Pular para o conteúdo principal

Medial consolida marca de olho em aquisições

Depois de abrir o capital no final de 2006, a Medial Saúde captou R$ 750 milhões e foi às compras. Como estratégia de fortalecimento a empresa realizou as aquisições da rede de laboratórios Endomed, por R$ 5 milhões, do plano odontológico E-Nova, por R$ 2,1 milhões, da operadora de planos de saúde Amesp, por R$ 253 milhões, e do Grupo Saúde (Recife). Esta compra será realizada em duas etapas, aquisição direta e imediata de 49% das quotas por R$ 17 milhões e, posteriormente, aquisição das quotas remanescentes, em março de 2010, pelo valor equivalente três vezes o Ebitda do Grupo Saúde do exercício de 2009. Sem nenhuma dívida, a empresa tem R$ 250 milhões em caixa para fazer aquisições. Na mira da empresa estão hospitais, operadoras de saúde e centros diagnósticos.

Com isso, a Medial Saúde possui hoje 1,4 milhão de vidas e tem o objetivo de chegar a três milhões em 2010. Além disso, a empresa também investiu no fortalecimento de sua rede própria, com a construção de hospitais e centros de diagnósticos e atendimentos.

Marketing
Em continuidade à estratégia de reposicionamento e unificação de sua marca, a Medial Saúde apresenta uma nova linha de produtos. A marca Amesp deixa de existir após um trabalho de comunicação realizado com as cerca de 500 mil vidas que foram integradas ao sistema Medial. Na área odontológica, a E-Nova Odonto também passa por mudança e agora é Medial Odonto.

Com a compra da Amesp, a companhia passou a atuar mais intensamente no segmento popular, "em que não estávamos presentes com tanta força", comenta o diretor-executivo comercial da Medial Saúde, Nilo Sérgio Silveira Carvalho. Ele adianta que está nos planos da empresa entrar também no setor voltado a um público de altíssimo poder aquisitivo, mas faz segredo quanto aos detalhes dessa ação. Entre as principais empresas que atuam nesse mercado estão a Lincx e a Omint.

Dentro do processo de reposicionamento da marca, a companhia optou em patrocinar o Sport Club Corinthians Paulista, mesmo em um momento difícil para o time, que hoje disputa a segunda divisão do Campeonato Brasileiro de Futebol. "Esse patrocínio foi muito importante para tornar a marca cada vez mais conhecida, principalmente em regiões onde a Medial não tinha uma presença forte", afirma o executivo. A empresa tem feito ações com clientes, fornecedores e parceiros envolvendo os jogos do time. Também foi criado um plano de saúde voltado especialmente para os torcedores corintianos que aderirem ao Programa Fiel Torcedor e associados ao clube. Além da carteirinha e do guia de orientação personalizados com as cores e o símbolo do clube, há também um site diferenciado (www.medialcorinthians.com.br) e, o principal, um desconto de 10% em relação ao preço de tabela dos planos. Na área esportiva, a Medial Saúde patrocinou as edições da corrida Corpore e foi a fornecedora oficial dos serviços de saúde da Mil Milhas Brasil 2007.

Para reposicionar a marca Medial no mercado a companhia contratou a agência Matos Grey. "Um dos objetivos foi passar um conceito diferente para o consumidor. Sair do lugar comum. Deixar de passar uma imagem protetora, mas passar uma imagem de cumplicidade com o cliente, com maior ênfase na preservação da saúde, na medicina preventiva", afirma o presidente e diretor-geral de criação da Matos Grey, Silvio Matos.

Carvalho explica que a idéia é trabalhar com a prevenção da doença, algo mais barato do que tratar a doença. "Com esse conceito, o objetivo é manter o negócio da empresa sustentável e acompanhar o cliente por muitos anos", diz. Por isso a preocupação em gerir hospitais, centros de diagnósticos e de atendimento. "Sabendo como é feita uma cirurgia, por exemplo, sabemos exatamente quanto é gasto para realizá-la. Assim fica mais fácil negociar com nossos prestadores de serviços os valores da mesma cirurgia realizada em um hospital conveniado", afirma Carvalho.

No que diz respeito à comunicação, há a promessa de muitas ações no segundo semestre deste ano. "A Medial estará bem mais presente na vida dos clientes a partir do próximo semestre", revela Matos, sem, no entanto, detalhar os projetos.

No ano passado, o lucro líquido da Medial saúde foi de R$ 73,5 milhões, o que representou um crescimento de 28,5% em relação a 2006. A receita total da companhia chegou a R$ 469,4 milhões no primeiro trimestre de 2008, um crescimento de 45,6% em relação ao mesmo período de 2007.


Fonte: Por Sheila Horvath, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 7

Comentários

Anônimo disse…
Nem sempre a princípio, como afirma o Sr. Nilo, a prevenção é mais barata, de início haverá por certo um aumento dos custos desta ação preventiva que aumantará o número de diagnósticos e conseqüentemente de ações curativas diversas, em muma população estanque, será uma condição boa, se houver flutuabilidade, os custos serão elevados na linha do tempo, mas creio ser uma proposta de marketing, não de saúde, todos os planos falam isto mas a ação é que são elas..., microcrédito não é igual a plano de saúde, atenção!!!; neste propósito se a parceria com um time de São paulo, seria para atingir um objetivo mais popular como se declara na reportagem acima, deveria a camisa do time portar a AMESP. gostaria de entender a estratégia de mercado (foco), e neste ano quantos planos com retorno (roi) foram vendidos, que valor agregou à carteira da MEDIAL?vender planos não basta, se os mesmos gerarem custos, com aumento da sisnistralidade, não dá para diluir, como carteira de crédito.

Postagens mais visitadas deste blog

H2OH! - um produto desacreditado que virou sucesso

O executivo carioca Carlos Ricardo, diretor de marketing da divisão Elma Chips da Pepsico, a gigante americana do setor de alimentos e bebidas, é hoje visto como uma estrela em ascensão no mundo do marketing. Ele é o principal responsável pela criação e pelo lançamento de um produto que movimentou, de forma surpreendente, o mercado de bebidas em 11 países. A princípio, pouca gente fora da Pepsi e da Ambev, empresas responsáveis por sua produção, colocava fé na H2OH!, bebida que fica a meio caminho entre a água com sabor e o refrigerante diet. Mas em apenas um ano a H2OH! conquistou 25% do mercado brasileiro de bebidas sem açúcar, deixando para trás marcas tradicionais, como Coca-Cola Light e Guaraná Antarctica Diet. Além dos números de vendas, a H2OH! praticamente deu origem a uma nova categoria de produto, na qual tem concorrentes como a Aquarius Fresh, da Coca-Cola, e que já é maior do que segmentos consagrados, como os de leites com sabores, bebidas à base de soja, chás gelados e su

Doze passos para deixar de ser o “bode expiatório” na sua empresa

Você já viu alguma vez um colega de trabalho ser culpado, exposto ou demitido por erros que não foi ele que cometeu, e sim seu chefe ou outro colega? Quais foram os efeitos neste indivíduo e nos seus colegas? Como isso foi absorvido por eles? No meu trabalho como coach, tenho encontrado mais e mais casos de “bodes expiatórios corporativos”, que a Scapegoat Society, uma ONG britânica cujo objetivo é aumentar a consciência sobre esta questão no ambiente de trabalho, define como uma rotina social hostil ou calúnia psicológica, através da qual as pessoas passam a culpa ou responsabilidade adiante, para um alvo ou grupo. Os efeitos são extremamente danosos, com conseqüências de longo-prazo para a vítima. Recentemente, dei orientação executiva a um gerente sênior que nunca mais se recuperou por ter sido um dia bode expiatório. John, 39 anos, trabalhou para uma empresa quando tinha algo em torno de 20 anos de idade e tudo ia bem até que ele foi usado como bode expiatório por um novo chefe. De

Conselho Federal de Marketing?

A falta de regulamentação da profissão de marketing está gerando um verdadeiro furdunço na Bahia. O consultor de marketing André Saback diz estar sendo perseguido por membros do Conselho Regional de Administração da Bahia (CRA/BA) por liderar uma associação – com nome de Conselho Federal de Marketing e que ainda não está registrada – cujo objetivo, segundo ele, é regulamentar a profissão. O CRA responde dizendo que Saback está praticando estelionato e que as medidas tomadas visam a defender os profissionais de administração. Enquanto André Saback, formado em marketing pela FIB - Centro Universitário da Bahia -, diz militar pela regulamentação da profissão, o Presidente do CRA/BA, Roberto Ibrahim Uehbe, afirma que o profissional criou uma associação clandestina, está emitindo carteirinhas, cobrando taxas e que foi cobrado pelo Conselho Federal de Administração por medidas que passam até por processar Saback, que diz ter recebido dois telefonemas anônimos na última semana em tom de ameaç