Pular para o conteúdo principal

Lojistas poderão cobrar valores diferenciados para compras com cartão de crédito

O senado aprovou ontem dois projetos relacionados ao uso do cartão de crédito. Um autoriza o lojista a cobrar valores diferentes para compras à vista ou feitas pelo cartão. O outro proíbe o envio de cartão para clientes que não o solicitaram, alterando o artigo 39 do Código de Defesa do Consumidor. Os projetos de lei foram aprovados pelas comissões de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado (CMA).

De autoria do senador Adelmir Santana (DEM-DF), o projeto 213/2007 estabelece que a fixação de preço diferenciado na venda de bens ou prestação de serviços pagos com cartão de crédito não é abusivo e o lojista deve informar o cliente de forma "inequívoca e ostensiva" quando houver diferenças nos valores para pagamento à vista ou pelo cartão.

Para o senador Renato Casagrande (PSB-ES), relator do projeto, "o custo de venda com cartão de crédito é repassado ao consumidor" e quem paga isso são as pessoas que resolveram levar a mercadoria à vista. "Hoje, os consumidores que pagam à vista subsidiam os pagamentos com cartão de crédito", afirma o senador.

O senador Adelmir Santana alega que os lojistas têm custos com o aluguel do equipamento para pagamento com cartão. "Vai de R$ 65 a R$ 215, no caso daqueles equipamentos sem fio", comenta. Mas não acredita que as empresas aumentem seus preços para clientes que queiram pagar com cartão. "As empresas estão querendo fidelizar o cliente", afirma.

Já para o Pro Teste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor), "o projeto é prejudicial para o consumidor" e "é considerada abusiva e irregular", acusa Maria Inês Dolci.

Apesar de irregular, não é muito difícil encontrar lojistas cobrando preços diferenciados antes mesmo da lei ser votada na Câmara dos Deputados, para onde foi enviada. Muitos, principalmente em lojas populares nos bairros do Brás, Bom Retiro e região da rua Santa Ifigênia, já cobram preços diferenciados e jogam a culpa para as operadoras de cartão de crédito.

O outro projeto aprovado pela CMA foi o de autoria do senador Pedro Simon (PMDB-RS). O projeto de lei 338/2005 proíbe o envio, entrega, serviço ou disponibilidade de crédito ao consumidor sem solicitação prévia. As empresas que não seguirem a norma poderão sofrer sanções previstas no Código de Defesa do Consumidor.


Fonte: Por Valdir Antonelli, in www.consumidormoderno.com.br

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

H2OH! - um produto desacreditado que virou sucesso

O executivo carioca Carlos Ricardo, diretor de marketing da divisão Elma Chips da Pepsico, a gigante americana do setor de alimentos e bebidas, é hoje visto como uma estrela em ascensão no mundo do marketing. Ele é o principal responsável pela criação e pelo lançamento de um produto que movimentou, de forma surpreendente, o mercado de bebidas em 11 países. A princípio, pouca gente fora da Pepsi e da Ambev, empresas responsáveis por sua produção, colocava fé na H2OH!, bebida que fica a meio caminho entre a água com sabor e o refrigerante diet. Mas em apenas um ano a H2OH! conquistou 25% do mercado brasileiro de bebidas sem açúcar, deixando para trás marcas tradicionais, como Coca-Cola Light e Guaraná Antarctica Diet. Além dos números de vendas, a H2OH! praticamente deu origem a uma nova categoria de produto, na qual tem concorrentes como a Aquarius Fresh, da Coca-Cola, e que já é maior do que segmentos consagrados, como os de leites com sabores, bebidas à base de soja, chás gelados e su

Doze passos para deixar de ser o “bode expiatório” na sua empresa

Você já viu alguma vez um colega de trabalho ser culpado, exposto ou demitido por erros que não foi ele que cometeu, e sim seu chefe ou outro colega? Quais foram os efeitos neste indivíduo e nos seus colegas? Como isso foi absorvido por eles? No meu trabalho como coach, tenho encontrado mais e mais casos de “bodes expiatórios corporativos”, que a Scapegoat Society, uma ONG britânica cujo objetivo é aumentar a consciência sobre esta questão no ambiente de trabalho, define como uma rotina social hostil ou calúnia psicológica, através da qual as pessoas passam a culpa ou responsabilidade adiante, para um alvo ou grupo. Os efeitos são extremamente danosos, com conseqüências de longo-prazo para a vítima. Recentemente, dei orientação executiva a um gerente sênior que nunca mais se recuperou por ter sido um dia bode expiatório. John, 39 anos, trabalhou para uma empresa quando tinha algo em torno de 20 anos de idade e tudo ia bem até que ele foi usado como bode expiatório por um novo chefe. De

Funcionários da Domino´s Pizza postam vídeo no You Tube e são processados

Dois funcionários irresponsáveis imaginam um vídeo “muito engraçado” usando alimentos e toda sorte de escatologia. O cenário é uma cozinha da pizzaria Domino´s. Pronto, está feito o vídeo que mais chamou a atenção da mídia americana na semana passada. Nele, os dois funcionários se divertem enquanto um espirra na comida, entre outras amostras de higiene pessoal. Tudo isso foi postado no you tube no que eles consideraram “uma grande brincadeira”. O vídeo em questão, agora removido do site, foi visto por mais de 930 mil pessoas em apenas dois dias. (o vídeo já foi removido, mas pode ser conferido em trechos nesta reportagem: http://www.youtube.com/watch?v=eYmFQjszaec ) Mas para os consumidores da rede, é uma grande(síssima) falta de respeito. Restou ao presidente a tarefa de “limpar” a bagunça (e a barra da empresa). Há poucos dias, Patrick Doyle, CEO nos EUA, veio a público e respondeu na mesma moeda. No vídeo de dois minutos no You Tube, Doyle ( http://www.youtube.com/watch?v=7l6AJ49xNS