Pular para o conteúdo principal

Comunique-se bem e ganhe tempo

Dentro de uma corporação, muitas das informações geradas na diretoria não são transmitidas de forma eficaz para o restante dos colaboradores. Com intenção ou não, a maior parte dessas notícias gera impacto direto na vida dos funcionários. Quando não são divulgadas de forma adequada, tais informações podem até causar transtornos.

A perda de tempo para reverter situações críticas, provenientes de um boato criado dentro de uma organização, pode comprometer a produtividade e gerar conflitos. Uma boa saída – ou a única – para evitar esse tipo de problema é investir em comunicação interna.

Composta por processos de troca de informações dentro de um ambiente de trabalho, essa prática é responsável por fazer circular o conhecimento de forma vertical (da diretoria para os empregados) ou horizontal (entre funcionários do mesmo nível de subordinação).

Existem diversos instrumentos que favorecem o êxito da circulação das notícias dentro de uma empresa. Publicações impressas (jornais, revistas e boletins), jornal mural, intranet e newsletters são alguns exemplos. Aliados a um bom planejamento empresarial, eles são verdadeiras ferramentas estratégicas para aumentar a confiabilidade entre funcionários e líderes e auxiliar na otimização do tempo nas tomadas de decisões.

Segundo Paulo Nassar, professor da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP) e diretor geral da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), atualmente, na sociedade do conhecimento, o funcionário é a própria audiência da empresa. “Neste quadro, para ser eficiente, a comunicação interna deve trabalhar informação selecionada, interpretar essa informação e, a partir da seleção e interpretação, gerar opinião qualificada”, aponta.

A comunicação interna tem grande importância para o bom andamento do trabalho nos diversos setores de uma empresa. Quanto mais informados acerca do cotidiano da corporação onde atuam estiverem os profissionais, mais eles estarão envolvidos com a missão da empresa e, conseqüentemente, a produtividade será cada vez maior. Assim como o aproveitamento do tempo, antes dispensado em conflitos gerados pela falta de informação.

Ana Carolina Martins Costa, coordenadora de Recursos Humanos e responsável pela comunicação interna da empresa curitibana Kabel, montadora de cabos elétricos, afirma que os funcionários abraçam muito mais a causa quando sabem a que fim ela se destina.

Outro fator importante a se considerar é a função da comunicação interna em capacitar funcionários para novos desafios. Com o mercado altamente competitivo, a globalização e as novas tecnologias, todos os colaboradores de uma organização têm de estar aptos a obter os melhores resultados no menor tempo possível. Seguindo essa tendência, a comunicação interna deixa de ser algo periférico para se tornar ferramenta imprescindível na relação da produtividade com o tempo. “A comunicação sempre foi um problema a ser trabalhado em grande parte das empresas, pois uma ação eficaz reduz esforços e aumenta a produtividade”, defende Ana Carolina. “Muito tempo se perde por não se ter uma informação ou se faz errado por não saber o que fazer. Portanto, a comunicação está diretamente ligada à produtividade e ao ganho de tempo.”

Por muitas vezes ignorarem a causa dos “ecos de comunicação”, provenientes da falta de informação adequada, muitas corporações acabam perdendo tempo e dinheiro tendo de investir em treinamentos, palestras e reuniões intermináveis a fim de abrandarem as conseqüências desses conflitos. Para o professor Nassar, da USP, investir em comunicação significa, entre outros benefícios, economia de tempo. “O único caminho para evitar o conflito é o diálogo. Empresas que não dialogam são empresas analfabetas de um mundo extremamente relacional”, conclui o especialista.


Fonte: Por Talita Boros, in Revista Você S/A

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

H2OH! - um produto desacreditado que virou sucesso

O executivo carioca Carlos Ricardo, diretor de marketing da divisão Elma Chips da Pepsico, a gigante americana do setor de alimentos e bebidas, é hoje visto como uma estrela em ascensão no mundo do marketing. Ele é o principal responsável pela criação e pelo lançamento de um produto que movimentou, de forma surpreendente, o mercado de bebidas em 11 países. A princípio, pouca gente fora da Pepsi e da Ambev, empresas responsáveis por sua produção, colocava fé na H2OH!, bebida que fica a meio caminho entre a água com sabor e o refrigerante diet. Mas em apenas um ano a H2OH! conquistou 25% do mercado brasileiro de bebidas sem açúcar, deixando para trás marcas tradicionais, como Coca-Cola Light e Guaraná Antarctica Diet. Além dos números de vendas, a H2OH! praticamente deu origem a uma nova categoria de produto, na qual tem concorrentes como a Aquarius Fresh, da Coca-Cola, e que já é maior do que segmentos consagrados, como os de leites com sabores, bebidas à base de soja, chás gelados e su

Doze passos para deixar de ser o “bode expiatório” na sua empresa

Você já viu alguma vez um colega de trabalho ser culpado, exposto ou demitido por erros que não foi ele que cometeu, e sim seu chefe ou outro colega? Quais foram os efeitos neste indivíduo e nos seus colegas? Como isso foi absorvido por eles? No meu trabalho como coach, tenho encontrado mais e mais casos de “bodes expiatórios corporativos”, que a Scapegoat Society, uma ONG britânica cujo objetivo é aumentar a consciência sobre esta questão no ambiente de trabalho, define como uma rotina social hostil ou calúnia psicológica, através da qual as pessoas passam a culpa ou responsabilidade adiante, para um alvo ou grupo. Os efeitos são extremamente danosos, com conseqüências de longo-prazo para a vítima. Recentemente, dei orientação executiva a um gerente sênior que nunca mais se recuperou por ter sido um dia bode expiatório. John, 39 anos, trabalhou para uma empresa quando tinha algo em torno de 20 anos de idade e tudo ia bem até que ele foi usado como bode expiatório por um novo chefe. De

Funcionários da Domino´s Pizza postam vídeo no You Tube e são processados

Dois funcionários irresponsáveis imaginam um vídeo “muito engraçado” usando alimentos e toda sorte de escatologia. O cenário é uma cozinha da pizzaria Domino´s. Pronto, está feito o vídeo que mais chamou a atenção da mídia americana na semana passada. Nele, os dois funcionários se divertem enquanto um espirra na comida, entre outras amostras de higiene pessoal. Tudo isso foi postado no you tube no que eles consideraram “uma grande brincadeira”. O vídeo em questão, agora removido do site, foi visto por mais de 930 mil pessoas em apenas dois dias. (o vídeo já foi removido, mas pode ser conferido em trechos nesta reportagem: http://www.youtube.com/watch?v=eYmFQjszaec ) Mas para os consumidores da rede, é uma grande(síssima) falta de respeito. Restou ao presidente a tarefa de “limpar” a bagunça (e a barra da empresa). Há poucos dias, Patrick Doyle, CEO nos EUA, veio a público e respondeu na mesma moeda. No vídeo de dois minutos no You Tube, Doyle ( http://www.youtube.com/watch?v=7l6AJ49xNS