Mais do que nunca, as informações estão em todos os lugares, disponíveis a qualquer um que esteja minimamente interessado em buscá-las. Mas o conhecimento, como se sabe, vai muito além da informação. Informação sem experiência não é conhecimento. É preciso que os milhares de dados, ferramentas, conceitos e idéias que circulam por todos os meios de comunicação no planeta sejam incorporados e filtrados pelo fator humano para, só então, ser considerado conhecimento. Mas há ainda um terceiro fator: o conhecimento que não circula, não gera transformação, não cumpre seu papel-fim, e, portanto, não tem sentido.
Com esta mudança na percepção da dinâmica de geração do conhecimento, as áreas de recursos humanos estão sendo chamadas a ocupar um novo e importantíssimo lugar dentro das empresas. Um dos desafios que se colocam é passar a atuar como facilitador da troca de saber, não só do saber do outro - empresários, colaboradores, clientes - mas do próprio saber que as áreas de recursos humanos detêm. Em outras palavras, colocar o conhecimento para circular.
O principal obstáculo que precisará ser vencido nesta transição é que se admita que nosso segmento persiste menos raramente do que se imagina, na ultrapassada postura de reter o conhecimento, como se assim pudesse proteger seu espaço. Esta atitude em geral se apóia na velha máxima de que "conhecimento é poder". De fato é, mas poder no sentido de impulsionar para a transformação. E não de algo que precisa ser conservado a sete chaves. Esta é armadilha em que muitos acabam caindo.
Basta traçar um paralelo com a área de tecnologia. Enquanto os profissionais de tecnologia optaram por "empoderar" seus usuários, compartilhando o conhecimento, disponibilizando ferramentas, treinando e fazendo com que os seus "clientes", internos e externos, andassem com as próprias pernas, o RH não teve condições de fazer o mesmo. O resultado é que se a área de tecnologia se viu liberta para atuar no nível mais estratégico - gerando novas idéias e conceitos - o RH ficou preso à aplicação burocrática das suas ferramentas, muitas vezes impedido de se renovar.
O fato é que, da mesma forma que todos os níveis das empresas foram chamados a lidar com o fator custo, buscando juntos o melhor resultado, e assim como tiveram que enfrentar os desafios impostos pela tecnologia, compartilhando dúvidas e dificuldades para o bem comum, agora é o momento de estabelecer parcerias verdadeiras também no que diz respeito à gestão do conhecimento.
Este agora é talvez o grande momento da virada para o RH. Chegou a hora de deixar de lado a idéia de reter o conhecimento adquirido e se conscientizar de que gerir os recursos humanos e, por extensão, o saber que eles detêm, não é responsabilidade exclusiva do RH. Este movimento que já é claro e notório na Europa e nos Estados Unidos, está começando a se apresentar no Brasil, sobretudo pelas exigências de melhoria na governança corporativa, na qual o RH ocupa um espaço altamente estratégico.
Como se vê, ao contrário do que se imagina, o universo de atuação para quem seguir este caminho tende a se alargar, gerando novas oportunidades para os profissionais de RH ganharem papel de destaque na estratégia do negócio. Mas para ocupar este lugar será necessário primeiro abrir mão do espaço atual. Abrir mão da execução de tarefas operacionais, focando os esforços na construção de uma gestão de pessoas alinhada com o que se vem fazendo nos países mais adiantados que nós. Ou seja, é preciso uma grande mudança de mentalidade, uma verdadeira quebra de paradigma. E a pergunta que se coloca então é: Será que você está preparado para isso?
Fonte: Por Sofia Esteves, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 9
Com esta mudança na percepção da dinâmica de geração do conhecimento, as áreas de recursos humanos estão sendo chamadas a ocupar um novo e importantíssimo lugar dentro das empresas. Um dos desafios que se colocam é passar a atuar como facilitador da troca de saber, não só do saber do outro - empresários, colaboradores, clientes - mas do próprio saber que as áreas de recursos humanos detêm. Em outras palavras, colocar o conhecimento para circular.
O principal obstáculo que precisará ser vencido nesta transição é que se admita que nosso segmento persiste menos raramente do que se imagina, na ultrapassada postura de reter o conhecimento, como se assim pudesse proteger seu espaço. Esta atitude em geral se apóia na velha máxima de que "conhecimento é poder". De fato é, mas poder no sentido de impulsionar para a transformação. E não de algo que precisa ser conservado a sete chaves. Esta é armadilha em que muitos acabam caindo.
Basta traçar um paralelo com a área de tecnologia. Enquanto os profissionais de tecnologia optaram por "empoderar" seus usuários, compartilhando o conhecimento, disponibilizando ferramentas, treinando e fazendo com que os seus "clientes", internos e externos, andassem com as próprias pernas, o RH não teve condições de fazer o mesmo. O resultado é que se a área de tecnologia se viu liberta para atuar no nível mais estratégico - gerando novas idéias e conceitos - o RH ficou preso à aplicação burocrática das suas ferramentas, muitas vezes impedido de se renovar.
O fato é que, da mesma forma que todos os níveis das empresas foram chamados a lidar com o fator custo, buscando juntos o melhor resultado, e assim como tiveram que enfrentar os desafios impostos pela tecnologia, compartilhando dúvidas e dificuldades para o bem comum, agora é o momento de estabelecer parcerias verdadeiras também no que diz respeito à gestão do conhecimento.
Este agora é talvez o grande momento da virada para o RH. Chegou a hora de deixar de lado a idéia de reter o conhecimento adquirido e se conscientizar de que gerir os recursos humanos e, por extensão, o saber que eles detêm, não é responsabilidade exclusiva do RH. Este movimento que já é claro e notório na Europa e nos Estados Unidos, está começando a se apresentar no Brasil, sobretudo pelas exigências de melhoria na governança corporativa, na qual o RH ocupa um espaço altamente estratégico.
Como se vê, ao contrário do que se imagina, o universo de atuação para quem seguir este caminho tende a se alargar, gerando novas oportunidades para os profissionais de RH ganharem papel de destaque na estratégia do negócio. Mas para ocupar este lugar será necessário primeiro abrir mão do espaço atual. Abrir mão da execução de tarefas operacionais, focando os esforços na construção de uma gestão de pessoas alinhada com o que se vem fazendo nos países mais adiantados que nós. Ou seja, é preciso uma grande mudança de mentalidade, uma verdadeira quebra de paradigma. E a pergunta que se coloca então é: Será que você está preparado para isso?
Fonte: Por Sofia Esteves, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 9
Comentários