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Branding e o Prêmio Nacional da Qualidade

O PNQ é o reconhecimento mais importante e gratificante que uma empresa pode ambicionar receber neste País.

Foi criado pela Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) por ocasião da abertura de mercado, com o objetivo de capacitar a indústria nacional para competir no processo de globalização que se intensificava no final do século passado.

Para isso, trouxe os fundamentos da Qualidade Total como parâmetro de gestão das empresas e critério do Prêmio.

Deu certo. O Brasil ficou competitivo e aí está nossa balança comercial positiva.

Vinte anos depois, tendo cumprido sua missão naquele momento, a FNQ lança agora novos fundamentos para o Prêmio. Reconhece que Qualidade Total é a condição mínima para a competitividade e propõe um novo Modelo de Excelência de Gestão — o MEG. O sarrafo subiu.

O MEG traz novas orientações, que transcrevo: “as organizações estão operando cada vez mais sob a forma de redes dinâmicas e abertas (...)” como “sistemas vivos, integrantes de ecossistemas complexos” (...) “onde seus integrantes, conscientes da sua interdependência, investem também, significativamente, na qualidade de suas relações”.

Isso é música para os nossos ouvidos, pois esse é o pressuposto que justifica o Branding como uma filosofia de gestão.

O próprio MEG pontua: “as redes são viabilizadas pela complementaridade das múltiplas atividades e pela comunhão de Valores e Princípios”.

Isto é, a FNQ traz a identidade — Valores e Princípios — como condição para o cultivo de relações de qualidade; que é o fundamento mais básico do Branding — a identidade.

Mas o nosso entusiasmo com o MEG não é pela sincronicidade de seus fundamentos com o Branding e sim pela complementaridade das propostas de ambos. Pois, ao propor a gestão da empresa como rede aberta, a FNQ amplia a abrangência da gestão para além das fronteiras da pessoa jurídica da corporação e passa a focar a dinâmica de relações onde a empresa está inserida.

O pressuposto é que uma empresa não será competitiva se o seu ecossistema não o for. É lógico: nessa dinâmica reside boa parte do valor intangível da empresa, porque seus resultados futuros dependem exatamente da qualidade dessas relações — e porque é daí que virá boa chance de redução de custo de venda e de inovação, redução de time to market, atratividade de talentos, de capital, de fornecedores; variáveis determinantes da competitividade e, por conseqüência, do valor de uma operação no seu contexto de mercado.

É essa dinâmica que ocorre naquilo que a FNQ chama de ecossistema e que o Branding completa chamando de ecossistema da marca, objeto de todo o trabalho dessa disciplina.

O papel do Branding é deslocar o olhar da gestão viciada na perspectiva corporativa para o olhar na perspectiva de criação de valor, onde se caracteriza, de fato, a dinâmica inclusiva das partes do ecossistema.

Assim, a contribuição do Branding é instrumentalizar a empresa para fazer a gestão dessas relações identificando aspectos, conteúdos e processos relevantes para o ecossistema, criando indicadores que permitam monitorar a atratividade que mantém o élan da rede à qual a empresa pertence.

Por isso dizemos que Branding é uma filosofia de gestão e não apenas uma atividade de comunicação, como muita gente ainda insiste em entender, errando, conseqüentemente, ao classificá-lo na categoria do Marketing.

Se você implica com o nome Branding, esqueça o nome e leia o MEG. Lá está a mais completa descrição do cenário e das providências que uma empresa precisa enfrentar para sobreviver e liderar no século 21. O MEG está no site da FNQ.

Depois dessa leitura, se você comprar essa briga, lembre-se do Branding e aí você poderá até sugerir um novo nome para ele, como por exemplo Interdependence Management, ou Network Management, ou Ecosystem Management, ou Value Management, em inglês mesmo, para manter a tradição e o respeito.


Fonte: Por Ricardo Guimarães, in www.meioemensagem.com.br

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