No começo deste mês, a maior fabricante de pipoca para microondas do mundo, ConAgra Foods Inc., assim como a General Mills Inc., a Weaver Popcorn, a American Pop Corn Co. e outras empresas que respondem coletivamente por 80% das vendas do produto anunciaram com grande alarde a suspensão do uso de um elemento químico, chamado diacetyl, dado que o ingrediente, responsável pelo sabor amanteigado da pipoca, estaria relacionado a uma grave e intratável doença dos pulmões - a "bronchiolitis obliterans", que reduz a capacidade respiratória a 16% ou 21% (comparados aos 80% da capacidade normal) e que só pode ser eliminada via transplante do pulmão.
O problema, denunciado pela Associated Press no começo deste mês, é que essas empresas conheciam a toxidade do diacetyl desde 2005, e, apesar das centenas de casos documentados de bronchiolitis obliterans entre operários das fábricas de pipoca - daí a expressão usada nos círculos médicos, "popcorn worker's lung" (pulmão de quem trabalha com pipoca) -, sonegaram a informação dos consumidores por receio do impacto sobre as vendas da indústria.
Omissão
O diacetyl foi identificado nos EUA em 2002 por cientistas do Centers forDisease Control and Prevention (CDC), e em 2004 o National Institute for Occupational Safety and Health o associou a um surto de bronchiolitis obliterans entre centenas de operários de seis fábricas de pipoca do país. No ano seguinte, a Environmental Protection Agency (EPA) completou uma pesquisa comprovando os efeitos maléficos da substância, mas o acesso aos resultados só foi liberado para os fabricantes sob o pretexto de que o estudo deveria ser melhor examinado por outras entidades.
Na verdade, revelou recentemente a rede de jornais Cox Newspapers, que teve acesso a centenas de páginas da pesquisa, o silêncio da EPA foi apenas uma resposta a um pedido feito em 2004 pela Weaver Popcorn e outros fabricantes, preocupados com os "danos irreparáveis" que os resultados preliminares poderiam causar se divulgados (o receio é justificado: segundo estatísticas da indústria, nos últimos 13 meses os americanos consumiram nada menos que 345 toneladas de pipoca feita em casa).
Em julho de 2005, no entanto, um operário de uma fábrica de Missouri que contraiu a doença recebeu US$ 2,7 milhões de indenização por ter contraído a doença, um caso que provavelmente deixará de ser isolado agora que a omissão está sendo amplamente divulgada.
Segundo as autoridades médicas dos EUA, a bronchiolitis obliterans - à qual são particularmente suscetíveis os trabalhadores jovens do sexo masculino, saudáveis e não fumantes - não deve ser confundida com outra desordem pulmonar de nome semelhante, a "bronchiolitis obliterans organizing pneumonia" (BOOP).
Fonte: Por Cibele Santos, in www.meioemensagem.com.br
O problema, denunciado pela Associated Press no começo deste mês, é que essas empresas conheciam a toxidade do diacetyl desde 2005, e, apesar das centenas de casos documentados de bronchiolitis obliterans entre operários das fábricas de pipoca - daí a expressão usada nos círculos médicos, "popcorn worker's lung" (pulmão de quem trabalha com pipoca) -, sonegaram a informação dos consumidores por receio do impacto sobre as vendas da indústria.
Omissão
O diacetyl foi identificado nos EUA em 2002 por cientistas do Centers forDisease Control and Prevention (CDC), e em 2004 o National Institute for Occupational Safety and Health o associou a um surto de bronchiolitis obliterans entre centenas de operários de seis fábricas de pipoca do país. No ano seguinte, a Environmental Protection Agency (EPA) completou uma pesquisa comprovando os efeitos maléficos da substância, mas o acesso aos resultados só foi liberado para os fabricantes sob o pretexto de que o estudo deveria ser melhor examinado por outras entidades.
Na verdade, revelou recentemente a rede de jornais Cox Newspapers, que teve acesso a centenas de páginas da pesquisa, o silêncio da EPA foi apenas uma resposta a um pedido feito em 2004 pela Weaver Popcorn e outros fabricantes, preocupados com os "danos irreparáveis" que os resultados preliminares poderiam causar se divulgados (o receio é justificado: segundo estatísticas da indústria, nos últimos 13 meses os americanos consumiram nada menos que 345 toneladas de pipoca feita em casa).
Em julho de 2005, no entanto, um operário de uma fábrica de Missouri que contraiu a doença recebeu US$ 2,7 milhões de indenização por ter contraído a doença, um caso que provavelmente deixará de ser isolado agora que a omissão está sendo amplamente divulgada.
Segundo as autoridades médicas dos EUA, a bronchiolitis obliterans - à qual são particularmente suscetíveis os trabalhadores jovens do sexo masculino, saudáveis e não fumantes - não deve ser confundida com outra desordem pulmonar de nome semelhante, a "bronchiolitis obliterans organizing pneumonia" (BOOP).
Fonte: Por Cibele Santos, in www.meioemensagem.com.br
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