Grandes empresas monitoram MSN e e-mail

Depois que uma conversa pela internet entre funcionários do Judiciário paulista foi adulterada e publicada nas páginas do "Diário Oficial do Estado", ficou claro que todo o cuidado é pouco na hora de trocar mensagens por e-mail ou MSN no local de trabalho. E, neste caso, não adianta reclamar, pois na maioria dos casos a lei brasileira dá ao empregador o direito de monitorar as mensagens eletrônicas de seus funcionários.

Algumas empresas têm regras claras sobre o assunto. Mesmo assim, é muito comum que aquele comentário que você fez sobre seu chefe ou aquela piada enviada a um colega vá parar na mesa do dono da empresa.

Chantagens, vazamento de informações e cantadas por MSN são situações que acontecem em cerca de 80% das empresas que permitem o uso de ferramentas de mensagem instantânea por seus funcionários, segundo o diretor da empresa Micro Frequency, Oracio Kuradomi. “Tem funcionário que passa o tempo todo batendo papo”, diz Kuradomi.

Ele é o responsável por um sistema de controle e monitoramento de internet vendido para outras empresas. Algumas vezes, também é contratado para monitorar o uso que os funcionários estão fazendo dos emails e MSN.

“Tem empresa que me contrata para ver o que acontece lá dentro. Os funcionários são avisados que tudo está sendo tudo gravado, mas depois de um tempo, as pessoas esquecem”, diz Kuradomi.

O controle de mensagens é uma regra comum entre grandes empresas do país, segundo levantamento do G1. Por isso, é bom que cada um saiba usar a comunicação corporativa a seu favor, evitando problemas de relacionamento e até mesmo demissão.

Na maioria das vezes, a regra sobre mensagens corporativas é clara. A Vale do Rio Doce, por exemplo, tem um messenger corporativo, por meio do qual os funcionários podem se comunicar com os colegas de outros estados ou países. Por isso, a companhia proíbe programas como o MSN. Além de colocar as regras para uso de e-mail no seu código de ética, a empresa criou também a campanha “Click Consciente”, um filtro de sites que mostra uma mensagem toda vez que uma página externa proibida é acessada por um funcionário (a mensagem-padrão explica o motivo do bloqueio).

TAM e Serasa também são outras empresas que preferem investir na orientação dos funcionários, principalmente por lidarem com dados e informações sigilosas sobre os consumidores. As duas elaboraram cartilhas online sobre o assunto.

“Não adianta agir apenas na parte de policiamento. A segurança tem de ser preventiva. É por meio da conscientização, do esclarecimento e da educação que você vai reduzir o potencial de incidentes por causa do uso indevido da internet”, diz o diretor de operações e serviços da Serasa, Dorival Dourado.


MSN
Embora permitam o uso de e-mail particular, a maior parte das empresas é mais rigorosa quando se trata do uso de serviços como MSN, da Microsoft, ou Yahoo! Messenger.

Grandes corporações têm sistemas próprios de mensagem instantânea e proíbem o acesso a serviços externos. Mesmo assim, vários funcionários descobrem formas alternativas para usar esses comunicadores.

Na Serasa, que lida com informações financeiras, os serviços de mensagens instantâneas são considerados pouco seguros. Por isso, seu uso é proibido. Já empresas como Sadia e TAM preferem liberar a ferramenta para casos específicos.

“É uma boa ferramenta, mas para uso empresarial esse serviço precisa amadurecer. Precisamos ter mais segurança”, diz Dourado.


Mais segurança
O gerente de produtos Office da Microsoft, Alessandro Bélgamo, diz que os serviços de mensagem instantânea fornecidos pelas empresas têm todos os requisitos de segurança para evitar invasões de hackers. Além de ser dona do MSN, a Microsoft criou também um messenger corporativo vendido para empresas.

“O MSN é um produto público, com tráfego pela internet. Mas o programa de mensagem instantânea dentro da empresa, com criptografia, tem total segurança, com ferramentas que vão combater vírus ou invasões”, diz o gerente da Microsoft.

E você, qual a sua opinião sobre o assunto?


Fonte: Por Eduardo Cucolo, in g1.globo.com