Pular para o conteúdo principal

Saiba como evitar a ameaça do concorrente da esquina

Como você avalia sua performance de vendas: melhorando, piorando, ou na mesma? Você acha que seu concorrente está mais agressivo? Ele tem preços melhores que o seu? Como você avalia a motivação e o preparo da sua equipe de vendas: pode melhorar? Está perfeita? Como líder de vendas você terá que estar sempre atento a essas e muitas outras questões.

“No final das contas, gerenciar resume-se em três palavras: pessoas, produtos e lucros. As pessoas vêm em primeiro lugar”. Lee Iacocca

Durante boa parte de minha vida profissional estive liderando equipes de vendas e não foram poucas as ocasiões em que tive que ouvir vendedores se queixando de que o preço da concorrência era melhor do que o nosso. Certa ocasião, eu gerenciava uma concessionária de automóveis no Rio de Janeiro. A nossa marca estava em expansão e o fabricante havia nomeado um player próximo a nós. A partir daí, as nossas vendas entraram em queda livre e, para piorar ainda mais o quadro, as técnicas que adotávamos para aumentar as vendas parecia não funcionar tão bem quanto antes.

A equipe nos pressionava dizendo que os preços na loja recém chegada eram sempre melhores que os nossos. Fizeram uma reunião e pediram a minha presença. Parecia que uma crise havia se instalado. Todos alegavam uma única coisa: “o nosso preço não é mais competitivo”. Perguntei ao líder deles a razão de pensar assim. Sem titubear ele descarregou toda a sua amargura mostrando uma relação com as vendas que alegava ter perdido para a concorrência, como se o preço fosse o único culpado de ele estar deixando de fazer vendas.

Motivei os outros membros da equipe a expressarem seus pontos de vista. Após ouvir atentamente todas as queixas e opiniões disse a eles o seguinte: alguém aqui espera viver eternamente sem concorrência? Se você espera saiba que isso não será possível. Por outro lado, quero ressaltar que se há aqui alguém que pensa que o nosso principal concorrente é a loja recém inaugurada que está vendendo mais do que nós está redondamente equivocado.

“Os melhores gerentes não falam sobre seus problemas com a equipe. Mas sabem fazer com que as pessoas falem sobre seus problemas.” Peter Drucker

Quero dizer que nós não estamos competindo com o negócio da esquina e sim com os níveis de habilidade dos vendedores e gerentes do negócio da esquina. Se fosse tudo pelo preço todo mundo compraria o produto mais barato e ponto-final! Mas não é pelo preço e nunca foi, é pelo valor. E o valor é determinado pela pessoa e pelas habilidades que o consultor de vendas tem para mostrar seu produto, para abordar corretamente o cliente, para prospectar novos negócios, para superar possíveis objeções, para negociar oferecendo alternativas, para fechar vendas e fidelizar clientes.

E ainda acrescentei: quando você vê dessa forma, competir fica fácil. Faça apenas um trabalho melhor de venda do que o do negociante da esquina e verá como os resultados também serão diferentes. E quer saber mais? Você já fez isso no passado. Quem aqui já não vendeu para um cliente que tinha uma opção de preço melhor na loja da esquina, mas ainda assim acabou fechando o negócio com você? Você ainda se lembra como fez isso? Posso lhe garantir que foi agregando mais valor que o outro negociante. Provavelmente, naquela ocasião você deve ter agido com mais entusiasmo, e nem quis saber do preço que eles ofereceram. Você apenas “mandou ver”, deu o melhor de si e tudo funcionou bem.

“Só garantimos nosso sucesso de forma permanente quando ajudamos os outros a se desenvolverem”. Harvey S. Firestone

Agora suponha que você ao invés de reclamar a venda perdida passe a aprimorar as técnicas de vendas, atender o cliente com mestria, vender benefícios ao invés de descontos, enfim, fazer um trabalho melhor de vendas. Provavelmente, terá muito mais clientes dispostos a pagar um pouco mais e fazer negócio com você, não é mesmo?

Agora responda com sinceridade: você continua achando que o preço do concorrente da esquina ainda é o responsável pela sua baixa performance de vendas?


Fonte: Por Evaldo Costa, in Portal HSM On-line

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

H2OH! - um produto desacreditado que virou sucesso

O executivo carioca Carlos Ricardo, diretor de marketing da divisão Elma Chips da Pepsico, a gigante americana do setor de alimentos e bebidas, é hoje visto como uma estrela em ascensão no mundo do marketing. Ele é o principal responsável pela criação e pelo lançamento de um produto que movimentou, de forma surpreendente, o mercado de bebidas em 11 países. A princípio, pouca gente fora da Pepsi e da Ambev, empresas responsáveis por sua produção, colocava fé na H2OH!, bebida que fica a meio caminho entre a água com sabor e o refrigerante diet. Mas em apenas um ano a H2OH! conquistou 25% do mercado brasileiro de bebidas sem açúcar, deixando para trás marcas tradicionais, como Coca-Cola Light e Guaraná Antarctica Diet. Além dos números de vendas, a H2OH! praticamente deu origem a uma nova categoria de produto, na qual tem concorrentes como a Aquarius Fresh, da Coca-Cola, e que já é maior do que segmentos consagrados, como os de leites com sabores, bebidas à base de soja, chás gelados e su...

Funcionários da Domino´s Pizza postam vídeo no You Tube e são processados

Dois funcionários irresponsáveis imaginam um vídeo “muito engraçado” usando alimentos e toda sorte de escatologia. O cenário é uma cozinha da pizzaria Domino´s. Pronto, está feito o vídeo que mais chamou a atenção da mídia americana na semana passada. Nele, os dois funcionários se divertem enquanto um espirra na comida, entre outras amostras de higiene pessoal. Tudo isso foi postado no you tube no que eles consideraram “uma grande brincadeira”. O vídeo em questão, agora removido do site, foi visto por mais de 930 mil pessoas em apenas dois dias. (o vídeo já foi removido, mas pode ser conferido em trechos nesta reportagem: http://www.youtube.com/watch?v=eYmFQjszaec ) Mas para os consumidores da rede, é uma grande(síssima) falta de respeito. Restou ao presidente a tarefa de “limpar” a bagunça (e a barra da empresa). Há poucos dias, Patrick Doyle, CEO nos EUA, veio a público e respondeu na mesma moeda. No vídeo de dois minutos no You Tube, Doyle ( http://www.youtube.com/watch?v=7l6AJ49xNS...

Doze passos para deixar de ser o “bode expiatório” na sua empresa

Você já viu alguma vez um colega de trabalho ser culpado, exposto ou demitido por erros que não foi ele que cometeu, e sim seu chefe ou outro colega? Quais foram os efeitos neste indivíduo e nos seus colegas? Como isso foi absorvido por eles? No meu trabalho como coach, tenho encontrado mais e mais casos de “bodes expiatórios corporativos”, que a Scapegoat Society, uma ONG britânica cujo objetivo é aumentar a consciência sobre esta questão no ambiente de trabalho, define como uma rotina social hostil ou calúnia psicológica, através da qual as pessoas passam a culpa ou responsabilidade adiante, para um alvo ou grupo. Os efeitos são extremamente danosos, com conseqüências de longo-prazo para a vítima. Recentemente, dei orientação executiva a um gerente sênior que nunca mais se recuperou por ter sido um dia bode expiatório. John, 39 anos, trabalhou para uma empresa quando tinha algo em torno de 20 anos de idade e tudo ia bem até que ele foi usado como bode expiatório por um novo chefe. De...