Pular para o conteúdo principal

A marca é a cultura

Em 2009 a Natura fará 40 anos. A empresa – que ocupa o 3º. lugar no ranking do anuário de Época NEGÓCIOS – possui uma das marcas de maior prestígio no país. Seu nome remete a atributos como qualidade, inovação, sustentabilidade e transparência. Como manter uma marca forte por tanto tempo? “Marca e cultura não estão dissociados na Natura”, afirma o presidente Alessandro Carlucci. “Tudo o que fazemos e pensamos procuramos traduzir em nossas ações de marketing.”

Carlucci acredita que dois aspectos centrais dão força à marca. O primeiro é a coerência. “Você precisa buscar todo dia que a prática esteja ligada ao discurso. Não só no produto, mas no comportamento empresarial.” A segunda é a inovação. Trata-se de buscar “fazer diferente” sempre que possível, mas de forma alinhada aos valores da empresa.

A Natura foi pioneira no Brasil a associar sua marca à sustentabilidade. Foi uma das primeiras companhias no país a levantar publicamente essa bandeira e incorporar princípios sócio-ambientais a sua estratégia de negócios. Nos últimos dois anos, o conceito ganhou força em várias indústrias e hoje empresas de todos os setores afirmam ser "sustentáveis". O que diferencia a Natura nesse contexto? “Procuramos traduzir o compromisso com a sustentabilidade em inovação”, diz Carlucci. “Isso é bem diferente de considerar a sustentabilidade como uma espécie de pedágio que você precisa pagar, ou algo que tem que fazer por causa da pressão externa.”

No final de 2008, a Natura anunciou uma reestruturação que envolve a eliminação de 140 postos de trabalho. Segundo Carlucci, a mudança vinha sendo planejada há cerca de seis meses e não está relacionada à crise financeira global. “Mais que uma mudança de tamanho, é uma mudança de desenho e de poder na organização.” O executivo afirma que a crise deverá, sim, afetar a empresa, mas diz que ainda não sabe precisar como. “Seremos afetados, mas também acredito que nossa situação é relativamente confortável”, diz.

“A empresa tem um modelo financeiro sólido, uma tesouraria criteriosa. Chegamos a ser acusados de conservadores, mas o tempo mostrou que estávamos certos.” A indústria de cosméticos, ainda que menos sensível à oferta de crédito, também deverá ser afetada. “O setor continuará crescendo, mas possivelmente menos do que havíamos estimado. Precisamos estar preparados para uma desaceleração do mercado.”


Fonte: epocanegocios.globo.com

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

H2OH! - um produto desacreditado que virou sucesso

O executivo carioca Carlos Ricardo, diretor de marketing da divisão Elma Chips da Pepsico, a gigante americana do setor de alimentos e bebidas, é hoje visto como uma estrela em ascensão no mundo do marketing. Ele é o principal responsável pela criação e pelo lançamento de um produto que movimentou, de forma surpreendente, o mercado de bebidas em 11 países. A princípio, pouca gente fora da Pepsi e da Ambev, empresas responsáveis por sua produção, colocava fé na H2OH!, bebida que fica a meio caminho entre a água com sabor e o refrigerante diet. Mas em apenas um ano a H2OH! conquistou 25% do mercado brasileiro de bebidas sem açúcar, deixando para trás marcas tradicionais, como Coca-Cola Light e Guaraná Antarctica Diet. Além dos números de vendas, a H2OH! praticamente deu origem a uma nova categoria de produto, na qual tem concorrentes como a Aquarius Fresh, da Coca-Cola, e que já é maior do que segmentos consagrados, como os de leites com sabores, bebidas à base de soja, chás gelados e su...

Funcionários da Domino´s Pizza postam vídeo no You Tube e são processados

Dois funcionários irresponsáveis imaginam um vídeo “muito engraçado” usando alimentos e toda sorte de escatologia. O cenário é uma cozinha da pizzaria Domino´s. Pronto, está feito o vídeo que mais chamou a atenção da mídia americana na semana passada. Nele, os dois funcionários se divertem enquanto um espirra na comida, entre outras amostras de higiene pessoal. Tudo isso foi postado no you tube no que eles consideraram “uma grande brincadeira”. O vídeo em questão, agora removido do site, foi visto por mais de 930 mil pessoas em apenas dois dias. (o vídeo já foi removido, mas pode ser conferido em trechos nesta reportagem: http://www.youtube.com/watch?v=eYmFQjszaec ) Mas para os consumidores da rede, é uma grande(síssima) falta de respeito. Restou ao presidente a tarefa de “limpar” a bagunça (e a barra da empresa). Há poucos dias, Patrick Doyle, CEO nos EUA, veio a público e respondeu na mesma moeda. No vídeo de dois minutos no You Tube, Doyle ( http://www.youtube.com/watch?v=7l6AJ49xNS...

Doze passos para deixar de ser o “bode expiatório” na sua empresa

Você já viu alguma vez um colega de trabalho ser culpado, exposto ou demitido por erros que não foi ele que cometeu, e sim seu chefe ou outro colega? Quais foram os efeitos neste indivíduo e nos seus colegas? Como isso foi absorvido por eles? No meu trabalho como coach, tenho encontrado mais e mais casos de “bodes expiatórios corporativos”, que a Scapegoat Society, uma ONG britânica cujo objetivo é aumentar a consciência sobre esta questão no ambiente de trabalho, define como uma rotina social hostil ou calúnia psicológica, através da qual as pessoas passam a culpa ou responsabilidade adiante, para um alvo ou grupo. Os efeitos são extremamente danosos, com conseqüências de longo-prazo para a vítima. Recentemente, dei orientação executiva a um gerente sênior que nunca mais se recuperou por ter sido um dia bode expiatório. John, 39 anos, trabalhou para uma empresa quando tinha algo em torno de 20 anos de idade e tudo ia bem até que ele foi usado como bode expiatório por um novo chefe. De...