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Contato com o consumidor estimula marketing cenográfico

Exagero ou não, as empresas do chamado marketing cenográfico - preparação de ambientes, como eventos ou lojas, para ações de comunicação - asseguram que ainda não viram sinal de crise econômica. O segmento pertence à área de marketing promocional, que ano passado movimentou R$ 27 bilhões no País, um aumento de 17,4%. E a estimativa, para 2009, da Associação de Marketing Promocional (Ampro) é de um crescimento de dois dígitos, como nos últimos anos.

"Para nós, a crise só está impulsionando os negócios", diz Nelson Rocha, presidente da Criacittá, que atua no setor. Segundo ele, o crescimento no primeiro bimestre de 2009, em relação ao mesmo período de 2008, foi de 50%. Para Rocha, em um momento de dúvida e precaução, "as empresas direcionam os seus investimentos para ações de contato direto com o consumidor".

Para Regiane Pastoriza, sócia-diretora da Touché, o ano será de redução de eventos grandes. Ela não acredita, porém, que a cenografia possa ser prejudicada, pois pode ser incorporada a qualquer evento.

"Ainda não vi crise", diz o presidente da MChecon, Marcelo Checon. Segundo ele, dos clientes "fixos" - que todos os anos pedem produtos para a empresa - apenas um reduziu a verba para eventos em 50%. As demais reduções foram da ordem de 5% a 10%. "Mas estamos acostumados a trabalhar com ‘ginástica orçamentária’". Em 2008, a empresa cresceu 55%, enquanto a projeção para este ano é de 10%.

Tendência
Para Checon, o investimento em marketing cenográfico tende a crescer em um segmento: o ponto-de-venda. Hoje, este tipo de ação representa apenas 10% do trabalho da MChecon - 30% são eventos fechados e 60% feiras comerciais.

Avaliação semelhante tem Rocha. Ele acredita que o varejo vai ser a vedete de 2009. Para ele, as marcas querem ter contato com direto com o consumidor, o que favoreceria o marketing cenográfico no ponto-de-venda.

Um exemplo de aproximação total com o cliente é a denominada "loja-conceito" do Magazine Luiza . O projeto criou "ilhas de experiência" na loja, em que um interlocutor apresenta as marcas, de forma prática, cujos benefícios podem ser experimentados na hora.

O cliente
A professora Viviane Krepaldi, por exemplo, usou uma dessas ilhas - um salão de beleza. "O espaço é um diferencial e uma motivação para o cliente voltar e comprar", diz.

O gerente de promoções do Magazine Luiza, Marcos Oliveira, diz que a loja-conceito - inaugurada no ano passado, no Shopping Aricanduva, em São Paulo - faz parte do projeto de expansão da rede na capital e deverá ser replicada em outros mercados. A loja tem espaço destinado às crianças, padaria, cabeleireiro, gourmet, salas de TV, entre outros. "Ao convergir as ações para o cliente em um único lugar, o espaço reforça o posicionamento de marca, que é o ‘vem ser feliz’", afirma.

Na Touché, o foco é o marketing cenográfico em eventos, estratégia que deve ser fortalecida em 2009.


Fonte: Por Neila Baldi, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 8

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