Não adianta negar. A raiva - sentimento difícil de ser aceito por muitos, principalmente nas empresas - é, na verdade, mais normal do que imaginamos. É algo primário e inerente à nossa própria existência, ligada ao instinto de sobrevivência, ao animal existente dentro de cada um de nós. Certa vez recebi um e-mail que dizia que convivemos com dois cães internos: um amoroso e um outro raivoso, e que nossas ações dependem da escolha em alimentar um ou outro.
Ao vivenciarmos os problemas e os imprevistos diários, no entanto, o jogo de escolhas parece se inverter e nos sentimos os últimos responsáveis pelos sentimentos que expressamos. Dizemos, ou pensamos, que é aquela pessoa ou situação que nos tira do sério. Grande parte desses acontecimentos é atribuída aos ambientes e relações de trabalho. Apesar de ser mais fácil identificar essas situações na nossa vida pessoal, é importante questionar onde a raiva está alojada nas empresas e, principalmente, o que ela causa no ambiente corporativo e nos resultados dos negócios e como transformá-la.
Como nem sempre a raiva é visível, acabamos observando suas conseqüências (sem, muitas vezes, nos darmos conta de que é ela agindo), como a falta de comprometimento com um projeto, uma opinião contrária e destrutiva, fofocas, indiferença ou pouca atenção ao cliente, disputas internas e excesso de justificativas, entre várias outras manifestações. O que estas atitudes têm em comum é que são todas mecanismos de defesa. A raiva funciona como um escudo, seja para não assumirmos um erro, seja para nos protegermos de um sentimento, normalmente bem escondido.
A indiferença ou a apatia com o problema dos outros, sejam pessoas, áreas ou departamentos, normalmente são sinais de uma raiva reprimida que, embora não aparente, age continuamente e gera as conseqüências anteriormente descritas.
Como qualquer sentimento, ela pode ser vista de diversas formas. Nossa sociedade, dentro de certos limites, valoriza as pessoas que demonstram raiva. Nas empresas, isso pode acontecer de forma mais clara, já que muitos de nós estamos treinados a dar mais atenção a quem fala com raiva ao invés daqueles que possuem discursos e reações amorosas. E essa atitude, infelizmente, tende a funcionar e dar resultados em um momento específico ou no curto prazo, mas é carregada de fortes efeitos colaterais. Essa distorção pode ser também entendida pela diferença entre a imposição da autoridade, feita via ameaça física ou moral, e o poder, que vem do exemplo, da empatia, da sabedoria, da harmonia e do equilíbrio.
A grande questão é que a raiva funciona como um bumerangue, tanto dentro quanto fora do ambiente de trabalho. Como sempre, a Terceira Lei de Newton –ação e reação - faz-se valer e cobra o preço que a nossa escolha de atuar pela raiva nos traz. Assim, mas cedo ou mais tarde, sua raiva volta-se contra você.
E o que fazer com a raiva? Observá-la. Isso significa admitir a sua existência. A simples tomada de consciência tira força dela e possibilita uma maior escolha em agir com ou sem ela. Na empresa, para saber se vale a pena trabalhar com esse tema, uma simples pergunta é suficiente: você gosta ou gostaria de trabalhar em uma empresa raivosa? Faça sua escolha e viva com menos raiva e mais resultados.
Fonte: Por Eduardo Elias Farah, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 9
Ao vivenciarmos os problemas e os imprevistos diários, no entanto, o jogo de escolhas parece se inverter e nos sentimos os últimos responsáveis pelos sentimentos que expressamos. Dizemos, ou pensamos, que é aquela pessoa ou situação que nos tira do sério. Grande parte desses acontecimentos é atribuída aos ambientes e relações de trabalho. Apesar de ser mais fácil identificar essas situações na nossa vida pessoal, é importante questionar onde a raiva está alojada nas empresas e, principalmente, o que ela causa no ambiente corporativo e nos resultados dos negócios e como transformá-la.
Como nem sempre a raiva é visível, acabamos observando suas conseqüências (sem, muitas vezes, nos darmos conta de que é ela agindo), como a falta de comprometimento com um projeto, uma opinião contrária e destrutiva, fofocas, indiferença ou pouca atenção ao cliente, disputas internas e excesso de justificativas, entre várias outras manifestações. O que estas atitudes têm em comum é que são todas mecanismos de defesa. A raiva funciona como um escudo, seja para não assumirmos um erro, seja para nos protegermos de um sentimento, normalmente bem escondido.
A indiferença ou a apatia com o problema dos outros, sejam pessoas, áreas ou departamentos, normalmente são sinais de uma raiva reprimida que, embora não aparente, age continuamente e gera as conseqüências anteriormente descritas.
Como qualquer sentimento, ela pode ser vista de diversas formas. Nossa sociedade, dentro de certos limites, valoriza as pessoas que demonstram raiva. Nas empresas, isso pode acontecer de forma mais clara, já que muitos de nós estamos treinados a dar mais atenção a quem fala com raiva ao invés daqueles que possuem discursos e reações amorosas. E essa atitude, infelizmente, tende a funcionar e dar resultados em um momento específico ou no curto prazo, mas é carregada de fortes efeitos colaterais. Essa distorção pode ser também entendida pela diferença entre a imposição da autoridade, feita via ameaça física ou moral, e o poder, que vem do exemplo, da empatia, da sabedoria, da harmonia e do equilíbrio.
A grande questão é que a raiva funciona como um bumerangue, tanto dentro quanto fora do ambiente de trabalho. Como sempre, a Terceira Lei de Newton –ação e reação - faz-se valer e cobra o preço que a nossa escolha de atuar pela raiva nos traz. Assim, mas cedo ou mais tarde, sua raiva volta-se contra você.
E o que fazer com a raiva? Observá-la. Isso significa admitir a sua existência. A simples tomada de consciência tira força dela e possibilita uma maior escolha em agir com ou sem ela. Na empresa, para saber se vale a pena trabalhar com esse tema, uma simples pergunta é suficiente: você gosta ou gostaria de trabalhar em uma empresa raivosa? Faça sua escolha e viva com menos raiva e mais resultados.
Fonte: Por Eduardo Elias Farah, in Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 9
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