Muita criatividade e um veículo de quatro rodas nas mãos podem render ideias altamente lucrativas. Não se trata do velho vendedor de cachorro-quente, um filão já bastante explorado. Agora, os inovadores colocaram na estrada verdadeiras lojas ambulantes, que vendem de tudo, de bolsas a serviços de academia de ginástica, passando por cosméticos e perfumes. São soluções que surgiram para expandir as vendas ou mesmo para simplesmente garantir a subsistência.
A atriz Adriana Bruno enquadra-se nesta última categoria. Ao sair de uma companhia de teatro, em 2005, ela partiu para a produção artesanal de bolsas para ganhar a vida. A propaganda boca a boca, no entanto, fez a demanda pelo produto crescer e a atriz resolveu usar um microônibus, recebido como pagamento da companhia, para vender mais. "Lembrei do carro da pamonha e me deu o estalo", conta.
Equipado com motor VW de Variant, o ônibus estava parado, precisando de reformas. A decoração interna da "loja" também ficou por conta dela. "Tirei uns bancos, usei o estepe para fazer um assento e coloquei umas cortinas". Surgia a loja itinerante Maria Berenice, nome da avó de nova microempresária.
A idéia deu tão certo que Adriana teve de contratar mais uma pessoa para ajudá-la. "Não dava mais para criar, produzir e vender as bolsas sozinha", diz. A loja não fica em uma única região da cidade, muda a cada semana - os locais podem ser consultados no site www.mariaberenice.com.
Adriana diz que não sabe dizer quanto investiu na preparação do ônibus: "Fui fazendo artesanalmente, ao longo de oito meses." Em relação ao faturamento, ela despista também, mesmo admitindo que o negócio se expandiu desde o início. "Cresceu tanto que fui obrigada a abrir uma microempresa. Hoje vendo umas 20 bolsas a cada saída. E não saio todo dia.", afirma. Mas s microempresária informa que agora está precisando rever sua situação depois que a Prefeitura de São Paulo decidiu proibir vendedores de rua não-autorizados de continuar trabalhando livremente. "Por conta disso estou vendendo dentro do meu ateliê ou parando o ônibus em faculdades, estacionamentos, ou seja, em lugares particulares. Talvez tenha até de sair de São Paulo por causa disso." A empresária está em busca de representantes da sua marca pelo país.
Utilizar o automóvel para expandir os negócios - e pagar menos impostos, claro - também passou pela cabeça do casal Maria do Socorro e Laércio da Luz. Ex-proprietários de uma loja especializada em produtos para animais, os dois decidiram colocar tudo o que a empresa tinha dentro de um furgão Fiat Ducato adaptado e atender clientes em suas casas, com hora marcada. Também deu tão certo que resolveram passar o ponto fixo adiante, ficando somente com a van. Laércio informa que uma segunda van começa a operar em dezembro. "Negociamos a abertura de franquias, o que deve se concretizar em 2008." diz.
Segundo ele, a van do Art Dog Delivery é completa: tem secador, banheira aquecida, reservatórios de água limpa e usada, máquinas de tosa e produtos de limpeza, entre outros materiais. "Tudo para prestar o mesmo serviço de uma empresa tradicional", afirma Maria do Socorro. O investimento inicial foi de R$ 80 mil, sendo R$ 55 mil na compra do carro e R$ 25 mil na transformação do interior. Os clientes da pet shop ambulante estão concentrados nos bairros nobres da zona da sul da capital paulista, dispostos a pagar até o dobro pelos serviços personalizados, comparando com a média pedida por lojas do segmento, de R$ 25 a R$ 80 por banho, dependendo do tamanho. Eles atendem cerca de 15 clientes por dia, e têm a agenda lotada a semana inteira.
Não apenas os pequenos estão entrando nessa onda. O Boticário viu o automóvel como uma forma de ampliar os negócios, atingindo mais consumidores. Em 2004 a empresa passou a vender seus produtos em 20 Fiat Doblôs adaptados, que vão a 15 cidades com menos de 10 mil habitantes nas regiões sul e nordeste. "A idéia surgiu das muitas consultas de clientes que pediam lojas em suas cidades, que não comportam uma franquia nossa", explica o comprador de suprimentos Francisco de Paula. "Colocamos 250 itens dos 550 que vendemos em uma loja convencional e levamos para a praça central, junto com o vendedor", conta. A empresa não revela o faturamento com esse novo filão, mas diz que o franqueado mais próximo da região visitada é quem faz o investimento, em torno de R$ 50 mil.
Quem freqüenta academias sabe bem como pode ser tedioso ficar parado em um aparelho durante o exercício físico. Pensando em melhorar essa condição - e ganhar dinheiro com isso, claro - o empresário carioca Marcos Alves criou algo inédito: o Bus Bike. Trata-se de um ônibus com 15 bicicletas ergométricas para rodar pela cidade durante a aula. "Notei que muita gente deixava de ir à academia por achar chato", diz Alves, um ex-dono de academia. Além das bicicletas, o veículo conta com banheiros, armários, ar-condicionado e uma pequena equipe de apoio. Alves já pediu a patente da criação em 192 países, e negocia a venda do Bus Bike com alguns deles - Portugal já encomendou um. Os principais clientes do Bus Bike são hotéis, academias, agências de viagens e campanhas publicitárias. O ônibus é alugado por horas, dias, semanas ou meses, ao gosto do cliente. A hora no Rio pode custar até R$ 800.
Fonte: Por Alexandre Carvalho, in Valor Econômico
A atriz Adriana Bruno enquadra-se nesta última categoria. Ao sair de uma companhia de teatro, em 2005, ela partiu para a produção artesanal de bolsas para ganhar a vida. A propaganda boca a boca, no entanto, fez a demanda pelo produto crescer e a atriz resolveu usar um microônibus, recebido como pagamento da companhia, para vender mais. "Lembrei do carro da pamonha e me deu o estalo", conta.
Equipado com motor VW de Variant, o ônibus estava parado, precisando de reformas. A decoração interna da "loja" também ficou por conta dela. "Tirei uns bancos, usei o estepe para fazer um assento e coloquei umas cortinas". Surgia a loja itinerante Maria Berenice, nome da avó de nova microempresária.
A idéia deu tão certo que Adriana teve de contratar mais uma pessoa para ajudá-la. "Não dava mais para criar, produzir e vender as bolsas sozinha", diz. A loja não fica em uma única região da cidade, muda a cada semana - os locais podem ser consultados no site www.mariaberenice.com.
Adriana diz que não sabe dizer quanto investiu na preparação do ônibus: "Fui fazendo artesanalmente, ao longo de oito meses." Em relação ao faturamento, ela despista também, mesmo admitindo que o negócio se expandiu desde o início. "Cresceu tanto que fui obrigada a abrir uma microempresa. Hoje vendo umas 20 bolsas a cada saída. E não saio todo dia.", afirma. Mas s microempresária informa que agora está precisando rever sua situação depois que a Prefeitura de São Paulo decidiu proibir vendedores de rua não-autorizados de continuar trabalhando livremente. "Por conta disso estou vendendo dentro do meu ateliê ou parando o ônibus em faculdades, estacionamentos, ou seja, em lugares particulares. Talvez tenha até de sair de São Paulo por causa disso." A empresária está em busca de representantes da sua marca pelo país.
Utilizar o automóvel para expandir os negócios - e pagar menos impostos, claro - também passou pela cabeça do casal Maria do Socorro e Laércio da Luz. Ex-proprietários de uma loja especializada em produtos para animais, os dois decidiram colocar tudo o que a empresa tinha dentro de um furgão Fiat Ducato adaptado e atender clientes em suas casas, com hora marcada. Também deu tão certo que resolveram passar o ponto fixo adiante, ficando somente com a van. Laércio informa que uma segunda van começa a operar em dezembro. "Negociamos a abertura de franquias, o que deve se concretizar em 2008." diz.
Segundo ele, a van do Art Dog Delivery é completa: tem secador, banheira aquecida, reservatórios de água limpa e usada, máquinas de tosa e produtos de limpeza, entre outros materiais. "Tudo para prestar o mesmo serviço de uma empresa tradicional", afirma Maria do Socorro. O investimento inicial foi de R$ 80 mil, sendo R$ 55 mil na compra do carro e R$ 25 mil na transformação do interior. Os clientes da pet shop ambulante estão concentrados nos bairros nobres da zona da sul da capital paulista, dispostos a pagar até o dobro pelos serviços personalizados, comparando com a média pedida por lojas do segmento, de R$ 25 a R$ 80 por banho, dependendo do tamanho. Eles atendem cerca de 15 clientes por dia, e têm a agenda lotada a semana inteira.
Não apenas os pequenos estão entrando nessa onda. O Boticário viu o automóvel como uma forma de ampliar os negócios, atingindo mais consumidores. Em 2004 a empresa passou a vender seus produtos em 20 Fiat Doblôs adaptados, que vão a 15 cidades com menos de 10 mil habitantes nas regiões sul e nordeste. "A idéia surgiu das muitas consultas de clientes que pediam lojas em suas cidades, que não comportam uma franquia nossa", explica o comprador de suprimentos Francisco de Paula. "Colocamos 250 itens dos 550 que vendemos em uma loja convencional e levamos para a praça central, junto com o vendedor", conta. A empresa não revela o faturamento com esse novo filão, mas diz que o franqueado mais próximo da região visitada é quem faz o investimento, em torno de R$ 50 mil.
Quem freqüenta academias sabe bem como pode ser tedioso ficar parado em um aparelho durante o exercício físico. Pensando em melhorar essa condição - e ganhar dinheiro com isso, claro - o empresário carioca Marcos Alves criou algo inédito: o Bus Bike. Trata-se de um ônibus com 15 bicicletas ergométricas para rodar pela cidade durante a aula. "Notei que muita gente deixava de ir à academia por achar chato", diz Alves, um ex-dono de academia. Além das bicicletas, o veículo conta com banheiros, armários, ar-condicionado e uma pequena equipe de apoio. Alves já pediu a patente da criação em 192 países, e negocia a venda do Bus Bike com alguns deles - Portugal já encomendou um. Os principais clientes do Bus Bike são hotéis, academias, agências de viagens e campanhas publicitárias. O ônibus é alugado por horas, dias, semanas ou meses, ao gosto do cliente. A hora no Rio pode custar até R$ 800.
Fonte: Por Alexandre Carvalho, in Valor Econômico
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