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Atitude positiva de vida é valorizada pelas empresas

No momento em que a sustentabilidade ganha corpo junto às empresas, o perfil do executivo desejado tem novos contornos. Além da capacidade de liderança, decisão, iniciativa, proatividade, flexibilidade, criatividade e bom senso, espera-se dele a busca por uma qualidade de vida melhor para ele, para a família e a empresa. Assim, a postura positiva, com hábitos saudáveis - como não fumar e praticar esportes - contam pontos, inclusive nos processos de seleção.

A preferência pelos executivos que se preocupam com uma vida saudável está começando. "Mesmo sendo poucas as empresas que praticam esses novos conceitos, o que se observa é que a mídia já dá tratamento prioritário para esses temas e que os simpósios e congressos - como o recente Conarh - vão tocando cada vez mais nessas novas áreas. Obviamente, o executivo mais avisado deverá correr atrás disso, que até outro dia não se falava. Dentro em breve, os processos de recrutamento e de desenvolvimento nas empresas cobrarão esses requisitos", afirma Laerte Leite Cordeiro, consultor titular da Laerte Cordeiro - Consultores em Recursos Humanos.

Para Cordeiro, embora o ambiente empresarial esteja certamente mudando nos últimos cinco anos, é preciso considerar que as empresas em geral ainda são tradicionais e continuam centrando sua busca em executivos com boa formação, MBA, conhecimento de idiomas, networking e uma carreira progressiva. "As mudanças que estão se observando certamente chegarão ao dia-a-dia das empresas. O executivo que não se aperceber das mudanças a tempo vai ficar para trás. Os que não se adequarem serão os dinossauros modernos."

Para o consultor Gustavo Dias, sócio da Search Consultoria, a participação em atividades como cursos de culinária ou de arte, por exemplo, oferece ao executivo a oportunidade de experimentar sensações incomuns no ambiente de trabalho. "Do ponto de vista comportamental, o profissional vai internalizando esses conceitos. Depois, ele passa a aplicar as competências apreendidas no trabalho, algumas vezes de forma consciente, outras inconsciente."

No processo seletivo, garante Dias, o executivo que pratica alguma atividade ligada a artes, esportes ou trabalho voluntário leva vantagem em relação aos concorrentes. "A palavra é uma só: equilíbrio. Este profissional mostra que sabe equilibrar a vida pessoal com a profissional, o que é muito importante para ser um profissional bem-sucedido."

Hoje, as habilidades exigidas não são apenas as treináveis: é preciso buscar uma melhor qualidade de vida. "O workaholic não está mais na moda. Entre dois candidatos com competências similares (um sedentário e o outro praticante de esportes), o último será o escolhido", diz Ricardo Nogueira, consultor da Case Consultores, braço de recrutamento do grupo Catho.

Nogueira destaca que as empresas mais modernas já oferecem vantagens aos funcionários, como academia de ginástica. "O profissional que fuma passa até um terço do dia fumando ou em trânsito (para fumar). Empresas que já perceberam isso promovem tratamento gratuito para os que querem parar de fumar."

A proibição total de fumar no trabalho ou a criação de áreas restritas para esse fim não são vistas pela Justiça como medidas discriminatórias. "Não se pode caracterizar a proibição do fumo como um ato discriminatório, pois é uma medida para o bem comum, para o bem das gerações futuras", afirma a advogada trabalhista Karla Bernardo, da Pactum Consultoria Empresarial. Segundo ela, a coisa muda de figura quando se trata da obesidade. "Não promover ou demitir um funcionário por ele ser obeso é preconceito."

No caso de Roberto Monteiro, 32 anos, diretor da Oh Ingredientes, fornecedora de matéria-prima para a indústria de cosméticos, o combate à obesidade partiu dele mesmo. "Há cinco anos, com problemas de saúde, fiz dieta e emagreci 35 quilos, o que acabou sendo muito bom também para a carreira. A auto-estima melhorou, assim como a disposição para o trabalho", conta o executivo, lembrando que isso só funciona ao lado, claro, da competência e de estar interado ao mundo de hoje.


Fonte: Por Lourdes Rodrigues e Marcelo Monteiro, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 9

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