Mais que abastecer o automóvel, o posto de gasolina virou sinônimo de compras. Empresas de vários setores passaram a olhar a conveniência como um bom caminho para aumentar as vendas. Tanto assim que os postos já são vistos não mais como um ponto alternativo, e sim um potencial de mercado a ser explorado. Redes de fast-food, restaurantes, supermercados, videolocadoras, lavanderias, drogarias e até salões de beleza passaram a criar projetos para levar suas marcas aos postos de abastecimento em todo o país. Para algumas companhias, o canal já representa quase 10% do volume anual das vendas.
Entre 2005 e 2006, o faturamento do setor subiu 38%, passando de R$ 1,36 bilhão para R$ 1,89 bilhão. Para 2007, a expectativa é chegar a R$ 2,45 bilhões. O número de lojas aumentou de 3.453 para 4.834. O potencial de crescimento é grande, pois só 14% dos postos têm lojas. Segundo o Sindicato Nacional de Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), responsável pelo levantamento, até dezembro serão seis mil lojas.
Nos postos, preços são, em média, 30% maiores
Comprar em loja de conveniência, no entanto, ainda pesa no bolso do consumidor. Segundo Francisco Lavrador, presidente da comissão de lojas de conveniência do Sindicom e gerente da BR Distribuidora, os preços dos produtos são, em média, 30% superiores em relação aos supermercados. Segundo Lavrador, a BR Mania, maior rede de conveniência do país, com faturamento anual de R$ 233 milhões, acaba de criar uma central de pedidos, para aumentar a rentabilidade das lojas:
— O que encarece os produtos é a distribuição. Por isso, vamos unificar todos os pedidos em uma central e ganhar maior poder de negociação com os distribuidores. A diferença nos preços tem diminuído. Há alguns anos, era o dobro.
Mesmo com os preços ainda salgados, há quem prefira comprar em lojas de conveniência pela praticidade. O publicitário Leonardo Biagioni é um exemplo. Para ele, as lojas de conveniência facilitam a vida de quem não tem tempo.
— Pelo conforto de ter uma loja com quase tudo de que se precisa bem perto de casa, acho justo pagar um pouco mais — diz Biagioni.
O modelo de supermercados em postos já é uma realidade. A bandeira Extra, do Grupo Pão de Açúcar, lançou em outubro de 2006 o Extra Fácil, um supermercado de proximidade, como diz Hugo Betlen, diretor executivo da rede Extra. A idéia surgiu da constatação do crescimento do pequeno varejo nos últimos anos. Por enquanto, as 11 unidades do Extra Fácil estão em São Paulo, mas o Rio já está nos planos da empresa. O investimento na loja, que tem no mínimo 150 metros quadrados, fica em torno de R$ 500 mil.
— O Extra Fácil é uma conveniência com preços onde o consumidor pode fazer até compras do mês. A meta é terminar o ano com 25 unidades em São Paulo. Em nosso plano de expansão, uma das principais praças é o Rio. Os postos de bandeira Sendas podem vir a se tornar Extra Fácil, assim como os postos Extra, também no Rio — explica Betlen.
Marcelo Cherto, sócio do Grupo Cherto, consultoria especializada em desenvolvimento de estratégias em pontos de venda, explica que a procura de empresas, sobretudo franquias, por espaços em postos de combustível se deve também à carência por pontos comerciais em grandes cidades.
— 0 posto deixou de ser um ponto alternativo. Hoje, reúne condições importantes para o comércio, como estacionamento, movimentação de pessoas e operações que estimulam o consumo e permitem a visibilidade do negócio — afirma.
A rede de lavanderias 5àSec começou a abrir lojas em novembro de 2006 e já tem filiais em 23 postos. Para Nelcindo Nascimento, presidente da empresa, a expectativa é que o serviço em postos represente 30% do faturamento. No Rio, as lojas abrem só em 2008.
Na Rede Forza, segundo a gerente de comunicação e marketing Marcella Bordalo, há 16 lojas em 30 postos. A empresa criou a marca Tutta L'Ora e fez parceria com o Bob's. O posto da rede no Alto da Boa Vista parece um shopping center e oferece até salão de beleza. O salão NiPs, da proprietária Nil Carvalho, atende dezenas de clientes por semana. Segundo ela, a aposta deu certo.
'Food service' representa 10,7% do faturamento
Em Caxias, a franquia de restaurantes Spoleto fez parceria com a bandeira Texaco. De acordo com José Renato Romão, gerente de expansão nacional da marca, será aberta uma loja na Barra da Tijuca em um posto da Shell. Até o fim de 2008, serão oito espaços em postos.
Para Flávio Franceschetti, da consultoria Gouvêa de Souza e consultor da feira Expo Postos & Conveniência 2007, que será realizada de 18 a 20 de setembro, em São Paulo, apesar de cigarros e bebidas ainda serem responsáveis por grande parte do faturamento, a representatividade do setor de alimentação aumenta a cada ano: passou de 8,8%, em 2005, para 10,7%, no ano passado. E deve ganhar impulso este ano com a entrada de novas empresas como Domino's, Mister Pizza, Mundo Verde, Habib's e McDonald's, entre outros.
Fonte: Por Bruno Rosa e Erica Ribeiro, in Jornal O Globo
Entre 2005 e 2006, o faturamento do setor subiu 38%, passando de R$ 1,36 bilhão para R$ 1,89 bilhão. Para 2007, a expectativa é chegar a R$ 2,45 bilhões. O número de lojas aumentou de 3.453 para 4.834. O potencial de crescimento é grande, pois só 14% dos postos têm lojas. Segundo o Sindicato Nacional de Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), responsável pelo levantamento, até dezembro serão seis mil lojas.
Nos postos, preços são, em média, 30% maiores
Comprar em loja de conveniência, no entanto, ainda pesa no bolso do consumidor. Segundo Francisco Lavrador, presidente da comissão de lojas de conveniência do Sindicom e gerente da BR Distribuidora, os preços dos produtos são, em média, 30% superiores em relação aos supermercados. Segundo Lavrador, a BR Mania, maior rede de conveniência do país, com faturamento anual de R$ 233 milhões, acaba de criar uma central de pedidos, para aumentar a rentabilidade das lojas:
— O que encarece os produtos é a distribuição. Por isso, vamos unificar todos os pedidos em uma central e ganhar maior poder de negociação com os distribuidores. A diferença nos preços tem diminuído. Há alguns anos, era o dobro.
Mesmo com os preços ainda salgados, há quem prefira comprar em lojas de conveniência pela praticidade. O publicitário Leonardo Biagioni é um exemplo. Para ele, as lojas de conveniência facilitam a vida de quem não tem tempo.
— Pelo conforto de ter uma loja com quase tudo de que se precisa bem perto de casa, acho justo pagar um pouco mais — diz Biagioni.
O modelo de supermercados em postos já é uma realidade. A bandeira Extra, do Grupo Pão de Açúcar, lançou em outubro de 2006 o Extra Fácil, um supermercado de proximidade, como diz Hugo Betlen, diretor executivo da rede Extra. A idéia surgiu da constatação do crescimento do pequeno varejo nos últimos anos. Por enquanto, as 11 unidades do Extra Fácil estão em São Paulo, mas o Rio já está nos planos da empresa. O investimento na loja, que tem no mínimo 150 metros quadrados, fica em torno de R$ 500 mil.
— O Extra Fácil é uma conveniência com preços onde o consumidor pode fazer até compras do mês. A meta é terminar o ano com 25 unidades em São Paulo. Em nosso plano de expansão, uma das principais praças é o Rio. Os postos de bandeira Sendas podem vir a se tornar Extra Fácil, assim como os postos Extra, também no Rio — explica Betlen.
Marcelo Cherto, sócio do Grupo Cherto, consultoria especializada em desenvolvimento de estratégias em pontos de venda, explica que a procura de empresas, sobretudo franquias, por espaços em postos de combustível se deve também à carência por pontos comerciais em grandes cidades.
— 0 posto deixou de ser um ponto alternativo. Hoje, reúne condições importantes para o comércio, como estacionamento, movimentação de pessoas e operações que estimulam o consumo e permitem a visibilidade do negócio — afirma.
A rede de lavanderias 5àSec começou a abrir lojas em novembro de 2006 e já tem filiais em 23 postos. Para Nelcindo Nascimento, presidente da empresa, a expectativa é que o serviço em postos represente 30% do faturamento. No Rio, as lojas abrem só em 2008.
Na Rede Forza, segundo a gerente de comunicação e marketing Marcella Bordalo, há 16 lojas em 30 postos. A empresa criou a marca Tutta L'Ora e fez parceria com o Bob's. O posto da rede no Alto da Boa Vista parece um shopping center e oferece até salão de beleza. O salão NiPs, da proprietária Nil Carvalho, atende dezenas de clientes por semana. Segundo ela, a aposta deu certo.
'Food service' representa 10,7% do faturamento
Em Caxias, a franquia de restaurantes Spoleto fez parceria com a bandeira Texaco. De acordo com José Renato Romão, gerente de expansão nacional da marca, será aberta uma loja na Barra da Tijuca em um posto da Shell. Até o fim de 2008, serão oito espaços em postos.
Para Flávio Franceschetti, da consultoria Gouvêa de Souza e consultor da feira Expo Postos & Conveniência 2007, que será realizada de 18 a 20 de setembro, em São Paulo, apesar de cigarros e bebidas ainda serem responsáveis por grande parte do faturamento, a representatividade do setor de alimentação aumenta a cada ano: passou de 8,8%, em 2005, para 10,7%, no ano passado. E deve ganhar impulso este ano com a entrada de novas empresas como Domino's, Mister Pizza, Mundo Verde, Habib's e McDonald's, entre outros.
Fonte: Por Bruno Rosa e Erica Ribeiro, in Jornal O Globo
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