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Profissionais têm medo de sair em férias

Quatro em cada dez executivos têm medo de sair em férias. Segundo pesquisa realizada no Brasil pela International Stress Management Association (Isma), com 678 profissionais, das cidades de São Paulo e Porto Alegre, 38% deles temem deixar a cadeira vaga durante 30 dias. Quase metade destes que se preocupam com a saída (46%) acreditam que decisões importantes podem ser tomadas durante a sua ausência.

Mas o maior temor é mesmo o da perda do cargo ou até do emprego. Dos 38% que temem sair em férias, 32% se preocupam com possíveis mudanças de cargo ou de responsabilidades devido a fusões e enxugamentos e 19% temem possíveis reduções nos quadros no período. Outros 3% têm medo de que ninguém sinta sua falta nas férias. "Cada vez mais empresas estão demitindo, enxugando seus quadros. Isso gera uma insegurança e uma expectativa muito grandes por parte dos funcionários", diz Ana Maria Rossi, presidente da Isma-BR.

Segundo ela, é prática comum as companhias demitirem executivos após as férias. "Acho extremamente desumano um profissional sair em férias e, quando volta, ter alguém ocupando o seu lugar. Na pesquisa, os executivos exteriorizaram esse medo também."

Ainda segundo o estudo, os profissionais demoram 10 dias para entrar, efetivamente, no ritmo de férias, esquecendo enfim das atribuições do trabalho. Depois disso, conseguem aproveitar a folga plenamente durante 10 dias. Já nos últimos 10 dias de férias começam a se preocupar com o retorno ao trabalho. "Sugiro que a pessoa tire férias mais vezes e menos tempo", afirma Ana Maria. "Quando se tira férias com períodos mais freqüentes, não se acumula tanto estresse e se precisa de menos tempo para se sentir em férias", complementa.

A presidente da Isma-BR orienta os executivos que têm filhos a planejarem suas férias para locais onde haja opções para todos. "Se a pessoa tiver crianças e adolescentes, não adiantar ir para um lugar onde só tem adultos, porque eles vão ficar perguntando a todo momento ‘quando vamos embora?’"

Segundo o levantamento, 76% dos executivos perdem os benefícios das férias (relaxamento, tranqüilidade) em uma semana. Só 16% deles conseguem integrar os ganhos das férias (alimentação melhor e prática de exercícios, por exemplo) em suas rotinas. Do total, 6% voltam rapidamente ao nível de estresse de antes das férias e 2% retornam das férias mais estressados do que quando saíram.


Fonte: Por Marcelo Monteiro, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 7

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