Uma pesquisa sobre as empresas mais admiradas pela "Geração Y" oferece pistas definidas sobre o caminho a seguir pelas companhias para atrair as gerações do futuro, que possuem valores adquiridos, perspectivas diferentes, e também novas exigências.
A mudança de parâmetro imposta pelas novas gerações não deve resultar em um problema para nenhuma empresa. Em um cenário de escassez de talentos, as companhias encontram dificuldade em atrair e reter os melhores talentos, mas também topam com novas gerações que não seguem padrões tradicionais no que se refere ao conceito de trabalho, carreira profissional ou lealdade à empresa.
As gerações do futuro não exageram a importância do dinheiro e são muito exigentes ao perseguir outras metas, como o tipo de tarefas que recebem; querem se engajar em projetos com os quais possam aprender, mas também desejam trabalhar "entre amigos", algo que as empresas deveriam levar em consideração, tanto quanto o ambiente de trabalho.
Para os jovens, não há promoções nem dinheiro que compensem o trabalho tradicional; outorgam um grande valor ao orgulho pessoal em relação à empresa onde trabalham, o que os faz preferir um ambiente onde se sintam importantes.
Qualquer pista que indique às empresas o caminho certo para atrair a Geração Y, do Milênio, da internet, Nexters, Geração Nintendo, digital ou seja lá como é chamada, será um tesouro valioso para o futuro de qualquer companhia. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Great Place to Work identificou as 50 empresas mais valorizadas por seus empregados. Mais de 200 mil trabalhadores ressaltaram as virtudes de seus locais de trabalho, e daí saíram algumas classificações. O que se refere aos menores de 25 anos é um filão para os que querem saber o que desejam as jovens gerações de suas empresas.
Segundo o estudo, a camaradagem é o bem mais apreciado pela Geração Y. Cerca de 86% dos jovens menores de 25 anos que trabalham nas consideradas "melhores empresas" acreditam que ali o ambiente é bom. Os jovens valorizam o companheirismo e o trabalho em equipe. Nada de "sozinho vencerei".
Montserrat Ventosa, diretora geral do Instituto Great Place to Work, adverte que isso não significa que o trabalho seja apenas diversão. Trata-se da existência de um ambiente que favoreça o fato dos jovens poderem ser eles mesmos, e onde se acolhe bem os novatos e os que mudam de departamento. "Um ambiente descontraído torna a empresa competitiva, principalmente nos tempos difíceis", assegura Ventosa, que acrescentou que essa tendência coincide com os resultados obtidos na classificação Best Workplaces USA, publicada pela revista Fortune.
O segundo aspecto fundamental que as empresas devem levar em conta é que os membros da chamada geração Nintendo necessitam confiar em seus chefes. O estudo que dá como resultado a classificação do Best Workplaces indica que cerca de 84% dos jovens confiam em seus superiores. A credibilidade nos chefes indica que os jovens se sentem valorizados, informados, ouvidos, e que podem recorrer aos superiores quando precisam; que seus chefes são competentes, que lhes dão suficiente responsabilidade, e que falam a verdade. Ventosa acrescentou que "os jovens valorizam acima de tudo a verdade. Nasceram na era da informática e sabem quando o que lhe dizem não está certo".
O orgulho pela empresa é o terceiro argumento para as novas gerações. Cerca de 83% dos jovens sentem orgulho do lugar onde trabalham. Identificam-se com a companhia e consideram que suas tarefas têm um sentido.
As novas gerações não apenas se sentem atraídas pelas grandes marcas, que garantem estabilidade no trabalho - como acontecia nas gerações anteriores -, mas preferem se sentir identificadas com a missão e a visão da empresa; querem fazer parte de um projeto, e a companhia deve ser capaz de expressar como o trabalho deles contribui para o resultado final.
Quanto ao quarto aspecto principal, "cerca de 82% dos que trabalham nas dez melhores empresas se sentem tratados como pessoas", explica o estudo. Os jovens valorizam, acima das gerações anteriores, a possibilidade de contar com um plano de carreira, não apenas com fins de promoção, mas para seu próprio desenvolvimento profissional. Precisam de um feedback contínuo sobre seu rendimento, e de se sentir valorizados, e isso não apenas uma vez por ano, mas no dia-a-dia, para continuar estimulados. Uma diferença com as gerações anteriores é que a Geração Y valoriza o tempo livre, e para eles existe vida após o trabalho, mesmo que não tenham família. Além disso, precisam ter objetivos e serem apreciados por cumpri-los, e não pelo tempo que passam no escritório.
"Cerca de 79% se sentem tratados com justiça na empresa" - e este é o quinto argumento definitivo - embora isso seja o que menos valorizam. O tratamento justo não diz respeito apenas ao salário, mas também ao reconhecimento, ao tratamento com igualdade, independentemente da posição ocupada.
Definitivamente, as novas gerações buscam um bom salário, bom ambiente, conciliar e alavancar a empresa, horas flexíveis, possibilidade de jornadas interrompidas, e facilidade de deixar o cargo para atender assuntos particulares que consideram fundamentais. No momento são as empresas que precisam vender seus projetos, porque as novas gerações chegam ao mercado de trabalho com novas prioridades.
Mas ao choque de gerações se deve unir as oportunidades que dizem respeito a um grupo de pessoas com perspectivas diferentes que podem ser bem aproveitadas. No terreno do compromisso, Ventosa assegura que os representantes da geração Nintendo podem ser classificados como engajados. "Não vêem o esforço como um sacrifício, mas como superação e exigência, daí se diferenciando das antigas gerações. Por outro lado, têm pouca tolerância diante das frustrações."
Outros valores importantes das novas gerações dizem respeito à integração de profissionais diferentes, outras culturas e geografias, e também à mobilidade. Os jovens buscam muito a experiência internacional. Ventosa acrescentou que os jovens são "adaptáveis à mudança, impacientes, ágeis e flexíveis, mantêm grande capacidade de transformação e apresentam maior tolerância para as diferenças".
A geração digital sabe o que quer porque pode escolher, é assertiva e segura de si mesma, não é conformista, busca a transparência. A informação não significa poder como nas gerações anteriores, mas sim uma forma de compartilhar conhecimento.
Fonte: Expansión, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 9
A mudança de parâmetro imposta pelas novas gerações não deve resultar em um problema para nenhuma empresa. Em um cenário de escassez de talentos, as companhias encontram dificuldade em atrair e reter os melhores talentos, mas também topam com novas gerações que não seguem padrões tradicionais no que se refere ao conceito de trabalho, carreira profissional ou lealdade à empresa.
As gerações do futuro não exageram a importância do dinheiro e são muito exigentes ao perseguir outras metas, como o tipo de tarefas que recebem; querem se engajar em projetos com os quais possam aprender, mas também desejam trabalhar "entre amigos", algo que as empresas deveriam levar em consideração, tanto quanto o ambiente de trabalho.
Para os jovens, não há promoções nem dinheiro que compensem o trabalho tradicional; outorgam um grande valor ao orgulho pessoal em relação à empresa onde trabalham, o que os faz preferir um ambiente onde se sintam importantes.
Qualquer pista que indique às empresas o caminho certo para atrair a Geração Y, do Milênio, da internet, Nexters, Geração Nintendo, digital ou seja lá como é chamada, será um tesouro valioso para o futuro de qualquer companhia. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Great Place to Work identificou as 50 empresas mais valorizadas por seus empregados. Mais de 200 mil trabalhadores ressaltaram as virtudes de seus locais de trabalho, e daí saíram algumas classificações. O que se refere aos menores de 25 anos é um filão para os que querem saber o que desejam as jovens gerações de suas empresas.
Segundo o estudo, a camaradagem é o bem mais apreciado pela Geração Y. Cerca de 86% dos jovens menores de 25 anos que trabalham nas consideradas "melhores empresas" acreditam que ali o ambiente é bom. Os jovens valorizam o companheirismo e o trabalho em equipe. Nada de "sozinho vencerei".
Montserrat Ventosa, diretora geral do Instituto Great Place to Work, adverte que isso não significa que o trabalho seja apenas diversão. Trata-se da existência de um ambiente que favoreça o fato dos jovens poderem ser eles mesmos, e onde se acolhe bem os novatos e os que mudam de departamento. "Um ambiente descontraído torna a empresa competitiva, principalmente nos tempos difíceis", assegura Ventosa, que acrescentou que essa tendência coincide com os resultados obtidos na classificação Best Workplaces USA, publicada pela revista Fortune.
O segundo aspecto fundamental que as empresas devem levar em conta é que os membros da chamada geração Nintendo necessitam confiar em seus chefes. O estudo que dá como resultado a classificação do Best Workplaces indica que cerca de 84% dos jovens confiam em seus superiores. A credibilidade nos chefes indica que os jovens se sentem valorizados, informados, ouvidos, e que podem recorrer aos superiores quando precisam; que seus chefes são competentes, que lhes dão suficiente responsabilidade, e que falam a verdade. Ventosa acrescentou que "os jovens valorizam acima de tudo a verdade. Nasceram na era da informática e sabem quando o que lhe dizem não está certo".
O orgulho pela empresa é o terceiro argumento para as novas gerações. Cerca de 83% dos jovens sentem orgulho do lugar onde trabalham. Identificam-se com a companhia e consideram que suas tarefas têm um sentido.
As novas gerações não apenas se sentem atraídas pelas grandes marcas, que garantem estabilidade no trabalho - como acontecia nas gerações anteriores -, mas preferem se sentir identificadas com a missão e a visão da empresa; querem fazer parte de um projeto, e a companhia deve ser capaz de expressar como o trabalho deles contribui para o resultado final.
Quanto ao quarto aspecto principal, "cerca de 82% dos que trabalham nas dez melhores empresas se sentem tratados como pessoas", explica o estudo. Os jovens valorizam, acima das gerações anteriores, a possibilidade de contar com um plano de carreira, não apenas com fins de promoção, mas para seu próprio desenvolvimento profissional. Precisam de um feedback contínuo sobre seu rendimento, e de se sentir valorizados, e isso não apenas uma vez por ano, mas no dia-a-dia, para continuar estimulados. Uma diferença com as gerações anteriores é que a Geração Y valoriza o tempo livre, e para eles existe vida após o trabalho, mesmo que não tenham família. Além disso, precisam ter objetivos e serem apreciados por cumpri-los, e não pelo tempo que passam no escritório.
"Cerca de 79% se sentem tratados com justiça na empresa" - e este é o quinto argumento definitivo - embora isso seja o que menos valorizam. O tratamento justo não diz respeito apenas ao salário, mas também ao reconhecimento, ao tratamento com igualdade, independentemente da posição ocupada.
Definitivamente, as novas gerações buscam um bom salário, bom ambiente, conciliar e alavancar a empresa, horas flexíveis, possibilidade de jornadas interrompidas, e facilidade de deixar o cargo para atender assuntos particulares que consideram fundamentais. No momento são as empresas que precisam vender seus projetos, porque as novas gerações chegam ao mercado de trabalho com novas prioridades.
Mas ao choque de gerações se deve unir as oportunidades que dizem respeito a um grupo de pessoas com perspectivas diferentes que podem ser bem aproveitadas. No terreno do compromisso, Ventosa assegura que os representantes da geração Nintendo podem ser classificados como engajados. "Não vêem o esforço como um sacrifício, mas como superação e exigência, daí se diferenciando das antigas gerações. Por outro lado, têm pouca tolerância diante das frustrações."
Outros valores importantes das novas gerações dizem respeito à integração de profissionais diferentes, outras culturas e geografias, e também à mobilidade. Os jovens buscam muito a experiência internacional. Ventosa acrescentou que os jovens são "adaptáveis à mudança, impacientes, ágeis e flexíveis, mantêm grande capacidade de transformação e apresentam maior tolerância para as diferenças".
A geração digital sabe o que quer porque pode escolher, é assertiva e segura de si mesma, não é conformista, busca a transparência. A informação não significa poder como nas gerações anteriores, mas sim uma forma de compartilhar conhecimento.
Fonte: Expansión, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 9
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