Um público crescente, com alto poder aquisitivo e renda disponível acima da média para gastar em produtos e serviços, merece um tratamento especializado. E de olho na mina de ouro surgem agências especializadas para atender esse público, denominado GLS (gays, lésbicas e simpatizantes) ou GLBT (gays, lésbicas, bissexuais e transexuais).
Pesquisa realizada entre fevereiro e junho deste ano pela Inserch, empresa especializada em comportamento de consumidor, dá a medida do poder de consumo desse público. A enquete ouviu 5,315 mil gays, em 52 cidades de 17 estados e constatou que 39% pertencem as classes A e B (com a renda média de R$ 2,150 mil), 84% compram, em média, dois CDs por mês e 94% lêem revistas.
Existem 18 milhões de pessoas declaradamente do público GLTB no Brasil, ou seja cerca de 10% da população, e esse público, que movimenta cerca de R$ 150 milhões por ano, tem um poder de consumo 30% maior em relação ao heterossexuais. Oitenta e três por cento da comunidade pertencem às classes A e B e 57% têm curso superior, informa o Censo GLS, do Instituto de Pesquisa e Cultura GLS e do IBGE.
"É um mercado fantástico com potencial de consumo ótimo, maior que a média da população, e que precisa de um trabalho de criação especializado", diz o diretor executivo da Seu Expedito Publicidade, Leonardo Gmeiner. A agência, criada em agosto deste ano com um departamento denominado Sex, focado no público GLBT, atende a ONG Ação Brotar Pela Cidadania e Diversidade Sexual (ABCD’s).
O objetivo da agência é ganhar mais três ou quatro contas até o final do ano. A empresa negocia com casas noturnas, empresa de roupas íntimas e bebidas, entre elas uma de energéticos (Refresco Bebidas) e a marca Pink Bier, que Gmeiner garante que produz uma cerveja cor-de-rosa.
A agência de comunicação Cartaz e a Agência Norte, de eventos e ações promocionais, prevê crescimento de 50% e 70% neste ano, respectivamente. Boa parte dessa expansão é apoiada em trabalhos e eventos voltados ao público GLS. "É um mercado muito atraente, o poder de consumo desse público é alto, são pessoas que não tem gastos com filhos e são preocupados com moda, estética, roupas e atividades físicas", diz o sócio-diretor das duas agências, Leandro Matulja.
A Cartaz realiza há três anos a comunicação do Festival Mix Brasil de Cinema e Vídeo da Diversidade Sexual, que acontece há 15 anos; do Clube Glória, de São Paulo, que promove uma badalada noite gay às sextas-feiras; e realizou o trabalho de divulgação da revista GLS Junior, recém-lançada. A agência acaba de fechar contrato para fazer a comunicação no País da aussieBum, marca australiana de roupas masculinas (sungas, cuecas e regatas), muito apreciada pela comunidade gay e que vai ingressar neste mês no País. Matulja observa que o fato do Brasil ter a maior parada gay do mundo, realizada anualmente em São Paulo, têm chamado a atenção do País para marcas globais voltadas a esse público. "O Brasil vêm sendo percebido como um novo mercado ‘pink’ no exterior."
A Norte produz eventos voltados ao "público moderno", o que inclui a comunidade GLS, entre eles o festival de cultura pop Resfest e o Nokia Trends Mob Jam, evento de música eletrônica que acontece em boates do Rio e São Paulo.
Fundada em maio deste ano, a Pink Penguin, agência de criação para empresas que atendem o público GLS, foi criada pela percepção da necessidade de material específico para esse público. "Nós (as três sócias) temos contato com esse público e sentíamos a falta de material de qualidade voltado para ele. O material tinha uma linguagem distorcida", diz a designer Julia Dranger.
Ela observa que fato das três sócias serem homossexuais as faz entender melhor ainda o público das empresas para as quais trabalham e as aproximam dos clientes. "É um mercado com alto poder aquisitivo e que está em crescimento, as empresas começam a se preocupar com esse público e algumas, como de turismo, abrem até departamentos."
A agência, que realiza trabalhos para eventos da Associação Brasileira de Turismo GLS (ABRATGLS) e negocia obter a conta de editoras, casas noturnas e até companhia de aviação, acertou uma parceria com os editores da Revista Odyssey e irá desenvolver o novo projeto gráfico da publicação, procurada pelo público gay e focada em música, moda, coluna social, eventos e festas.
Fonte: Por Gustavo Viana, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 6
Pesquisa realizada entre fevereiro e junho deste ano pela Inserch, empresa especializada em comportamento de consumidor, dá a medida do poder de consumo desse público. A enquete ouviu 5,315 mil gays, em 52 cidades de 17 estados e constatou que 39% pertencem as classes A e B (com a renda média de R$ 2,150 mil), 84% compram, em média, dois CDs por mês e 94% lêem revistas.
Existem 18 milhões de pessoas declaradamente do público GLTB no Brasil, ou seja cerca de 10% da população, e esse público, que movimenta cerca de R$ 150 milhões por ano, tem um poder de consumo 30% maior em relação ao heterossexuais. Oitenta e três por cento da comunidade pertencem às classes A e B e 57% têm curso superior, informa o Censo GLS, do Instituto de Pesquisa e Cultura GLS e do IBGE.
"É um mercado fantástico com potencial de consumo ótimo, maior que a média da população, e que precisa de um trabalho de criação especializado", diz o diretor executivo da Seu Expedito Publicidade, Leonardo Gmeiner. A agência, criada em agosto deste ano com um departamento denominado Sex, focado no público GLBT, atende a ONG Ação Brotar Pela Cidadania e Diversidade Sexual (ABCD’s).
O objetivo da agência é ganhar mais três ou quatro contas até o final do ano. A empresa negocia com casas noturnas, empresa de roupas íntimas e bebidas, entre elas uma de energéticos (Refresco Bebidas) e a marca Pink Bier, que Gmeiner garante que produz uma cerveja cor-de-rosa.
A agência de comunicação Cartaz e a Agência Norte, de eventos e ações promocionais, prevê crescimento de 50% e 70% neste ano, respectivamente. Boa parte dessa expansão é apoiada em trabalhos e eventos voltados ao público GLS. "É um mercado muito atraente, o poder de consumo desse público é alto, são pessoas que não tem gastos com filhos e são preocupados com moda, estética, roupas e atividades físicas", diz o sócio-diretor das duas agências, Leandro Matulja.
A Cartaz realiza há três anos a comunicação do Festival Mix Brasil de Cinema e Vídeo da Diversidade Sexual, que acontece há 15 anos; do Clube Glória, de São Paulo, que promove uma badalada noite gay às sextas-feiras; e realizou o trabalho de divulgação da revista GLS Junior, recém-lançada. A agência acaba de fechar contrato para fazer a comunicação no País da aussieBum, marca australiana de roupas masculinas (sungas, cuecas e regatas), muito apreciada pela comunidade gay e que vai ingressar neste mês no País. Matulja observa que o fato do Brasil ter a maior parada gay do mundo, realizada anualmente em São Paulo, têm chamado a atenção do País para marcas globais voltadas a esse público. "O Brasil vêm sendo percebido como um novo mercado ‘pink’ no exterior."
A Norte produz eventos voltados ao "público moderno", o que inclui a comunidade GLS, entre eles o festival de cultura pop Resfest e o Nokia Trends Mob Jam, evento de música eletrônica que acontece em boates do Rio e São Paulo.
Fundada em maio deste ano, a Pink Penguin, agência de criação para empresas que atendem o público GLS, foi criada pela percepção da necessidade de material específico para esse público. "Nós (as três sócias) temos contato com esse público e sentíamos a falta de material de qualidade voltado para ele. O material tinha uma linguagem distorcida", diz a designer Julia Dranger.
Ela observa que fato das três sócias serem homossexuais as faz entender melhor ainda o público das empresas para as quais trabalham e as aproximam dos clientes. "É um mercado com alto poder aquisitivo e que está em crescimento, as empresas começam a se preocupar com esse público e algumas, como de turismo, abrem até departamentos."
A agência, que realiza trabalhos para eventos da Associação Brasileira de Turismo GLS (ABRATGLS) e negocia obter a conta de editoras, casas noturnas e até companhia de aviação, acertou uma parceria com os editores da Revista Odyssey e irá desenvolver o novo projeto gráfico da publicação, procurada pelo público gay e focada em música, moda, coluna social, eventos e festas.
Fonte: Por Gustavo Viana, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 6
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