Uma pesquisa feita com ratos de laboratório nos fornece uma interessante analogia para o comportamento humano. Cobaias foram colocadas em um labirinto, no qual apenas um dos corredores conduzia à comida. Quando a fome bateu, os animais se puseram a percorrer aleatoriamente os corredores do labirinto até encontrar o que levava aos alimentos.
Depois de algum tempo, eles já haviam memorizado o caminho. Sempre que queriam comida, iam direto para aquele determinado corredor. Então os cientistas mudaram os alimentos de lugar. Agora, para comer, era necessário percorrer outro corredor. Acontece que os ratinhos haviam se acostumado de tal forma ao velho caminho que insistiam em percorrê-lo. E ao verem que a comida não estava lá, em vez de procurá-la em outro lugar, limitavam-se a esperar que os alimentos aparecessem. Resultado: acabaram morrendo de fome.
Nem mesmo o instinto de sobrevivência conseguiu fazer com que os animais mudassem sua rotina. Eles preferiram morrer a ter de mudar. Essa experiência não é muito diferente de certas atitudes que observamos no dia-a-dia empresarial. Refiro-me ao apego aos condicionamentos, à obsessão por procedimentos que, "se funcionaram uma vez, então devem funcionar sempre", à tentativa de enquadrar em fórmulas fixas e imutáveis processos que envolvem uma série de variáveis.
A experiência e a prática acumuladas não podem se transformar num condicionamento, numa forma automática e repetitiva de reagir às circunstâncias. O aprendizado adquirido deve ser uma ferramenta para o sucesso, e não uma camisa-de-força que nos limita ao que já é conhecido e nos impede de buscar novas respostas, soluções e caminhos.
Aquela velha frase que diz "se melhorar, estraga" expressa uma idéia enganosa, que pode servir de lema a quem já se acomodou. E seu reverso é um bom epitáfio para uma carreira ou uma empresa que mergulhou na estagnação: "estragou porque não melhorou".
Os riscos de apegar-se a pensamentos e comportamentos condicionados são representados por aquela fábula das duas moscas que caíram num copo de leite. A primeira começou a se debater, mas como viu que seus esforços pareciam ser inúteis, parou de lutar e se afogou. A segunda mosca continuou se debatendo sem parar, indo além dos limites de sua força. E, de tanto agitar o leite, ele se transformou em coalhada, e ela conseguiu escapar. Tempos depois, a mesma mosca caiu em outro copo cheio. "É fácil", pensou ela, cheia de si. "Já sei o que fazer para escapar." E debateu-se, certa de que, conforme acontecera antes, o conteúdo do copo iria endurecer, facilitando sua escapada.
Dessa vez, porém, por mais que se debatesse, nada acontecia, e a mosca acabou morrendo de exaustão. Uma outra mosca que observava seus esforços desesperados, pensou: "Por que ela fez tudo isso? Bastava voar para a borda do copo" - pois o segundo copo não continha leite. Ele estava cheio de água.
Fonte: Por Ricardo Bellino, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 9
Depois de algum tempo, eles já haviam memorizado o caminho. Sempre que queriam comida, iam direto para aquele determinado corredor. Então os cientistas mudaram os alimentos de lugar. Agora, para comer, era necessário percorrer outro corredor. Acontece que os ratinhos haviam se acostumado de tal forma ao velho caminho que insistiam em percorrê-lo. E ao verem que a comida não estava lá, em vez de procurá-la em outro lugar, limitavam-se a esperar que os alimentos aparecessem. Resultado: acabaram morrendo de fome.
Nem mesmo o instinto de sobrevivência conseguiu fazer com que os animais mudassem sua rotina. Eles preferiram morrer a ter de mudar. Essa experiência não é muito diferente de certas atitudes que observamos no dia-a-dia empresarial. Refiro-me ao apego aos condicionamentos, à obsessão por procedimentos que, "se funcionaram uma vez, então devem funcionar sempre", à tentativa de enquadrar em fórmulas fixas e imutáveis processos que envolvem uma série de variáveis.
A experiência e a prática acumuladas não podem se transformar num condicionamento, numa forma automática e repetitiva de reagir às circunstâncias. O aprendizado adquirido deve ser uma ferramenta para o sucesso, e não uma camisa-de-força que nos limita ao que já é conhecido e nos impede de buscar novas respostas, soluções e caminhos.
Aquela velha frase que diz "se melhorar, estraga" expressa uma idéia enganosa, que pode servir de lema a quem já se acomodou. E seu reverso é um bom epitáfio para uma carreira ou uma empresa que mergulhou na estagnação: "estragou porque não melhorou".
Os riscos de apegar-se a pensamentos e comportamentos condicionados são representados por aquela fábula das duas moscas que caíram num copo de leite. A primeira começou a se debater, mas como viu que seus esforços pareciam ser inúteis, parou de lutar e se afogou. A segunda mosca continuou se debatendo sem parar, indo além dos limites de sua força. E, de tanto agitar o leite, ele se transformou em coalhada, e ela conseguiu escapar. Tempos depois, a mesma mosca caiu em outro copo cheio. "É fácil", pensou ela, cheia de si. "Já sei o que fazer para escapar." E debateu-se, certa de que, conforme acontecera antes, o conteúdo do copo iria endurecer, facilitando sua escapada.
Dessa vez, porém, por mais que se debatesse, nada acontecia, e a mosca acabou morrendo de exaustão. Uma outra mosca que observava seus esforços desesperados, pensou: "Por que ela fez tudo isso? Bastava voar para a borda do copo" - pois o segundo copo não continha leite. Ele estava cheio de água.
Fonte: Por Ricardo Bellino, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 9
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