Escrevi este livro nos últimos dois anos e meio. O objetivo foi apresentar novas metodologias de formação e gestão de preços aos executivos e empresários brasileiros. São idéias simples, baseadas em pesquisas e experiências práticas, que se encaixam em negócios de diferentes tamanhos e segmentos de atuação.
A questão é que até o início dos anos 90, com a inflação galopante, não era possível praticar preços de uma forma mais estratégica no Brasil. A principal preocupação na hora de definir o valor de um produto era antecipar índices de reajuste. Hoje, com uma economia mais estável, já é possível estabelecer uma política de preços estratégica buscando maior lucratividade para as empresas.
Enquanto redigia o livro, comecei e parei várias vezes sentindo a dificuldade de transformar em palavras experiências e conhecimentos adquiridos na área de formação e gestão de preços. Para facilitar, estruturei o tema em uma seqüência que me pareceu a mais lógica.
Começo por algumas definições de conceitos básicos para uniformizar conceitos da área. Entender valor percebido, preços absolutos e preços relativos, só para mencionar três, são imprescindíveis para qualquer executivo ou empresário que queira apreçar com precisão. Em seguida, o livro busca trazer alguns aspectos do dia-a-dia da administração de preços e apresenta alguns erros cometidos que são muito comuns.
Evitando guerra de preços desnecessárias – A análise do histórico de vendas é sempre uma ótima fonte de informação para podermos identificar áreas de oportunidade para melhorar a gestão do processo de apreçamento. Mas também é importante não deixar de lado as informações do mercado. É preciso conhecer muito bem nossos clientes, consumidores e também os concorrentes. O objetivo é antecipar e evitar as ações que possam levar todo o mercado para uma guerra de preços desnecessária.
Feitas todas as análises, com os conceitos compreendidos, identificados os processos e corrigidos os possíveis erros, estamos prontos para iniciar a próxima etapa. Nesse caso, é possível usar algumas soluções inovadoras (outras nem tanto) na área de gestão e formação de preços.
Para começar, uma empresa precisa definir sua estratégia de preços que deverá ser utilizada como mapa de orientação para qualquer definição de rumo necessária para ajustes de posicionamento de preço. E o ideal é que ela esteja em sintonia com a estratégia de marketing, visão e missão da empresa no longo prazo. Para exemplificar, o que quero dizer é que, se existe toda uma estratégia de preços baixos, com vantagens competitivas de custos, fica difícil para uma empresa com esta filosofia querer, de uma hora para outra, cobrar preços superiores aos praticados pela média de mercado.
Mas, como saber o preço ideal para uma linha de produtos ou um novo lançamento?
Essa é uma das situações mais freqüentes para quem atua nas funções de gerência de marketing ou finanças. O livro aborda, por exemplo, as diferenças que existem ao se lançar um produto completamente revolucionário e outro que pode ser considerado uma extensão de linha. Explora os diferenciais que podem ser cobrados por produtos segmentados dentro de um mesmo mercado. Também apresenta conceitos como produtos complementares ou substitutos, entre outros.
Apreçamento de serviços – Muito mais intangível do que qualquer produto, definir preços para serviços é bastante complexo. O grau de incerteza pela compra fica muito maior e a avaliação do serviço só poderá ser feita após sua execução. Portanto, são apresentados temas, como o valor que uma garantia pode trazer no processo de decisão ou a imagem de qualidade superior que um preço alto certamente fornece.
Promoção vende - Isso não é novidade para ninguém. Portanto, um livro de gestão de preços também não poderia deixar de abordar o assunto. Então, escolhi falar sobre descontos e algumas experiências conhecidas envolvendo aspectos promocionais. Como o foco é sempre uma melhoria na lucratividade, o uso de promoções deverá ser sempre muito bem planejado e o retorno depois da ação promocional precisa ser medido. Abordo ainda segmentação de canais de vendas, que torna o uso de preço promocional uma tática mais administrável por parte da empresa.
Os três pilares – O primeiro deles é o uso de tecnologias para a gestão de preços. Existe hoje no mercado software específico, sistemas estatísticos para análise de dados e até o uso de programas de definição de preços pela internet, onde preços podem ser alterados quase que em tempo real com baixo custo. São tecnologias para melhorar o entendimento do que está acontecendo com seus preços no mercado. Aproveito para abordar também o tema de gestão de preços como um processo, utilizando conceitos como Seis Sigma para análises de oportunidades.
Depois, discuto questões sobre a negociação de preços e a comunicação de preços ao mercado. Muitas vezes estratégias bem feitas são totalmente destruídas por erro na comunicação ou na negociação entre a empresa e seus clientes. Termino com uma abordagem quase filosófica sobre preços e ética. A pergunta é: cobrar mais caro é correto? E a resposta é que se existir um senso de justiça e transparência em seus preços, e o consumidor perceber que seu produto como um todo possui uma proposta de maior valor, sua empresa deverá sim cobrar mais por isso.
Gostaria de finalizar afirmando que não tenho resposta para tudo, mas a idéia é transmitir de forma clara e objetiva o pouco que sei sobre o assunto. A cada dia que passa, realizando projetos, palestras e treinamentos, novas idéias vão surgindo, novas soluções são implementadas e algumas práticas ficarão obsoletas com o tempo. Mas ainda assim, estou certo de que, ao ler o livro, os profissionais da área poderão identificar sugestões para que as empresas consigam estabelecer melhores preços e, conseqüentemente, aumentar os lucros.
Fonte: Por Frederico Zornig, in www.hsm.com.br
A questão é que até o início dos anos 90, com a inflação galopante, não era possível praticar preços de uma forma mais estratégica no Brasil. A principal preocupação na hora de definir o valor de um produto era antecipar índices de reajuste. Hoje, com uma economia mais estável, já é possível estabelecer uma política de preços estratégica buscando maior lucratividade para as empresas.
Enquanto redigia o livro, comecei e parei várias vezes sentindo a dificuldade de transformar em palavras experiências e conhecimentos adquiridos na área de formação e gestão de preços. Para facilitar, estruturei o tema em uma seqüência que me pareceu a mais lógica.
Começo por algumas definições de conceitos básicos para uniformizar conceitos da área. Entender valor percebido, preços absolutos e preços relativos, só para mencionar três, são imprescindíveis para qualquer executivo ou empresário que queira apreçar com precisão. Em seguida, o livro busca trazer alguns aspectos do dia-a-dia da administração de preços e apresenta alguns erros cometidos que são muito comuns.
Evitando guerra de preços desnecessárias – A análise do histórico de vendas é sempre uma ótima fonte de informação para podermos identificar áreas de oportunidade para melhorar a gestão do processo de apreçamento. Mas também é importante não deixar de lado as informações do mercado. É preciso conhecer muito bem nossos clientes, consumidores e também os concorrentes. O objetivo é antecipar e evitar as ações que possam levar todo o mercado para uma guerra de preços desnecessária.
Feitas todas as análises, com os conceitos compreendidos, identificados os processos e corrigidos os possíveis erros, estamos prontos para iniciar a próxima etapa. Nesse caso, é possível usar algumas soluções inovadoras (outras nem tanto) na área de gestão e formação de preços.
Para começar, uma empresa precisa definir sua estratégia de preços que deverá ser utilizada como mapa de orientação para qualquer definição de rumo necessária para ajustes de posicionamento de preço. E o ideal é que ela esteja em sintonia com a estratégia de marketing, visão e missão da empresa no longo prazo. Para exemplificar, o que quero dizer é que, se existe toda uma estratégia de preços baixos, com vantagens competitivas de custos, fica difícil para uma empresa com esta filosofia querer, de uma hora para outra, cobrar preços superiores aos praticados pela média de mercado.
Mas, como saber o preço ideal para uma linha de produtos ou um novo lançamento?
Essa é uma das situações mais freqüentes para quem atua nas funções de gerência de marketing ou finanças. O livro aborda, por exemplo, as diferenças que existem ao se lançar um produto completamente revolucionário e outro que pode ser considerado uma extensão de linha. Explora os diferenciais que podem ser cobrados por produtos segmentados dentro de um mesmo mercado. Também apresenta conceitos como produtos complementares ou substitutos, entre outros.
Apreçamento de serviços – Muito mais intangível do que qualquer produto, definir preços para serviços é bastante complexo. O grau de incerteza pela compra fica muito maior e a avaliação do serviço só poderá ser feita após sua execução. Portanto, são apresentados temas, como o valor que uma garantia pode trazer no processo de decisão ou a imagem de qualidade superior que um preço alto certamente fornece.
Promoção vende - Isso não é novidade para ninguém. Portanto, um livro de gestão de preços também não poderia deixar de abordar o assunto. Então, escolhi falar sobre descontos e algumas experiências conhecidas envolvendo aspectos promocionais. Como o foco é sempre uma melhoria na lucratividade, o uso de promoções deverá ser sempre muito bem planejado e o retorno depois da ação promocional precisa ser medido. Abordo ainda segmentação de canais de vendas, que torna o uso de preço promocional uma tática mais administrável por parte da empresa.
Os três pilares – O primeiro deles é o uso de tecnologias para a gestão de preços. Existe hoje no mercado software específico, sistemas estatísticos para análise de dados e até o uso de programas de definição de preços pela internet, onde preços podem ser alterados quase que em tempo real com baixo custo. São tecnologias para melhorar o entendimento do que está acontecendo com seus preços no mercado. Aproveito para abordar também o tema de gestão de preços como um processo, utilizando conceitos como Seis Sigma para análises de oportunidades.
Depois, discuto questões sobre a negociação de preços e a comunicação de preços ao mercado. Muitas vezes estratégias bem feitas são totalmente destruídas por erro na comunicação ou na negociação entre a empresa e seus clientes. Termino com uma abordagem quase filosófica sobre preços e ética. A pergunta é: cobrar mais caro é correto? E a resposta é que se existir um senso de justiça e transparência em seus preços, e o consumidor perceber que seu produto como um todo possui uma proposta de maior valor, sua empresa deverá sim cobrar mais por isso.
Gostaria de finalizar afirmando que não tenho resposta para tudo, mas a idéia é transmitir de forma clara e objetiva o pouco que sei sobre o assunto. A cada dia que passa, realizando projetos, palestras e treinamentos, novas idéias vão surgindo, novas soluções são implementadas e algumas práticas ficarão obsoletas com o tempo. Mas ainda assim, estou certo de que, ao ler o livro, os profissionais da área poderão identificar sugestões para que as empresas consigam estabelecer melhores preços e, conseqüentemente, aumentar os lucros.
Fonte: Por Frederico Zornig, in www.hsm.com.br
Comentários
com base na oferta e na demanda podemos ajustar o preço (calibrar) para obter mais lucro, em função da margem e da quantidade de itens vendidos. Entretanto, chega a um ponto em que o alto preço causará inibição de consumo, as vendas caem e tendem a afetar negativamente o lucro. É uma curva de equilíbrio que indica até em que medida podemos aumentar o preço da mercadoria e lucrar com a operação. Você poderia falar alguma coisa sobre a técnica para definir esse ponto de equilíbrio?
Obrigado,
De fato, um dos maiores desafios é encontrar o preço que maximiza contribuição em reais para a empresa. Utilizamos diversas técnicas para encontrá-lo, abaixo algumas delas:
1. Análises estatísticas (encontrando o que chamamos de zonas de indiferença)
2. Pesquisas de valor percebido (gerando mapas de valor)
3. Alinhamento entre estartégia e prática nas políticas de preços (assegurando posicionamento) - de nada adiante estabelecer seu preço ótimo e o mesmo ser alterado por indisciplina ou falta de orientação para a equipe de vendas
4. Melhoria de processos (entendemos que gestão de preço é um processo que se inicia no desenvolvimento de produto e termina quando recebemos o valor da venda).
Espero que tenha respondido, pelo menos em parte sua questão.
Se quiser mais informações, por favor, entre em contato através do email: quantiz@quantiz.com.br
Frederico, obrigado pela sua participação efetiva aqui no Gecorp. Sinta-se a vontade para dialogar com seus leitores.
Grande abraço a todos!