Pular para o conteúdo principal

Entrevista com Max Gehringer

Transcrevo aqui a íntegra da entrevista realizada pelo Blog Ética nos Negócios com Max Gehringer. Administrador de empresas, com pós graduação pela FGV e ocupante de cargos executivos em grandes empresas, dentre eles: presidente da Pepsi-Cola e da Pullman, diretor industrial e de vendas da Elma Chips, diretor de sistemas da PepsiCo Foods nos Estados Unidos, Max Gehringer é atualmente comentarista de empregos e carreiras na revista ÉPOCA, cronista da Rádio CBN no programa Mundo Corporativo e, mais recentemente, começou a apresentar o quadro Emprego de A a Z no programa Fantástico, da TV Globo. Como se não bastasse, é autor de sete livros que descrevem o lado irônico da vida corporativa, como: Relações Desumanas no Trabalho, Comédia Corporativa, Não Aborde Seu Chefe No Banheiro e O Melhor de Max Gehringer na CBN. Confira os principais trechos da entrevista:


Blog: Sua trajetória profissional comprova, apesar de toda competitividade que existe no mundo corporativo, que é possível subir os degraus dentro da empresa. Quais as qualidades mais admiradas num profissional e que impulsionaram sua carreira?

Max Gehringer: Eu nunca me preocupei em fazer planos de carreira. Acredito que as coisas tenham dado certo porque eu sempre estive preparado para aproveitar as oportunidades que apareceram. Olhando em retrospectiva, eu sempre consegui gerar resultados acima de meus objetivos, e sempre me dei bem com meus chefes e meus colegas. Por mais conceitos de nomes complicados que tenham aparecido nas últimas décadas, são essas duas coisas que continuam impulsionando carreiras


Blog: Em 1999, quando ainda era CEO da Pepsi no Brasil, você foi escolhido em pesquisa do jornal Gazeta Mercantil, como um dos "30 Executivos Mais Cobiçados do Mercado" e isso, sem dúvida alguma, foi um enorme reconhecimento coroando sua bem sucedida carreira profissional. Entretanto, nesse mesmo ano, você tomou uma rara decisão no mundo dos negócios trocando o certo pelo duvidoso, ou seja, deixou a vida de alto executivo para ingressar num mundo até então desconhecido para você: escrever e dar palestras pelo Brasil. Quais os motivos que o levaram a mudar radicalmente sua vida profissional? Oito anos depois, valeu a pena?


Max Gehringer: Sem dúvida, valeu. Quando eu decidi deixar de ser executivo para ser escritor, aos 49 anos, todo mundo me disse que eu tinha perdido o juízo. Mas eu estava mirando no futuro. Eu poderia passar mais 10 ou 15 anos em empresas, mas teria mais 30 ou 40 anos de vida. Decidi então antecipar minha entrada nessa fase pós-empresas. Foi uma das decisões mais sensatas que tomei na vida.

Blog: Um executivo competente é sempre lembrado. Nestes anos todos, você já recebeu alguma proposta para retornar ao mercado? Pensou em voltar?

Max Gehringer: Nunca. Alguns headhunters me sondaram, nos dois anos seguintes à minha decisão de parar. Mas eu agradeci a lembrança, e recusei. Até porque minha nova carreira progrediu muito rapidamente. Ganhei espaços nas duas principais revistas do país, numa das rádios de maior audiência do Brasil, e no principal programa da TV brasileira. Essa visibilidade gerou e continua gerando mais convites para palestras do que eu posso atender. Na verdade, nunca tive um bom motivo para voltar à vida empresarial. E, do ponto de vista de qualidade de vida, nem há comparação.


Blog: Em sua opinião, quais foram as mudanças de maior relevância que ocorreram no mundo dos negócios nos últimos anos e o que ainda esta por vir?

Max Gehringer: A principal mudança foi a do controle da carreira. A vida profissional era delegada a uma empresa, que tudo provia e tudo decidia. Hoje, passou a ser uma responsabilidade de cada um. Desapareceu o conceito de “obediência irrestrita” e surgiu o conceito de utilidade mútua e recíproca. Por isso, as pessoas já não têm receio de pedir demissão quando surge uma oportunidade. Também por isso, as empresas estão demitindo sem piedade. Essa nova situação gerou uma geração de prestadores de serviços autônomos, de terceirizados e de empreendedores, por necessidade ou vocação. O trabalho com carteira assinada foi um fenômeno típico do século XX. Não existia antes, e aos poucos está deixando de ser a principal opção no século XXI.


Blog: Os negócios devem ser conduzidos com a razão ou com o coração?

Max Gehringer: Com a razão, sem dúvida. No Brasil, os times de futebol são conduzidos com o coração, e por isso estão todos quebrados. Na Europa, eles são dirigidos como empresas, racionalmente, visando o lucro. E por isso se tornam cada vez mais fortes. É muito importante adicionar sentimentos à rotina de uma empresa, porque isso cria bons ambientes de trabalho. Mas as decisões importantes precisam ser racionais.


Blog: Quais são as principais responsabilidades, atribuições e desafios que os CEOs enfrentam em seu dia-a-dia? E, quais as maiores preocupações, receios e anseios?

Max Gehringer: O CEO está se tornando um neurótico de carteirinha, coitado. Espera-se dele, ao mesmo tempo, a capacidade de acertar em todas as decisões de curtíssimo prazo, e a habilidade para desenvolver estratégias viáveis de longo prazo. Espera-se que ele tenha um alto grau de preocupação com as pessoas, e ao mesmo tempo tenha que, eventualmente, dispensá-las para preservar a lucratividade. Não é de estranhar que, dos 100 CEOs das maiores empresas do mundo há 10 anos, apenas 10% tenham conseguido se manter na posição. E a maioria não saiu porque recebeu proposta melhor. A maioria foi, simplesmente, dispensada, porque os resultados ficaram abaixo das expectativas dos acionistas.


Blog: Muitas empresas separam as funções de Chairman e CEO. Outras, porém, fazem questão de que seu principal executivo exerça os dois cargos. Existem vantagens e desvantagens em cada caso? Em sua visão, qual a melhor opção para a empresa?

Max Gehringer: Quando as duas funções existem, o Chairman se encarrega das estratégias, e o CEO da operação. Isso, em teoria. Na prática, não raramente, um quer derrubar o outro e ficar com o bolo inteiro. Nas empresas pelas quais eu passei, e que tinham as duas funções, minha impressão sempre foi a de que uma das duas estava sobrando.


Blog: Certa vez, o porta-voz de Bill Clinton, quando ele resolveu criar um cão labrador na Casa Branca, declarou a imprensa: “o presidente quer ter pelo menos um amigo leal”. Isso também ocorre na vida do principal executivo de uma companhia? Como isso é enfrentado e superado?

Max Gehringer: O CEO, enquanto está no cargo, é como o cantor Roberto Carlos: tem um milhão de amigos. O tempo se encarrega de separar os amigos por interesse dos amigos de verdade. Em meus tempos de diretor e presidente, eu convivi, bem de perto, com mais de 500 pessoas. Dessas, hoje, 5 são amigos com quem eu me encontro rotineiramente. A maioria dos meus amigos vem dos tempos de infância e juventude, quando a gente construiu uma amizade com base na afinidade pessoal, e não no interesse profissional. Muitos CEOS não têm essa noção de que toda a badalação provém do cargo, e não das qualidades pessoais do ocupante dele. Além disso, muitos se acostumam com as benesses, como se elas pertencessem de fato a eles. Falam “meu carro”, “meu motorista”, “meu celular”, “meu clube”, quando todas essas coisas são concessões temporárias da empresa ao ocupante de um cargo. Por isso, é maravilhoso ser CEO. Mas deixar de ser é uma desgraça, se a pessoa não estiver bem preparada. Porque tudo o que era doce desaparece de repente.


Blog: Entretanto, para muitos que estão de fora, apenas enxergam o poder, o glamour, a remuneração e os privilégios que cercam a vida dos alto executivos. Porém, se esquecem das pressões e dos sacrifícios que são realizados, especialmente, em relação à vida pessoal e familiar. Nos dias de hoje, ainda é possível conciliar a vida profissional e pessoal? Como isso pode ser feito?

Max Gehringer: Não, não é possível. É uma ilusão. Altos executivos trabalham de 12 a 14 horas por dia. E ficam à disposição da empresa, através de celulares e e-mails, 24 horas por dia, fins de semana incluídos. Esse é o preço que se paga para chegar ao topo. É verdade que altos executivos podem passar férias em lugares maravilhosos, comer em restaurantes refinados, colocar os filhos nas melhores escolas. Tudo isso funciona como uma compensação pela dedicação quase integral à carreira. Quando um executivo diz que se exercita às 5 da manhã, e faz ioga à meia noite, isso está longe de ser qualidade de vida. É mais uma confissão de que ele não é dono de seu próprio tempo. Mas, embora tudo isso possa parecer negativo, qual seria a alternativa? Ganhar pouco e ficar décadas na mesma função? A maioria das pessoas que entra no mercado de trabalho está disposta, e de bom grado, a sofrer o que um CEO sofre.


Blog: Muito se fala sobre o papel social das empresas. Para você o que significa Responsabilidade Social Corporativa? Isso é um modismo, uma onda, uma nova ferramenta do marketing ou uma tendência natural que veio para ficar e se desenvolver?

Max Gehringer: Para entender o que isso significa, é preciso recuar no tempo. A história das civilizações foi construída através da barbárie, embora os livros de História tentem dar a essas conquistas uma aura heróica. Os espanhóis chegaram à América do Sul e dizimaram as culturas asteca, inca e maia. Os colonizadores britânicos praticamente exterminaram os índios da América do Norte. Na Europa, a quantidade de massacres entre povos encheria uma enciclopédia de 50 volumes. Ao mesmo tempo, a natureza ia sendo depredada sem dó. Em nome do progresso, florestas desapareceram, rios foram poluídos, e combustíveis tóxicos eram o padrão da indústria. O conceito de que os recursos naturais são finitos é muito recente. Foi só na segunda metade do século XX que algumas empresas começaram a perceber que sua responsabilidade ia além dos muros da fábrica. E se estendia à comunidade e à natureza. Esse é o futuro, e ele chegará tão rápido quando mais rapidamente as pessoas comuns adquirirem responsabilidade social. E passarem a só comprar produtos de empresas que usam parte de seus lucros para melhorar o mundo. Ou para impedir que ele continue piorando. Por enquanto, as poucas empresas que aderiram à responsabilidade social usam isso como Marketing. Um dia, e tomara que esse dia chegue logo, a responsabilidade social será uma obrigação de todos.


Blog: Quando olhamos o universo das empresas no Brasil, o que as empresas estão fazendo certo, o que pode ser melhorado e o que falta ser realizado quando o assunto é Responsabilidade Social?

Max Gehringer: O primeiro passo é destinar recursos no orçamento para programas de responsabilidade social. Essa é a diferença entre empresas com uma estratégia de longo prazo, e empresas que gastam mil reais para plantar uma dúzia de árvores, e dez mil reais para anunciar isso em jornais. Comparativamente, a área de responsabilidade social será o que a área de Recursos Humanos foi há 40 anos. De um departamento pessoal burocrático, ela se transformou numa Diretoria com peso equivalente a Vendas, Marketing, ou Produção. Esse é o grande salto que as empresas darão: ter um diretor de responsabilidade social, subordinado diretamente à presidência, e não um setor que fica perdido no meio do organograma, implorando por recursos.

Blog: Recentemente, criamos uma seção chamada Pesquisa do Blog e a primeira enquete foi a seguinte: “Qual a maior qualidade de um CEO”. Dentre as opções: foco em resultados, determinação, um exemplo para todos, saber tratar as pessoas, integridade de conduta e motivar os funcionários. Os participantes escolheram, com quase 60% dos votos, um exemplo para todos. Você pode comentar quais as razões que levaram as pessoas a votar maciçamente nessa opção?

Max Gehringer: Nas empresas, há algo chamado “cultura interna”. Ela está descrita em Manuais, é reproduzida em quadros de avisos, e está pendurada numa placa na recepção, com os imponentes títulos de “Nossa Visão” e “Nossa Missão”. Tudo isso é louvável, mas, não raramente, é um desperdício de energia e de recursos. Uma cultura interna se constrói de cima para baixo, a partir de exemplos práticos dos líderes. E, principalmente, do líder mais visível, o CEO. É ele quem motiva, quem inspira e quem mostra o caminho. Foi exatamente isso o que a pesquisa do blog revelou: as pessoas precisam de modelos de carne e osso, e não de literatura.


Blog: A segunda opção mais votada, com 25% dos votos, foi à integridade de conduta. Porque a ética está tão em evidência nos dias atuais? O que ela significa para os negócios?

Max Gehringer: Olhando de fora da empresa para dentro dela, é uma reação aos escândalos, antigos e recentes, que levaram à criação de leis para proteger os acionistas, principalmente os minoritários, das barbaridades perpetradas por dirigentes inescrupulosos. É o que se chama de Governança Corporativa. Mas quem respondeu à pesquisa está tendo outra visão: a de quem está dentro das empresas, olhando de baixo para cima, e tentando construir uma carreira. São profissionais que querem ter oportunidades iguais de promoção, que querem ter um bom trabalho reconhecido, e que querem ser avaliados por seus méritos, com transparência e isenção. Para que tudo isso aconteça, é preciso que existam gestores administrando com base na integridade e transparência.


Blog: Com a pressão por resultados ficando maior a cada budget, como podemos enfrentar e superar os dilemas éticos que encontramos a todo o momento?

Max Gehringer: A Ética é um conjunto de qualidades morais que uma sociedade define como aceitável. Isso pode parecer meio óbvio, mas não é. Durante milhares de anos, escravizar seres humanos foi considerado aceitável. O Brasil padece de um mal histórico: o da apologia à esperteza. Isso é endêmico, está em nossa cultura. Somos críticos com relação a quem se beneficia de algo por linhas tortas, e é por isso que os políticos se tornaram uma classe tão pouco respeitada. Mas a quantidade de gente disposta a aceitar esses mesmos benefícios, se uma oportunidade se apresentar, é enorme. Como povo, nós não reagimos com indignidade quando a secretária do médico pergunta: “Com ou sem nota fiscal?”, uma indagação que nos transforma em cúmplices de sonegação de imposto. Como povo, desde o século XVI, nós furamos filas, desrespeitando o direito de quem chegou antes. Como empregados, nós não vemos problema em levar uma caneta da empresa para casa. O que custa uma caneta para uma empresa que fatura milhões por mês? Os pequenos exemplos de esperteza do dia-a-dia são incontáveis. Essa cultura, espelhada na lei de Gérson, é a maior inimiga da Ética. E só há uma maneira de combatê-la. É punindo exemplarmente os faltosos (coisa que o Brasil não faz). Por isso, a Ética ainda vai continuar apanhando durante algum tempo, até que surja uma geração de brasileiros consciente de que atropelar a ética pode trazer pequenas vantagens individuais, mas causa enormes prejuízos coletivos.


Blog: Muitos Códigos de Ética corporativos determinam aos stakeholders, inclusive e principalmente os funcionários, que reportem qualquer irregularidade ou desconformidde aos órgãos competentes ou ao superior imediato. Como você encara essa questão? O denunciante não pode ser visto como “dedo duro”? O que fazer numa situação dessas? Mesmo o próprio Código de Ética expressar que a empresa não permitirá qualquer tipo de represália, o denunciante não corre risco?

Max Gehringer: Eu, pessoalmente, não conheço nenhum caso de alguém que tenha denunciado a empresa em que trabalha a algum órgão público. Conheço casos de pessoas que foram despedidas e denunciaram depois, mais por represália do que por princípios morais. Mas a implantação dos Códigos de Ética não deixou de ser um avanço notável. Eles são uma demonstração de que a empresa tem como objetivo ser transparente e íntegra no atacado, embora pequenos deslizes possam continuar ocorrendo no varejo. Eu trabalhei em duas empresas que tinham Códigos de Ética, e eles eram respeitados. Porque as denúncias eram apuradas, e os responsáveis eram punidos. E, principalmente, porque os altos executivos eram os primeiros a respeitar o que estava escrito.


Blog: O principal objetivo de uma empresa é e sempre será o lucro, pois sem resultados nenhuma empresa poder exercer suas responsabilidades as quais, em nossa opinião, envolvem a responsabilidade ética, social e ambiental, e elas devem ser inseparáveis e até indistinguíveis, sendo que o exercício dessas responsabilidades fará a empresa trilhar o caminho da tão sonhada sustentabilidade. A sustentabilidade nos negócios é possível ou se trata apenas uma utopia empresarial?

Max Gehringer: A utopia está mais na estrutura do que na vontade. Existem no Brasil cerca de 3 milhões de empresas privadas legalmente constituídas. Cerca de 90% delas são pequenas e micro empresas. Com a carga exagerada de impostos que pesa sobre elas, o empresário brasileiro primeiro precisa pensar na sobrevivência, para depois poder pensar em programas de responsabilidade social. Quando falamos em Governança Corportiva e em programas ecológicos, ambientais ou comunitários, estamos enfocando um universo muito pequeno de empresas. Umas 2%, se tanto, que empregam no máximo 10% da força de trabalho. Portanto, nós ainda temos uma distância enorme a percorrer. Focamos nossas cobranças nas grandes empresas, principalmente as multinacionais, porque são elas, através do exemplo prático, que mostrarão às demais a direção a seguir. Estamos no começo de um longo caminho, mas a boa notícia é que já botamos o pé na estrada.


Blog: Para finalizar, quais seus conselhos para aqueles jovem-executivos que sonham em se tornar presidente de suas empresas? Essas dicas também valem para as jovem-executivas?

Max Gehringer: Vale, claro. Daqui a uns 15 ou 20 anos, pelo menos a metade dos CEOs será do sexo feminino, porque a geração que atualmente ocupa cargos gerenciais irá ascender, e metade dos gerentes do Brasil já são mulheres. Meu conselho é que os jovens dêem importância igual ao estudo e ao networking. Atualmente, 80% das boas vagas vêm sendo preenchidas através de indicações diretas de pessoas que já trabalham na empresa. Portanto, montar um currículo acadêmico atrativo é mais do que recomendável, mas não é mais suficiente para abrir portas. A montagem desse círculo de relacionamento profissional começa na escola, com os professores e os colegas – principalmente aqueles colegas que têm pais bem colocados no mercado de trabalho.


Fonte: Por Douglas Felinto, in eticanosnegocios.blogspot.com

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

H2OH! - um produto desacreditado que virou sucesso

O executivo carioca Carlos Ricardo, diretor de marketing da divisão Elma Chips da Pepsico, a gigante americana do setor de alimentos e bebidas, é hoje visto como uma estrela em ascensão no mundo do marketing. Ele é o principal responsável pela criação e pelo lançamento de um produto que movimentou, de forma surpreendente, o mercado de bebidas em 11 países. A princípio, pouca gente fora da Pepsi e da Ambev, empresas responsáveis por sua produção, colocava fé na H2OH!, bebida que fica a meio caminho entre a água com sabor e o refrigerante diet. Mas em apenas um ano a H2OH! conquistou 25% do mercado brasileiro de bebidas sem açúcar, deixando para trás marcas tradicionais, como Coca-Cola Light e Guaraná Antarctica Diet. Além dos números de vendas, a H2OH! praticamente deu origem a uma nova categoria de produto, na qual tem concorrentes como a Aquarius Fresh, da Coca-Cola, e que já é maior do que segmentos consagrados, como os de leites com sabores, bebidas à base de soja, chás gelados e su...

Funcionários da Domino´s Pizza postam vídeo no You Tube e são processados

Dois funcionários irresponsáveis imaginam um vídeo “muito engraçado” usando alimentos e toda sorte de escatologia. O cenário é uma cozinha da pizzaria Domino´s. Pronto, está feito o vídeo que mais chamou a atenção da mídia americana na semana passada. Nele, os dois funcionários se divertem enquanto um espirra na comida, entre outras amostras de higiene pessoal. Tudo isso foi postado no you tube no que eles consideraram “uma grande brincadeira”. O vídeo em questão, agora removido do site, foi visto por mais de 930 mil pessoas em apenas dois dias. (o vídeo já foi removido, mas pode ser conferido em trechos nesta reportagem: http://www.youtube.com/watch?v=eYmFQjszaec ) Mas para os consumidores da rede, é uma grande(síssima) falta de respeito. Restou ao presidente a tarefa de “limpar” a bagunça (e a barra da empresa). Há poucos dias, Patrick Doyle, CEO nos EUA, veio a público e respondeu na mesma moeda. No vídeo de dois minutos no You Tube, Doyle ( http://www.youtube.com/watch?v=7l6AJ49xNS...

Doze passos para deixar de ser o “bode expiatório” na sua empresa

Você já viu alguma vez um colega de trabalho ser culpado, exposto ou demitido por erros que não foi ele que cometeu, e sim seu chefe ou outro colega? Quais foram os efeitos neste indivíduo e nos seus colegas? Como isso foi absorvido por eles? No meu trabalho como coach, tenho encontrado mais e mais casos de “bodes expiatórios corporativos”, que a Scapegoat Society, uma ONG britânica cujo objetivo é aumentar a consciência sobre esta questão no ambiente de trabalho, define como uma rotina social hostil ou calúnia psicológica, através da qual as pessoas passam a culpa ou responsabilidade adiante, para um alvo ou grupo. Os efeitos são extremamente danosos, com conseqüências de longo-prazo para a vítima. Recentemente, dei orientação executiva a um gerente sênior que nunca mais se recuperou por ter sido um dia bode expiatório. John, 39 anos, trabalhou para uma empresa quando tinha algo em torno de 20 anos de idade e tudo ia bem até que ele foi usado como bode expiatório por um novo chefe. De...