhecido e aprovado pelo Ministério da Educação -, diploma de pós-graduação lato sensu ou ainda os que puderem comprovar experiência de sete anos na profissão.
Prestes a ganhar um novo texto, elaborado pelo deputado Felipe Bornier (PHS/RJ), que aguarda aprovação na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público, um projeto que visa à regulamentação da profissão está provocando polêmica entre os profissionais da área.
O presidente da Academia Brasileira de Marketing e autor do best seller Os 50 mandamentos do marketing, Francisco Alberto Madia de Souza, acredita que a regulamentação pode trazer pontos positivos e negativos aos profissionais da área. "Do ponto de vista humanista, abomino este tipo de medida", afirma.
Madia de Souza diz perceber, no entanto, que regulamentações profissionais fazem parte de um movimento importante pelo qual passa a sociedade de serviços, que está substituindo a sociedade industrial. "Isso pode fazer com que profissionais do meio se unam, como fazem médicos e arquitetos, entre outros", completa o especialista.
Ele observa que a tendência de organização por profissões deve passar por um "boom" entre os anos de 2030 e 2040, quando, na sua opinião, a sociedade industrial dará, de fato, lugar a uma sociedade de serviços. Afirma, porém, que esta tendência mundial poderá se agravar no Brasil, já que a legislação trabalhista do País é falha. "Hoje, em vez de empregados, empresas estão procurando parceiros. Assim, organizações trabalhistas terão que ser consistentes", adverte Madia de Souza.
Como ponto negativo da regulamentação, ele observa que o texto do projeto de lei não contempla pesquisas de mercado, distribuição, vendas, entrega, desenvolvimento de relacionamento dentro e fora da empresa e fidelização. "Assim, acabam tratando o marketing como se fosse publicidade", completa.
O diretor de assuntos corporativos e culturais da ESPM e coordenador da equipe que redigiu o código de ética da profissão, José Roberto Whitaker, acredita que a tentativa de regulamentação de uma profissão de perfil tão diverso e complexo como o marketing tende a cair sempre em um erro de conceituação.
"Se aprovado, o projeto de lei pode criar reservas de mercado. Não podemos tratar esta profissão como se faz com a medicina e a advocacia", comenta Whitaker. Segundo ele, como é multidisciplinar, a área de marketing hoje reúne profissionais de bom nível com formação em psicologia, jornalismo e engenharia, entre outras áreas de atuação.
Formado em Administração de Empresas e Marketing, Edson Bucci tem 20 anos de experiência em tecnologia da informação. Recém-contratado para a gerência de marketing da Uniserv, empresa da área de business inteligence e outsourcing, Bucci acredita que, como profissão muito baseada na intuição, o marketing exige muito mais do que profissionais formados na área. "De nada adianta fazer uma faculdade de marketing, se o profissional não buscar conhecimentos na psicologia, comunicação e até na geografia".
Fonte: Por Alexandre Staut, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 9
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