Pular para o conteúdo principal

OMS sugere padronização de maços de cigarro

A indústria tabagista pode sofrer um duro revés, caso a sugestão feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de criar maços genéricos para o cigarro seja adotada pelos países. Isso pode significar o fim das embalagens como as conhecemos, que seriam todas muito semelhantes. No Brasil, onde a lei já é bastante severa e impõe restrições à publicidade do produto, além de obrigar a indústria a imprimir imagens fortes sobre os efeitos danosos causados pelo cigarro em seus maços, a medida não está descartada, mas ainda se sujeitará a análises do Ministério da Saúde, que evita falar sobre o assunto.

Com dois órgãos responsáveis pela implementação das campanhas antitabaco e das medidas de combate ao consumo - Instituto Nacional do Câncer (Inca) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) -, o governo garante que a proposta ainda não começou a ser discutida. O Inca informou que o assunto é muito recente e não ganhou os debates do instituto. Já a Anvisa informa que o fato de ser uma sugestão da OMS não indica que será acatada; mas, caso ocorra, a alteração das embalagens será proposta pelo Ministério e implementada pela agência sem a necessidade de aprovação do Congresso Nacional.

Para Bob Vieira, da NovaS/B - agência que desenvolveu campanha antitabagismo da OMS -, o marketing da indústria é muito forte e atua em várias frentes. Contudo, ele ressalta que a legislação brasileira não consegue agir em algumas delas, como o cinema, pois a maior parte das películas é internacional. Apesar disso, ele acredita que, caso o governo invista maciçamente em campanha de combate ao consumo do cigarro, será possível traçar um paralelo ao marketing pró-tabaco.

Vieira explica que a idéia da campanha desenvolvida para a OMS foi atacar o público jovem, que é de fato o mais assediado pela indústria. Para ele, as campanhas de combate têm o dever de mostrar a verdade sobre o cigarro: ele vicia, causa dependência química e traz enormes danos à saúde.

No caso das embalagens genéricas, ele afirma que essa seria uma medida crucial para acabar com a identificação das marcas. Vieira destaca que qualquer pessoa em qualquer continente consegue identificar algumas marcas, isso porque o investimento da indústria é muito forte e assegura a fidelização do seu consumidor.

"Toda iniciativa de combate ao consumo é bem-vinda e todas devem ter como foco os jovens, pois eles são o alvo da indústria, e as campanhas de combate devem contra-atacar", disse Vieira.

Ele ainda ressalta que, no caso do Brasil - que possui uma legislação avançada antitabaco -, tais maços virariam "out­doors contra o cigarro", pois em branco, com a marca em letra pequenas e com as fotos de alerta aos problemas de saúde o ato de fumar se tornaria constrangedor.


Fonte: Por Alexandra Bicca, in www.meioemensagem.com.br

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

H2OH! - um produto desacreditado que virou sucesso

O executivo carioca Carlos Ricardo, diretor de marketing da divisão Elma Chips da Pepsico, a gigante americana do setor de alimentos e bebidas, é hoje visto como uma estrela em ascensão no mundo do marketing. Ele é o principal responsável pela criação e pelo lançamento de um produto que movimentou, de forma surpreendente, o mercado de bebidas em 11 países. A princípio, pouca gente fora da Pepsi e da Ambev, empresas responsáveis por sua produção, colocava fé na H2OH!, bebida que fica a meio caminho entre a água com sabor e o refrigerante diet. Mas em apenas um ano a H2OH! conquistou 25% do mercado brasileiro de bebidas sem açúcar, deixando para trás marcas tradicionais, como Coca-Cola Light e Guaraná Antarctica Diet. Além dos números de vendas, a H2OH! praticamente deu origem a uma nova categoria de produto, na qual tem concorrentes como a Aquarius Fresh, da Coca-Cola, e que já é maior do que segmentos consagrados, como os de leites com sabores, bebidas à base de soja, chás gelados e su...

Funcionários da Domino´s Pizza postam vídeo no You Tube e são processados

Dois funcionários irresponsáveis imaginam um vídeo “muito engraçado” usando alimentos e toda sorte de escatologia. O cenário é uma cozinha da pizzaria Domino´s. Pronto, está feito o vídeo que mais chamou a atenção da mídia americana na semana passada. Nele, os dois funcionários se divertem enquanto um espirra na comida, entre outras amostras de higiene pessoal. Tudo isso foi postado no you tube no que eles consideraram “uma grande brincadeira”. O vídeo em questão, agora removido do site, foi visto por mais de 930 mil pessoas em apenas dois dias. (o vídeo já foi removido, mas pode ser conferido em trechos nesta reportagem: http://www.youtube.com/watch?v=eYmFQjszaec ) Mas para os consumidores da rede, é uma grande(síssima) falta de respeito. Restou ao presidente a tarefa de “limpar” a bagunça (e a barra da empresa). Há poucos dias, Patrick Doyle, CEO nos EUA, veio a público e respondeu na mesma moeda. No vídeo de dois minutos no You Tube, Doyle ( http://www.youtube.com/watch?v=7l6AJ49xNS...

Doze passos para deixar de ser o “bode expiatório” na sua empresa

Você já viu alguma vez um colega de trabalho ser culpado, exposto ou demitido por erros que não foi ele que cometeu, e sim seu chefe ou outro colega? Quais foram os efeitos neste indivíduo e nos seus colegas? Como isso foi absorvido por eles? No meu trabalho como coach, tenho encontrado mais e mais casos de “bodes expiatórios corporativos”, que a Scapegoat Society, uma ONG britânica cujo objetivo é aumentar a consciência sobre esta questão no ambiente de trabalho, define como uma rotina social hostil ou calúnia psicológica, através da qual as pessoas passam a culpa ou responsabilidade adiante, para um alvo ou grupo. Os efeitos são extremamente danosos, com conseqüências de longo-prazo para a vítima. Recentemente, dei orientação executiva a um gerente sênior que nunca mais se recuperou por ter sido um dia bode expiatório. John, 39 anos, trabalhou para uma empresa quando tinha algo em torno de 20 anos de idade e tudo ia bem até que ele foi usado como bode expiatório por um novo chefe. De...