Pular para o conteúdo principal

Omo muda posicionamento global

A marca Omo de sabão em pó vem investindo pesado em uma comunicação institucional que prima pelo emocional. A roupa passou a ser coadjuvante, enquanto a criança e 'a sujeira do bem', aquela que ajuda no aprendizado e no desenvolvimento infantil, foram alçadas à posição de protagonistas. A campanha publicitária que Omo inicia semana que vem procura ir um passo além dos conceitos 'Não existe mancha sem aprendizado', desenvolvido globalmente em 2001, e 'Porque se sujar faz bem', de 2003, ambos criados pela Lowe (BorghiErh/Lowe no Brasil). O mote agora é 'Toda criança tem direito de ser criança'. A causa mundial defendida pela marca é que toda criança deve brincar, participar do mundo que a cerca e explorá-lo. "Não é uma campanha de produto, e sim de conceito", diz Adriana Yamamoto, gerente de marketing de Omo.

O tema não é aleatório; derivou do estudo Dar aos Nossos Filhos o Direito de Serem Crianças, produzido pela StrategyOne, unidade de pesquisa da Edelman Public Relations, a pedido da Unilever. O trabalho entrevistou mães de dez países - África do Sul, China, Estados Unidos, França, Índia, Reino Unido, Tailândia, Turquia, Argentina e Brasil - sobre a percepção delas em relação ao ato de brincar e tudo o que cerca esse universo, como segurança, falta de tempo com os filhos, saúde e obesidade. A ponta mais visível do estudo é a campanha global pelo desenvolvimento infantil, a ser veiculada nos 14 países da América Latina onde a marca está presente e também na Ásia, começando pelo Vietnã.

Investimento de R$ 9 milhões
A criação da campanha é da agência inglesa BBH, parceira local da Neogama/BBH, que atende a marca para toda a América Latina - exceto o Brasil, onde a conta está na carteira da BorghiErh/Lowe, responsável pelo plano de mídia. Segundo Adriana, a Unilever investiu R$ 9 milhões para o lançamento no País, valor que já está contabilizado no orçamento de marketing de R$ 40 milhões para o produto em 2007. Desse total, R$ 25 milhões foram aplicados em ações para comemorar os 50 anos de Omo no Brasil.

A peça principal é o filme 'Roboboy', produzido pela BBH, que tem início mostrando a vida solitária e sem brincadeiras de um menino-robô. As cenas se passam em um local cercado por natureza. A partir do momento em que um cachorro se mexe e o suja, ele começa a se movimentar e a ganhar vida. O robô sai de casa e passa a entrar em contato com a terra, as plantas, os bichos, a água, a chuva e, com isso, vai se transformando em um garoto. O comercial é encerrado com a assinatura: 'Toda criança tem direito de ser criança'.

Adriana diz que, na primeira semana de exibição - em rede nacional de TV aberta, no horário nobre -, o filme terá duração de 60 segundos, o que não era feito em uma campanha de Omo há pelo menos seis anos. Depois, entra no ar uma versão de 30 segundos, que permanecerá em veiculação até o fim de dezembro.

O comercial foi gravado em Los Angeles e o robô foi criado e operado durantes as filmagens pela Stan Winston's Studios, produtora responsável pelos efeitos do longa Jurassic Park. É interessante notar que em nenhum momento o filme mostra ícones de campanhas de sabão em pó, como tanque, máquina de lavar, dona de casa e nem mesmo a caixa do produto. Escapa de clichês como 'lava mais branco' e testes de comparação, ainda muito fortes na categoria, a exemplo do que a Reckitt Benckiser veicula no momento para a linha Vanish. O próprio Omo jamais abandonou esse modelo tradicional de comunicação, caso do trabalho veiculado em agosto do ano passado para a versão MultiAção.

A nova campanha também tem anúncios em mídia impressa (revistas femininas e infantis), mídia exterior (exceto em São Paulo) e rádio, com três spots com canções infantis adaptadas para o tema brincar. Adriana enfatiza que todas as peças foram criadas pela BBH e terão veiculação mundial.

Lançada no Brasil em 1957 pela então Irmãos Lever, a marca Omo é líder no mercado de detergentes em pó, com participação de 47,9% acumulada neste ano, segundo dados de agosto da Nielsen divulgados pela própria Unilever.


Fonte: Por Cláudia Bergamasco, in www.meioemensagem.com.br

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

H2OH! - um produto desacreditado que virou sucesso

O executivo carioca Carlos Ricardo, diretor de marketing da divisão Elma Chips da Pepsico, a gigante americana do setor de alimentos e bebidas, é hoje visto como uma estrela em ascensão no mundo do marketing. Ele é o principal responsável pela criação e pelo lançamento de um produto que movimentou, de forma surpreendente, o mercado de bebidas em 11 países. A princípio, pouca gente fora da Pepsi e da Ambev, empresas responsáveis por sua produção, colocava fé na H2OH!, bebida que fica a meio caminho entre a água com sabor e o refrigerante diet. Mas em apenas um ano a H2OH! conquistou 25% do mercado brasileiro de bebidas sem açúcar, deixando para trás marcas tradicionais, como Coca-Cola Light e Guaraná Antarctica Diet. Além dos números de vendas, a H2OH! praticamente deu origem a uma nova categoria de produto, na qual tem concorrentes como a Aquarius Fresh, da Coca-Cola, e que já é maior do que segmentos consagrados, como os de leites com sabores, bebidas à base de soja, chás gelados e su...

Funcionários da Domino´s Pizza postam vídeo no You Tube e são processados

Dois funcionários irresponsáveis imaginam um vídeo “muito engraçado” usando alimentos e toda sorte de escatologia. O cenário é uma cozinha da pizzaria Domino´s. Pronto, está feito o vídeo que mais chamou a atenção da mídia americana na semana passada. Nele, os dois funcionários se divertem enquanto um espirra na comida, entre outras amostras de higiene pessoal. Tudo isso foi postado no you tube no que eles consideraram “uma grande brincadeira”. O vídeo em questão, agora removido do site, foi visto por mais de 930 mil pessoas em apenas dois dias. (o vídeo já foi removido, mas pode ser conferido em trechos nesta reportagem: http://www.youtube.com/watch?v=eYmFQjszaec ) Mas para os consumidores da rede, é uma grande(síssima) falta de respeito. Restou ao presidente a tarefa de “limpar” a bagunça (e a barra da empresa). Há poucos dias, Patrick Doyle, CEO nos EUA, veio a público e respondeu na mesma moeda. No vídeo de dois minutos no You Tube, Doyle ( http://www.youtube.com/watch?v=7l6AJ49xNS...

Doze passos para deixar de ser o “bode expiatório” na sua empresa

Você já viu alguma vez um colega de trabalho ser culpado, exposto ou demitido por erros que não foi ele que cometeu, e sim seu chefe ou outro colega? Quais foram os efeitos neste indivíduo e nos seus colegas? Como isso foi absorvido por eles? No meu trabalho como coach, tenho encontrado mais e mais casos de “bodes expiatórios corporativos”, que a Scapegoat Society, uma ONG britânica cujo objetivo é aumentar a consciência sobre esta questão no ambiente de trabalho, define como uma rotina social hostil ou calúnia psicológica, através da qual as pessoas passam a culpa ou responsabilidade adiante, para um alvo ou grupo. Os efeitos são extremamente danosos, com conseqüências de longo-prazo para a vítima. Recentemente, dei orientação executiva a um gerente sênior que nunca mais se recuperou por ter sido um dia bode expiatório. John, 39 anos, trabalhou para uma empresa quando tinha algo em torno de 20 anos de idade e tudo ia bem até que ele foi usado como bode expiatório por um novo chefe. De...