Pular para o conteúdo principal

Smilingüido e o mercado de lincenciamento

O mercado de licenciamento não pára. A cada temporada novos personagens surgem como os "queridinhos", outros ressurgem e alguns vão, aos pouquinhos, conquistando seu espaço. É o caso do Smilingüido, da Editora Luz e Vida. Trata-se de uma formiguinha que vem fazendo muito sucesso e que já está presente em mais de 700 itens nos mais diversos segmentos: papelaria, confecção, chicletes, DVD, games e até mesmo ovos de Páscoa. Hoje são 22 empresas que possuem a licença do personagem - em 2001 eram sete.

O sucesso da formiguinha que sempre tem uma mensagem de amor e amizade para passar ao próximo já se tornou, inclusive, internacional, com produtos exportados em inglês e espanhol para Estados Unidos, Japão, Portugal, México, Chile, Costa Rica e países africanos. Com isso, as exportações representam, hoje, cerca de 6% do faturamento total da Luz e Vida - um total 50% maior que a expectativa prevista para este ano. Por aqui, o Smilingüido representa 80% do faturamento da editora. "Não divulgamos o faturamento, uma vez que não temos fins lucrativos, uma parte da receita vai para investimentos na própria empresa ou nos personagens, e o restante é direcionado para as obras de assistência da Associação das Igrejas do Cristianismo Decidido, proprietária da editora", revela a coordenadora de marketing da Editora Luz e Vida, Maria Claudia Lara da Costa.

O sucesso veio de uma forma tão rápida que este mês a loja virtual do Smilingüido passa a ser administrada pelo Submarino.com. "A expectativa é que com a mudança, o tíquete médio de compra, que hoje é de cerca de R$ 60 por pedido on-line, suba em até 50% desse valor graças às novas negociações de preço e frete possibilitadas com a terceirização do serviço", comenta Maria Claudia. Além do Smilingüido, a Luz e Vida possui outros personagens, Faniquita e da Turminha Querubim, que também terão seus produtos comercializados na loja virtual. "Com essa mudança, também vai aumentar a oferta de produtos do personagem na loja on-line", diz a coordenadora.

Para a Credeal, que possui a licença de Smilingüido há sete anos, a formiguinha é considerada o principal personagem e estampa capas de cadernos e fichários. A companhia projeta um faturamento para este ano de R$ 180 milhões. Entre os licenciamentos da empresa, o Smilingüido detém uma parcela de 26% de participação. E considerando todos os demais produtos (licenciados e marcas próprias) a formiguinha fica com 7% do faturamento da empresa.

O Smilingüido entrou para a história da Luz e Vida em 1989, quando a editora adquiriu os direitos de edição do personagem, criado em 1980 por Márcia D’Haese e Carlos Tadeu Grzybowski. Inicialmente voltado para o público cristão, hoje o Smilingüido ganhou espaço também entre outras religiões, fazendo muito sucesso com os católicos e também os espíritas. "Na verdade, ele é um personagem que passa mensagens de amor a Deus, de paz e amizade, independentemente de religião", comenta Maria Claudia.

Mas afinal, quem é Smilingüido? Ele faz parte de uma turma formada pela Rainha Formosa, autoridade máxima no formigueiro; o Mestre Formisã, sábio e leal conselheiro; Pildas, o amigo nordestino, destemido e sincero; Piriá, o amigo sulista, leal e impetuoso; Faniquita, uma formiguinha vaidosa e muito espoleta; e Forfo, alegre, e sensível, que não gosta de ficar sozinho. Claro, tem também as vilãs, as Sauvitas.

Mas Smilingüido e sua turma não estão presentes em um meio de comunicação muito importante: a televisão. É ela quem dita, na maioria das vezes, quais os personagens que estarão na moda. E um que vem fazendo bastante sucesso entre os meninos de seis a 12 anos é Naruto. Transmitido tanto na TV aberta, vai ao ar pelo SBT diariamente no "Bom Dia & Cia", às 11h30, como pela TV por assinatura, está no Cartoon Network, de segunda à sexta-feira, às 00h30, Naruto já é um sucesso em mangás, figurinhas, mochilas, cadernos, e tem potencial para muito mais. Várias categorias de produtos já estão fechadas para o licenciamento enquanto outras estão em fase de negociação, mas ainda há algumas possibilidades de negócios nas categorias têxtil, calçados, papelaria, alimentos e brinquedos. "Unimos parceiros estratégicos com empresas líderes de mercado como a Panini, que lançou o mangá e o álbum de figurinhas; Mattel do Brasil, para brinquedos; e PlayArte, para DVDs", comenta o diretor internacional da Creative Licensing Brasil, que detém a marca no País, Luiz Angelotti. "Iniciamos o licenciamento no Brasil priorizando o fabricante e procurando ter em nosso portfólio empresas com distribuição nacional, ponto imprescindível para que Naruto possa ter seu potencial de vendas bem explorado", completa o executivo.

O diretor comercial e de marketing da Editora Panini, Marcio Borges conta que o mangá de Naruto, lançado em maio deste ano, já alcançou uma participação de 37% sobre o portfólio de mangás da companhia.

Hoje, oito empresas possuem a licença de Naruto, o que significa cerca de 50 itens. "Pretendemos em 2008 chegar a 30 empresas, com cerca de 500 itens, com um movimento no varejo em torno de US$ 80 milhões", afirma Angelotti.

Naruto é uma série animada recheada de muita ação e aventura, com mais de 200 episódios já produzidos, sendo que a produção de novos capítulos continua. No Brasil, o SBT possui 52 episódios da série, "o que significa que teremos muitos anos pela frente com novidades do personagem, combustível primordial para manter o licenciamento aquecido", diz Angelotti. No dia 3 de outubro, por exemplo, Naruto conquistou 8 pon-tos de média de audiência no SBT, enquanto a segunda emissora ficou com 5 pontos e a terceira com 4 pontos, segundo dados Ibope/Telereport.

Leia-se por ação e aventura o desejo de Naruto tornar-se um Hokage, um título dado a apenas quatro heróicos ninjas. Para isso ele matriculou-se na academia de Ninja, lá encontrou um adversário e por aí vai. Mas Naruto guarda em si uma entidade, que surge quando ele enfrenta problemas e se vê em perigo. Um prato cheio para os garotos ficarem ligados na TV e desejarem tudo o que tiver de Naruto no mercado.

Já para as meninas, a opção também vem do Japão. Trata-se da Pucca. Uma garota apaixonada e que faz de tudo para proteger o seu amor. Incluindo aí bater em meninos maiores. "Ela possui personalidade, decide as coisas do jeito dela, e isso chama a atenção das adolescentes", comenta a diretora de marketing da Warner Bros. Consumer Products, Divisão da Warner Bros. Entertainment, responsável pela marca no Brasil, Ana Stabel. Hoje, Pucca só pode ser vista por quem tem TV por assinatura. Seu desenho passa de segunda à sexta-feira, às 21 horas, no Jetix. "Mas estamos estudando a ida de Pucca para a TV aberta no ano que vem", diz Ana. Hoje, a personagem está presente em cadernos, agendas, fichários, mochilas, bolsas, confecção, sapatos, meias, calcinhas, jogos de lençóis, toalhas e roupões, enfim em uma série de categorias. E o objetivo é estar em mais. "Para 2008, a expectativa é dobrar o número de empresas licenciadas, hoje são nove, e abrir novos segmentos, como publicações e conteúdo para celular", conta Ana.

A história de Pucca começa em uma terra muito distante e em um mundo imaginário. Ela tem 10 anos de idade e está perdidamente apaixonada por Garu, um menino descendente de uma lendária família ninja.

Para conquistar o coração de Garu, Pucca irá persegui-lo sem trégua e viverá as mais estranhas aventuras para chamar sua atenção. No entanto, Garu não só terá que enfrentar a incessante presença de sua pretendente, como também sofrerá o ataque de um grupo ninja. E Pucca sempre estará lá para ajudá-lo.


Fonte: Por Sheila Horvath, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 6

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

H2OH! - um produto desacreditado que virou sucesso

O executivo carioca Carlos Ricardo, diretor de marketing da divisão Elma Chips da Pepsico, a gigante americana do setor de alimentos e bebidas, é hoje visto como uma estrela em ascensão no mundo do marketing. Ele é o principal responsável pela criação e pelo lançamento de um produto que movimentou, de forma surpreendente, o mercado de bebidas em 11 países. A princípio, pouca gente fora da Pepsi e da Ambev, empresas responsáveis por sua produção, colocava fé na H2OH!, bebida que fica a meio caminho entre a água com sabor e o refrigerante diet. Mas em apenas um ano a H2OH! conquistou 25% do mercado brasileiro de bebidas sem açúcar, deixando para trás marcas tradicionais, como Coca-Cola Light e Guaraná Antarctica Diet. Além dos números de vendas, a H2OH! praticamente deu origem a uma nova categoria de produto, na qual tem concorrentes como a Aquarius Fresh, da Coca-Cola, e que já é maior do que segmentos consagrados, como os de leites com sabores, bebidas à base de soja, chás gelados e su

Doze passos para deixar de ser o “bode expiatório” na sua empresa

Você já viu alguma vez um colega de trabalho ser culpado, exposto ou demitido por erros que não foi ele que cometeu, e sim seu chefe ou outro colega? Quais foram os efeitos neste indivíduo e nos seus colegas? Como isso foi absorvido por eles? No meu trabalho como coach, tenho encontrado mais e mais casos de “bodes expiatórios corporativos”, que a Scapegoat Society, uma ONG britânica cujo objetivo é aumentar a consciência sobre esta questão no ambiente de trabalho, define como uma rotina social hostil ou calúnia psicológica, através da qual as pessoas passam a culpa ou responsabilidade adiante, para um alvo ou grupo. Os efeitos são extremamente danosos, com conseqüências de longo-prazo para a vítima. Recentemente, dei orientação executiva a um gerente sênior que nunca mais se recuperou por ter sido um dia bode expiatório. John, 39 anos, trabalhou para uma empresa quando tinha algo em torno de 20 anos de idade e tudo ia bem até que ele foi usado como bode expiatório por um novo chefe. De

Conselho Federal de Marketing?

A falta de regulamentação da profissão de marketing está gerando um verdadeiro furdunço na Bahia. O consultor de marketing André Saback diz estar sendo perseguido por membros do Conselho Regional de Administração da Bahia (CRA/BA) por liderar uma associação – com nome de Conselho Federal de Marketing e que ainda não está registrada – cujo objetivo, segundo ele, é regulamentar a profissão. O CRA responde dizendo que Saback está praticando estelionato e que as medidas tomadas visam a defender os profissionais de administração. Enquanto André Saback, formado em marketing pela FIB - Centro Universitário da Bahia -, diz militar pela regulamentação da profissão, o Presidente do CRA/BA, Roberto Ibrahim Uehbe, afirma que o profissional criou uma associação clandestina, está emitindo carteirinhas, cobrando taxas e que foi cobrado pelo Conselho Federal de Administração por medidas que passam até por processar Saback, que diz ter recebido dois telefonemas anônimos na última semana em tom de ameaç