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Para ser bem-sucedido é preciso fazer, ser e ter

Um dos valores que Bernardinho dá mais ênfase se constrói através do brilhante pensamento: "O prazer pelo treinamento tem que ser maior do que o prazer da vitória." Esta reflexão deve ser aplicada na sua plenitude no mundo corporativo. Minha convivência com grandes líderes demonstra que todos eles têm uma grande consciência do preço que devem pagar para alcançar o sucesso. E mais ainda, este pagamento é feito de forma natural, sem energia negativa.

Os jovens de hoje, devem saber que o mercado de emprego, como nos alertou Jeremy Rifkins há quase quinze anos, sofre uma mudança radical, e apenas uma pequena parte dos formandos universitários terá emprego garantido na carreira para a qual estão se preparando. Na contramão desse movimento, talentos são cada vez mais disputados. Algumas pesquisas indicam que no nível de diretoria para três talentos necessários, só existe um talento disponível.

O caminho está, portanto, aberto; resta saber se a vida que é nossa opção será dedicada ao esforço para se chegar lá. Conseguimos ser Oscar Schmidt que conclui: "A dor faz parte do uniforme do basquete." Ayrton Senna, já tricampeão, com recursos financeiros para viver muito bem o resto de sua vida, chegava sempre um, dois dias antes nos treinamentos. Alain Prost reconhecia: "Senna é melhor do que eu; ele é 100% automobilismo. Eu só sou 99%."

Alguns dados sobre os jovens que procuram emprego são interessantes quando se compara o perfil dos candidatos com os atributos dos que são contratados. Cinqüenta por cento dos que disputam as vagas falam Inglês. Todos os que são escolhidos falam corretamente o Inglês e mais de 50% tem domínio sobre outra língua. Praticamente todos os candidatos lêem com freqüência revistas e jornais. Todos os selecionados lêem mais de um jornal por dia e pelo menos
uma revista por semana.

Apesar da seriedade do tema, é preciso que se tenha consciência e maturidade para criar uma vida coerente entre nossas expectativas e aquilo que se consegue efetivamente. O ser humano, de um modo geral, claro, com inúmeras e honrosas exceções, gosta muito de ser o que o bem-sucedido é, gosta de ter o que ele tem, mas coloca o fazer em plano secundário. Essa sabedoria precisa ser desenvolvida.

É preciso colocar em prática o comprometimento, a energia, a paixão no ato de fazer. Além do aprendizado em si, dedicar-se com intensidade a um projeto de vida acaba gerando um efeito multiplicador, um círculo virtuoso de automotivação. No momento em que meu modelo mental registrar que "depois de me dedicar tanto, eu mereço esta conquista", sem dúvida estará criada a força mágica da realização. O fazer antes do ter e do ser, o investimento do futuro dividendo.


Fonte: Marco Aurélio F. Vianna, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 9

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